Beto Monteiro faz a festa na Truck com pneus de chuva Print
Written by Administrator   
Monday, 25 March 2019 23:03

Foi uma bonita prova de abertura da Copa Truck, que no final de semana correu no bem cuidado Autódromo Ayrton Senna, em Goiânia. O interessante foi ver a inesperada, para todos e até para ele mesmo, pole position de Felipe Giaffone com seu novo caminhão Iveco. Depois de muitas temporadas com o Volkswagen, Felipe optou por mudar radicalmente. E mostrou que anda muito, independentemente da marca. Claro que os Iveco deram uma boa melhorada, mas ele também deu seu toque de classe ao bruto.

 

Outra boa surpresa foram as duas vitórias seguidas de Beto Monteiro, que passou por grande mudança. Beto pilotou os Iveco durante longos anos, em 2019 decidiu mudar radicalmente e foi para a equipe de Renato Martins com o Volkswagen. Depois de largar em quarto lugar ele e Giaffone levaram o público ao delírio com uma briga de cachorro grande. No bom sentido, claro. Os dois mostraram muita técnica e habilidade para segurar os caminhões e no final prevaleceu a força do pernambucano que tem duas conquistas com caminhões e ainda nenhuma na Copa Truck. Beto mostrou que tem tudo para lutar por mais uma em 2019.

 

Citei aqui semana passada que Paulo Salustiano tinha um bom caminhão em mãos e poderia brigar pelo título deste ano. Depois de largar em quinto lugar, Salu assumiu a liderança logo na segunda volta e, com problemas de vazamento de óleo do motor foi obrigado a abandonar em seguida. Ainda no pit lane, membros da equipe tentavam tranquilizar Salu. Um deles chegou a dizer: é só a primeira! Tentou ajudar, mas quem conhece Salu sabe que ele ficou decepcionado, pois poderia ter marcado importantes pontos. Fica para a próxima, dia 14 de abril em Campo Grande, a belíssima capital do Mato Grosso do Sul.

 

Beto Monteiro e Felipe Giaffone travaram belos duelos em Goiânia, mas a corrida por pouco não aconteceu por falta de pneus.

 

O que talvez pouca gente tenha notado foi que todos os caminhões correram com pneus de chuva. Ou seja, sem estarem lixados, para dar mais aderência nas curvas. O que se viu foram tempos mais altos e um festival de traseiradas e habilidade dos pilotos segurando os brutos. O motivo disso, segundo me contaram alguns amigos da categoria, foi que até sexta-feira, dia 15 de março, não havia pneus para correr. Com a não oficializada saída da Pirelli, a categoria estava sem sapatos para essa prova de abertura. A solução foi o atual campeão Roberval Andrade apelar para seu bom relacionamento com a Bridgestone e conseguir os calçados.

 

A empresa forneceu os pneus ao custo de R$ 1.200 cada um (lembrem-se que são seis). No entanto, não deu tempo de lixar todos e uma empresa de Goiânia raspou somente os dianteiros, para tirar os sulcos e ganhar aderência. Só para ter uma ideia de quanto de borracha é tirado, cada pneu fica com cerca de cinco quilos a menos. Em situação normal são 30 quilos a menos nos seis. Sem isso, não pelo peso e sim pela falta de maior aderência, como era de se esperar, os tempos subiram em relação ao ano passado. Em 2018 Wellington Cirino fez a pole em Goiânia com 1min46s946, média de 129,093 km/h. Agora, Giaffone marcou 1min49s665, média de 125,892 km/h, quase três segundos mais lento e quase quatro km/h a mais. Normal, mas esse detalhe só mostra a dificuldade que a categoria tem enfrentado fora das pistas.

 

Tomara em Campo Grande as coisas se assentem e pilotos e equipes possam ter a devida tranquilidade e tempo para fazer tudo certinho. Tomara!

 

Milton Alves