 E aê Galera... agora é comigo!
Esta semana é uma semana de grandes expectativas no automobilismo nacional. As duas categorias mais populares vão decidir os seus títulos no domingo dia 13 de dezembro no autódromo de Interlagos. Com as regras adotadas neste ano, com rodadas triplas e alguns descartes, a Stock Car chega ao seu ápice no difícil ano de 2020 com o campeonato completamente aberto, especialmente com a pontuação dobrada da corrida final, com os 6 primeiros colocados separados por apenas 14 pontos e a vitória valendo 60! Thiago Camilo, Daniel Serra, Ricardo Maurício, Ricardo Zonta, Gabriel Casagrande e Rubens Barrichello estão na briga, mas Cesar Ramos, Allam Khodair, Guilherme Salas, Diego Nunes e Nelson Piquet Jr. tem chances matemáticas. No mesmo final de semana teremos a decisão da Copa Truck e com a particularidade de seu regulamento para a decisão do campeonato, tem 7 pilotos classificados para concorrer ao título e, com os resultados obtidos nas corridas das três copas, chegam na final com pontuações diferenciadas: Beto Monteiro tem 124 pontos; André Marques, 116; Valdeno Brito, 112; Wellington Cirino, 110; Jô Augusto, 110; Felipe Giaffone, 110 e Danilo Dirani, 108. Com a diferença pequena na pontuação (o vencedor leva 22 pontos; o 2°, 20; o 3°, 18; o 4°, 16 e a partir daí, um ponto de diferença até o último a conseguir completar a prova ou ser classificado pelo número de voltas dadas). Isso dá uma vantagem ao atual campeão, Beto Monteiro, mas na última copa o pernambucano da equipe RM VW não manteve a performance das copas anteriores. Mas nós tivemos corridas neste final de semana que passou e em duas realidades bem diferentes. Em Cuiabá, o Autódromo Bom Futuro em Cuiabá (MT) recebeu os competidores que iriam buscar o título nacional do Campeonato Brasileiro de Velocidade na Terra (BRVT) 2020. A pandemia atrapalhou bastante a competição e os organizadores tiveram muito trabalho para fazer entre os dias 3 e 5 de dezembro as corridas do Kartcross e do Autocross. Eram esperados, pelo menos, 32 carros no grid do Kartcross e mais 19 no Autocross, considerada a Fórmula 1 da terra.  Entre uma bateria e outra, um caminhão pipa fazia uma irrigação da pista para condicioná-la para a disputa seguinte.
No Kartcross era certo que o título de campeão mudaria de mãos, uma vez que campeão de 2019, Marcos Beck, de Luis Eduardo Magalhães (BA) não participou do nacional neste ano. Nessa que é a categoria de entrada da terra temos um grid muito variado. Tem os que buscam o aprimoramento e o crescimento na carreira, que estão começando, com 15 anos de idade (idade mínima) e também aqueles pilotos que estão na categoria (que é mais barata que a dos Autocross) para se divertir e aí tem piloto até com 64 anos de idade. No Autocross o bicho prometia pegar, com o atual campeão, Adroaldo Weisheimer, teria outros campeões para superar e conquistar o bicampeonato, como as feras Celsinho Mello, Ricardo Basso, Vanderlei Reck, Alexandre Garcia, mas não dava para desprezar os outros competidores. As atividades começaram na quinta-feira, o que complicou bastante a vida do colunista, mas com as finais no sábado, transmitidas pelo youtube, pude assistir tudo e gostei do espetáculo. Na sexta-feira tivemos a 1ª bateria da 1ª prova das duas categorias. No sábado, tivemos a 2ª bateria da 1ª prova e depois as duas baterias da 2ª prova tanto do Kartcross como do Autocross, que teria também outras duas baterias numa terceira prova para decidir o título. No sábado tivemos quase 12 horas de transmissão e muita poeira, mesmo com o trabalho de irrigação para cuidar da melhor condição da pista.  No sábado foram quase 12 horas de transmissão e grandes disputas. Corridas que não estamos acostumados a ver... e muito boas!
Depois de grandes corridas tivemos Alan Synthes ganhando o campeonato da categoria Kartcross, derrotando seus rivais como Fernando Vargas e Jefferson Silva. No Autocross a disputa foi dura como o barro da pista cuiabana. No final, Gilliard Scheffer superou os medalhões e ex-campeões como Celsinho Mello e William Cancelier para levantar o caneco. No Autódromo de Interlagos, excepcionalmente no domingo (a Porsche normalmente corre aos sábados e este ano andou correndo até nas sextas-feiras), a categoria “One Team” mais chique do país fez o encerramento do seu calendário de 2020 com a corrida final do seu campeonato de endurance em uma corrida de 500 km, onde os pilotos que normalmente disputam a categoria “convidam” pilotos profissionais para dividir o carro com eles. Depois de 117 voltas, 3 horas e 43 minutos de corrida, Lucas di Grassi e Nelson Piquet Jr. protagonizaram mais um capítulo das disputas entre eles que vieram desde o kart até a Fórmula E, passando também por postagens em redes sociais. O momento decisivo se deu quando Di Grassi saiu dos pits em sua última parada para disputar na reta oposta a liderança da corrida. Uma corrida de quase quatro horas que tem a diferença do vencedor para o segundo colocado em 2.3 segundos mostra o que foi a prova.  A Porsche fechou o ano com chave de ouro, com uma corrida de quase quatro horas disputada até a última volta.
Recebendo a bandeirada em primeiro lugar com o Porsche #3, de Fran Lara e Piquet conquistaram a primeira vitória dos dois pilotos no geral. O título de Endurance geral coube a Alceu Feldmann, que dividiu o carro com Thiago Camilo e recebeu a bandeirada em terceiro lugar, 17 segundos atrás do vencedor, conquistando o título na categoria principal. Mas Nelsinho Piquet também saiu de Interlagos com um título: o de campeão na categoria Sport, uma diferença pelo tipo de categoria do piloto efetivo do carro. Sessão Rivotril. Seguindo meu mestre inspirador, está na hora de receitar as pílulas da semana. - Com a corrida da Porsche acontecendo na mesma hora da Fórmula 1, agradeci o fato da transmissão pelo youtube (que pude ver em VT com o sempre bom Luc ‘Sinestro’ Monteiro e os comentários do ‘Agregado quase Brastemp’, Tiago Mendonça. Fui obrigado a abrir mão de dar umas boas gargalhadas com os comentários do Dr. Smith, que teve o Tala Larga fazendo a narração na TV. - A troca valeu a pena. O Ligadíssimo Caprichoso sempre dá umas boas derrapadas na narração, escorregando no quiabo, mas pelo menos não atrapalha o Tradutor da corrida. Já o Nhonho teve seus momentos de brilho... quando ficou calado! - Finalmente o pessoal da Copa Truck deu sinal de vida... acho que essa parte da minha coluna está fazendo efeito. Além de anunciarem que vai ter temporada em 2021, anunciaram também a ida da categoria ao nordeste (mas não disseram onde) e a volta da transmissão da categoria em TV aberta... e na sua velha casa, a Bandeirantes. - Por falar no Sinestro, vi La sua TL que ele vai ser o narrador da Stock Car na transmissão da Bandeirantes. Sacanagem! Como vou fazer pra decidir se assisto a corrida com uma narração de primeira ou se dou risada assistindo o outro canal? HUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUA! - Li também nesse final de semana que a Bandeirantes andou sondando o Matuzaleme pra ser o comentarista no ano que vem e que a coisa tá praticamente certa. Conta aê, Sinestro: o contrato foi só pra essa corrida ou já assinou pra 2021? Como comentarista, prefiro o tom ardido do Pedro Pimenta. - Ainda falando em Stock Car, O Macarroni anunciou que vai correr a temporada completa da categoria a partir de 2021. Seja bem vindo e, se não der certo, já me falaram que Interlagos continua sem restaurante e você pode voltar a entregar quentinhas! - Recebi da nossa Editora (que eu jamais revelarei o apelido) que minha coluna da semana passada teve mais de 40 mil leituras. Se cuida Miltão Carranca... to chegando! - E o que foi aquilo nos boxes da Mercedes na F1... algo que nunca se viu! (a rima eu deixo por conta de vocês). Felicidades e velocidade, Paulo Alencar | 