Estava dando tudo certo no Texas, mas.../ Penske e Ganassi dominam a XPEL 375 Print
Written by Administrator   
Thursday, 24 March 2022 15:53

Oi amigos, tudo bem?

 

O que dizer de uma corrida que tinha tudo para ser concluída com ótimo resultado, mas que acabou no muro sem que eu tivesse sequer um fiapinho de culpa?  

 

Pois foi isso que aconteceu no domingo passado, no oval do Texas, na segunda etapa da temporada 2022 do NTT IndyCar Series. Além de ser uma disputa importante do campeonato, a visita da categoria ao Texas Motor Speedway ganhou contornos fundamentais justamente por servir, também, como uma espécie de preparativo para a Indy 500. 

 

Não sei se vocês viram a corrida pela TV Cultura ou ESPN, no Brasil, mas eu estava colocando em prática um plano bem elaborado, mas que na verdade não é muito segredo. Correr no oval não é apenas acelerar e virar o volante para a esquerda. Pelo contrário, exige muita estratégia porque, se a gente analisar bem, são muitas “provas” dentro de uma só.

 

Uma largada espetacular num circuito de rua, por exemplo, pode ser muito útil se for um traçado de difícil ultrapassagem. Então, dependendo da circunstância, até vale a pena um certo risco, desde que, obviamente, não seja tão grande a ponto de se envolver em um acidente.

 

 

Já no oval, dificilmente riscos iniciais são justificados ou aceitos, pois a estratégia muda toda hora. Tem de fazer como eu estava fazendo, ou seja, andando no bloco da frente, mantendo uma distância pequena dos líderes, poupando combustível e pneus, tudo para estar forte o bastante quando chegasse o confronto final.

 

Mas no meio do caminho...

Eu já fui novato em oval e sei como é difícil. É por esse motivo que procurou orientar aqueles que enfrentam uma situação como essa pela primeira vez. Coincidentemente, antes da largada falei com o estreante que me tirou da corrida no Texas. É muito fácil “perder” o carro quando não se tem muita experiência e envolver outros concorrentes. Foi o que aconteceu.

 

 

Reparem que não estou citando nomes, pois meu objetivo aqui é explicar o que houve, mas a verdade é que se aqueles toques que dei tivessem sido assimilados, quem sabe não estaria aqui com vocês festejando um bom resultado, né?

 

Mas o negócio é olhar para a frente e pensar na próxima corrida, que será no tradicionalíssimo traçado urbano de Long Beach, na California. Estive em Los Angeles até quarta, 23, promovendo a corrida do dia 10 de abril, onde espero recuperar o espaço perdido com a confusão no Texas.

 

É isso, pessoal, forte abraço e até semana que vem.

 

Helio Castroneves

 

Reprodução autorizada da coluna de Helio Castroneves, originalmente publicada no site www.lance.com.br

 

 

Olá Amigos,

 

Tivemos uma bela corrida no Texas neste último domingo. Ok, a categoria enfrentou um problema que precisa ser melhor estudado e resolvido cem relação aos ovais onde a NASCAR e a IndyCar Series competem. A superfície recebe um tratamento para as corridas dos carrões de turismo e que torna a pista perigosamente escorregadia para os monopostos.

 

As corridas em circuitos ovais como no Texas costumam ser decididas nos detalhes e, muitas vezes, por pequenas diferenças entre os primeiros colocados. Não foi diferente na Xpel 375. Josef Newgarden liderou apenas 3 das 248 voltas, ao contrario do dominador Scott McLaughlin, líder por 186, mas que perdeu a prova por ínfimos 0,0669s.

 

Apesar de ter uma atuação brilhante, o Kiwi ainda tem um caminho de aprendizado a percorrer, especialmente ao lidar com o tráfego de adversários com voltas de atraso uma vez que a IndyCar Series não impõe a obrigatoriedade ao retardatário de dar passagem para quem vai lhe impor um volta. Este tipo de coisa vem com o tempo e certamente o neozelandês vai aprender a fazer isso tão bem quanto o seu mentor, Rick Mears.

 

A corrida.

 

A corrida de 248 voltas começou com Felix Rosenqvist liderando o pelotão, mas Scott McLaughlin ficou com a P1 no final da primeira volta. Alexander Rossi parecia ter uma corrida promissora chegando à bandeira verde ao passar por vários carros do lado de fora. Colton Herta também largou bem, subindo da P9 para P6 nas primeiras voltas. Rossi foi penalizado por queima de largada, mas antes que pudesse cumprir a penalidade, ele diminuiu a velocidade com suspeita de problemas no alternador. A primeira bandeira amarela veio na volta 13; com a verde agitada na volta 16.

 

Pato O'Ward fez uma investida, usando partes da linha de cima, a com produto da NASCAR para ganhar posições, subindo para P8. Na volta 28, Kirkwood subiu para P10, com McLaughlin mantendo uma vantagem de 0,28s sobre Rosenqvist. Depois do sueco vinha Takuma Sato 0,87s atrás, depois Herta 1,3s atrás e Will Power 2,0s fechando o top5. Graham Rahal quase encontrou o muro da curva 4 na volta 53 ao se deparar com Rinus VeeKay deslizando. Ficou no susto!

 

As preocupações com a vida útil dos pneus no final do período começaram a surgir em breve. VeeKay parou na volta seguinte, o que colocou em questão uma corrida de três paradas. Marcus Ericsson estava na volta 57 e foi acompanhado por Josef Newgarden e o líder McLaughlin momentos depois. Rosenqvist foi o próximo na volta 59. Sato manteve a liderança com Herta e Power atrás. Sato parou no final da volta 61. O Japonês foi impedido de chegar ao box, já que Malukas demorou demais. Com as trocas de boxes, Kirkwood assumiu a liderança. Com os pit stops feitos, McLaughlin, Newgarden, O'Ward, Rosenqvist, Herta e Dixon foram os seis primeiros. McLaughlin estava 12,4s à frente do companheiro de equipe Newgarden na P2 na volta 79.

 

 

Enfrentar o tráfego reduziu pela metade a vantagem de McLaughlin na volta 95, enquanto Newgarden corria 6,4s atrás. A volta 99 trouxe a segunda bandeira amarela quando Devlin DeFrancesco deslizou na curva 1 e fez contato da direita para a esquerda com Sato, que subiu a pista e bateu levemente no muro da curva 2 antes de seguir para os boxes. A volta 104 viu o campo parar e tanto O'Ward quanto Rosenqvist tiveram grandes problemas nos boxes. O'Ward deslizou para dentro de seu ponto de parada e bateu no trocador de pneus dianteiro esquerdo. A tripulação teve que rolar o carro para trás e, em seguida, realizar o serviço. Rosenqvist também deslizou em sua posição e teve que ser puxado para trás. Em seguida, seu trocador de pneus traseiro direito precisou de uma segunda tentativa de apertar a roda, adicionando mais tempo ao processo. Romain Grosjean parou com fumaça saindo de sua Andretti Honda e desceu do carro.

 

Rosenqvist e O'Ward saíram dos seis primeiros e voltaram em P16 e P17. Liderando o campo neste momento: McLaughlin, Newgarden, Power, Dixon, Ericsson e VeeKay. O reinício aconteceu na volta 114 para apenas uma volta quando Kirkwood girou depois de subir no composto PJ1 e cair na curva 4. Ele parecia estar ileso. O'Ward foi penalizado por acertar seu tripulante – Norm Hornitschek – e colocado sob a advertência para substituir sua asa dianteira. Ele perdeu uma volta na troca e reiniciou na P21.

 

O reinício da volta 129 viu DeFrancesco, Castroneves e Rahal no muro nas curvas 3 e 4. Castroneves era um espectador inocente quando DeFrancesco mergulhou abaixo da linha branca e bateu em Rahal, que então acertou Castroneves. Todos os pilotos foram atendidos e liberados do centro de atendimento. O brasileiro estava furioso! A volta 140 encerrou o dia de Rosenqvist com um problema mecânico na roda traseira direita.

 

O reinício da volta 150 foi um Penske 1-2-3 com McLaughlin liderando Newgarden e Power e Newgarden passando no final da volta. VeeKay's subiu para o P2 na volta 153, quando McLaughlin retomou a liderança. Newgarden caiu para P4 depois que Dixon passou. Ericsson foi o próximo a superá-lo e jogá-lo para P6. VeeKay assumiu a liderança na volta 160. Will Power ultrapassou McLaughlin e VeeKay de uma só vez para assumir a liderança na volta 164. Dixon melhorou para P3.

 

Top 10, pois economizaram combustível e gerenciaram pneus na volta 177: Power, VeeKay, Dixon, McLaughlin, Ericsson, Newgarden, Herta, Pagenaud, Johnson, Ferrucci. Não demorou e McLaughlin passou para P2 e Newgarden para P5. A Ericsson assumiu a liderança na volta 185, quando os pneus começaram a se tornar um problema para a maioria dos corredores restantes. VeeKay foi o primeiro a parar entre os líderes na volta 187. Herta parou no final da volta. Ele perdeu muito tempo (14,5s) para a parada total, pois a porca da roda dianteira esquerda se recusou a torcer. Ele perdeu uma volta como resultado do problema. McLaughlin parou na volta 192. Newgarden e Power seguiram no final da volta. Ericsson estava na volta 184.

 

 

Lundgaard bateu na parede na volta 232, danificando sua asa dianteira direita. McLaughlin, Newgarden e Ericsson lutaram pelos três primeiros com McLaughlin a 0,6s de vantagem. Herta no P11 foi informado de que precisava economizar combustível e VeeKay não pode chegar ao fim em seu tanque.

 

Quando parecia que McLaughlin estava seguro, Newgarden foi audacioso e buscou a linha de fora, aquela mais perigosa, e conseguiu, com ajuda do tráfego, tomar a ponta e conseguir uma pequena vantagem, que McLaughlin não conseguiu recuperar. Essa foi também uma vitória da Chevy, que fez P1, P2 e P4 contra os carros com motores Honda.

 

 

Não posso encerrar a coluna sem comemorar a corrida de Jimmie Johnson, que terminou na P6, sua melhor colocação nessa sua nova carreira de piloto de monopostos. Espero que ele consiga outros bons resultados este ano.

 

Vamos acelerar!

 

Sam Briggs

Fotos: site IndyCar Media

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid.

 

    
Last Updated ( Thursday, 24 March 2022 18:10 )