A organização da Copa Truck terá muito trabalho neste final de semana. Muito mesmo! A coisa está mais do que feia na que já foi uma das mais bem cuidadas pistas do Brasil. Penhorado por uma ação trabalhista, o Autódromo de Curitiba, que na verdade fica na cidade vizinha de Pinhais, passa por inúmeros problemas. Na UTI há muito tempo, agora está em estado terminal para receber a Grande Final que decidirá o título geral de 2018 entre Wellington Cirino, Giuliano Losacco, André Marques, Felipe Giaffone, Renato Martins e Roberval Andrade. Estes disputam o título, mas todos participam normalmente da última corrida do ano.

Normalmente é pura força de expressão, pois nos poucos eventos de velocidade que têm acontecido ali, as equipes precisam contratar muitos seguranças para garantir seus equipamentos. Seguranças que trabalhem 24 horas, pois as portas dos boxes foram retiradas já há algum tempo e, vendidas por quilo, estão amontoadas num ferro-velho de Pinhais. As portas não foram a única (como se fosse pouco, né?) coisa retirada. Circula na internet uma foto das portas num ferro-velho. As grades de acesso aos boxes também já não estão mais ali, o que facilita a entrada de torcedores no pit lane, algo perigosíssimo.

Com o abandono quase que total, a situação só se complica mais e mais. As torres de filmagem também não estão mais nos devidos lugares, o que dificultará a vida dos cinegrafistas que tentarão mostrar a Grande Final da Copa Truck, neste domingo. Para piorar, recentemente retiraram as telas de proteção do fundo do autódromo. Isso facilitou mais ainda invasões e o roubo de fios elétricos. Recentemente, conforme noticiado, um deles morreu eletrocutado ao tentar furtar um fio energizado. Há pouco tempo o kartódromo foi alugado para a Copa Super Paraná de Kart com água e energia elétrica cortados. O responsável pelo local é o filho do dono do autódromo, Neto Oms.

As portas dos boxes do AIC estão em um ferro velho. O autódromo está com sua manutenção comprometida.

Fui obrigado a escrever este triste texto para explicar melhor o que venho alertando há algum tempo dos problemas que seriam enfrentados pela Copa Truck no autódromo, que não terá energia elétrica e terá de ser abastecido por um gerador. No entanto, como o organizador Carlos Col, bem preparado do jeito que é, deve ter todas essas informações há algum tempo e saberá como agir, pois é um especialista em gerenciar crises. Já contei aqui, mas relembro que por volta de 2003, 2004 a Stock Car correria em Jacarepaguá e a pista estava abandonada. Ele retirou seis caminhões de grama que mandou cortar, e realizou a corrida. Só que, apesar da precariedade dos boxes, ainda existiam portas e outros itens, o que faltará agora em Curitiba.

Uma pena para uma categoria que está em seu segundo ano de vida e tem tudo para ver Felipe Giaffone se sagrar bicampeão, levar seu sexto título de caminhões e ampliar ainda mais seu recorde. Wellington Cirino tem quatro e quer igualar o rival. Renato Martins tem dois, assim como Roberval Andrade. André Marques e Giuliano Losacco nunca se sagraram campeões de caminhões.

Aproveitando para falar um pouco da temporada de 2019. Existem grandes novidades rolando na famosa Rádio Peão, aquela que se fala nos boxes da categoria. A primeira é que depois de muitos anos, Roberval Andrade vai mesmo deixar os Scania de lado. Ele tem conversado muito com o pessoal da Mercedes e tudo caminha para na terceira temporada da Truck, ele vir com o caminhão da estrela.

Outra notícia da rádio é que está complicado demais o acordo entre Felipe Giaffone e Renato Martins, dono da equipe em que o pentacampeão corre. Os comentários são de que Felipe quer ganhar para correr e Renato relata dificuldades para dar salário a ele. As negociações entre os dois e a Volkswagen continuam e não se sabe exatamente o que acontecerá. Já outra montadora, a Ford, que patrocina a categoria, pode trocar de piloto. A Rádio Peão diz que o experiente Adalberto Jardim deve parar de correr, pelo menos com apoio da fábrica, com os Ford. Alguns nomes estão cotados para assumir seu lugar, mas nada definido.

Milton Alves