Foi uma festa da RM Competições. Ou mais uma, pois os caminhões Volkswagen têm dominado praticamente toda a temporada. Em Cascavel, onde no final de semana por pouco não tivemos prova de natação em vez de corrida, tal a quantidade de chuva, Beto Monteiro, que tem tudo para se sagrar campeão no final do ano, e Paulo Salustiano venceram. Na primeira corrida Beto foi primeiro e Salu segundo. Na outra eles inverteram as posições e terminaram empatados com 38 pontos. Os dois lideram a Copa 4 que termina no Velopark no próximo dia 27. Depois dessa corrida só em dezembro, muito provavelmente em Interlagos.

O final de semana começou com a inédita pole position de André Marques, um dos caras mais boa gente do grid da categoria. Já classificado para a finalíssima, André não conseguiu segurar os adversários mais fortes e acabou em terceiro. Muito melhor do que se poderia esperar para quem vinha de recente recuperação de fratura numa das mãos, sofrida na prova anterior, em Rivera, num acidente no começo da corrida uruguaia. Destaque mesmo foi Felipe Giaffone, que largou lá no rabo da cobra, devido a uma série de problemas no caminhão Iveco, e ainda ficou em nono lugar. Uma posição acima e teria largado na pole da segunda corrida.

Não quero que pensem que estou pegando no pé dele, mas que as atuações de Wellington Cirino estão decepcionantes, estão. Com certeza o quatro vezes campeão com caminhões está mais desapontado do que eu e seus fãs, mas é triste vê-lo sendo ultrapassado por alguns adversários sensivelmente menos competentes e vitoriosos. Tomara se faça algo para resgatar os bons resultados e a imagem de Cirino, sem dúvida um dos grandes no cockpit dos caminhões.

   A RM dominou a etapa em Cascavel. Na corrida 1, Beto e Salustiano. Na corrida 2, Salustiano e Beto. Foto: Copa Truck.

Na segunda corrida Salustiano, que com o grid invertido largou em sétimo, partiu para cima dos adversários, assumiu a ponta e ali se manteve até o final. Outra vez o destaque foi Giaffone. Largando em nono, promoveu uma bela briga com André Marques, a quem superou próximo do final para garantir o quarto lugar. Felipe é o maior ganhador de títulos com caminhões: tem quatro na extinta Fórmula Truck e um na Copa Truck. Neste ano pegou o caminhão Iveco para trabalhar e por isso alguns resultados não são o que seus torcedores, e nem ele, esperam. Desenvolver um bruto demora e dá trabalho. Muito trabalho. Vamos ver o que Giaffone fará em 2020, pois acho difícil demais se esperar um resultado concreto dele na decisão da categoria.

Gostei de ver a volta por cima de Paulo Salustiano, que depois de problemas em algumas corridas, se recuperou e luta para ir para a decisão da Copa Truck. Tudo dependerá do que fará no Velopark, uma pista onde, há alguns anos, ele e Beto Monteiro sofreram e quase desmaiaram devido ao fortíssimo calor. Do jeito que o tempo anda estranho em praticamente todo o Brasil, não se sabe o que esperar no dia 27 deste mês para a cidade de Nova Santa Rita, no Rio Grande do Sul. Quem me chamou a atenção em sua primeira vez com os caminhões foi Guilherme Salas: 12º na abertura e abandonou na segunda corrida. Mostrou que, assim que se acostumar com os caminhões, pode dar trabalho. Tomara que venha e venha forte!

Enquanto um jovem chega, um não tão jovem assim voltou à pista, segundo disse somente para esta corrida em Cascavel, sua cidade. Vamos ver se será verdade. É isso mesmo: estou falando de Pedro Muffato, que com seus 79 aninhos correu e chegou a bater roda na prova. Ele é um dos mais velhos pilotos do mundo guiando numa categoria nacional. Pedro merece parabéns!

   O buraco no parabrisa do caminhão #29 dá uma ideia do impacto da peça que o atingiu. Por sorte, não foi do lado do piloto.

Um grande susto levou o piloto Pedro Paulo, quando teve o vidro dianteiro atingido por uma peça que caiu do motor de Pedro Muffato e teve a velocidade ampliada pelo caminhão de Jaidson Zini. A peça bateu no caminhão de Pedro Paulo que estava a cerca de 200 km/h, e amassou o reservatório de ar dos freios, fabricado em ferro fundido. Veja a imagem da câmera on-board de Pedro Paulo.

Em tempo: o *Sujeito a confirmação continua a atrapalhar e confundir quem acompanha o site oficial da Copa Truck. Está lá, na prova final, marcada - pelo menos consta no calendário - para dia 8 de dezembro em Interlagos. Alguns pilotos e donos de equipes garantem que a Superfinal vai acontecer mesmo na capital paulista. Vamos esperar para ver, pois o asterisco na prova e no local continua com ele atrapalhando: Sujeito a confirmação.