Resistência ao calor para a Stock Car e Turismo Nacional em Goiânia Print
Written by Administrator   
Monday, 20 September 2021 20:10

E aê Galera... agora é comigo!

 

O final de semana em Goiânia foi quase tão quente quanto em palmas. Dava pra fritar um ovo no asfalto do autódromo que leva o nome do presuntinho, que lá nunca colocou os pés.

 

Depois de 3 anos a Stock Car voltou a fazer uma corrida pelo anel externo do autódromo goiano, uma oportunidade de vermos os carros acelerando sem nenhuma chicane, como é o caso da “chicane da demolição” do AIC.

 

Com duas corridas no sábado e duas no domingo, não tivemos a esvaziada Stock light. Em compensação, a melhor e mais competitiva categoria do automobilismo brasileiro, a Turismo Nacional, estava protagonizando o final de semana no planalto central.

 

A corrida 1 do sábado teve um nome e um adjetivo: o nome foi Rubens Barrichello, que não deu a menor chance pra concorrência. Largou na pole, tomou a ponta e foi embora! Diferente o que normalmente víamos ele fazer, logo no início da janela dos pit stops obrigatórios a equipe Full Time chamou o líder da corrida (normalmente eles param só no final) e não abasteceu, trocou apenas um pneu. Depois que todos pararam, Barrichello tinha 4 segundos de vantagem para Gabriel Casagrande e César Ramos, que disputavam a P2. O gaúcho levou a melhor no final, mas o paranaense se deu bem com o mal resultado do líder do campeonato, Daniel Serra, que ficou apenas em 12°, tenso sido superado na última curva por Ricardo Maurício e Felipe Lapenna, perdendo a pole do grid invertido.

 

 Na largada da primeira das corridas em Goiânia, tivemos um Big One pra deixar a NASCAR com inveja (Reprodução: Youtube).

 

O adjetivo foi confusão! Logo na largada tivemos um acidente múltiplo tirou da praticamente 1/3 do grid numa daquelas cenas que pareciam da NASCAR. Foram oito carros bastante destruídos e outros quatro, que precisaram de reparos para voltar à pista na corrida 2. Na largada fizeram aquele “efeito sanfona” e antes do apagar das luzes, Christian Hahn e Beto Monteiro queimaram a largada saindo da formação. Quando voltaram, Monteiro acertou o carro da Blau... e aí foi “blau pra todo lado!” Vários carros sofreram danos bastante extensos, o nuestro hermano, estava de volta e não andou nem 100 metros. Toinho Narebão também foi outro que teve o carro destruído. Quem levou a pior foi o estreante Raphael Teixeira. O piloto goiano não conseguiu desviar e acertou em cheio a lateral do carro de Christian Hahn.

 

Na corrida 2, depois da valsa do manco com o perneta para inversão do 10 primeiros do grid, largando da Pole, foi a vez de Ricardo Maurício dominar a corrida e com a estratégia muito bem montada pela equipe Eurofarma da assessora fera e minha amiga no Facebook, Patrícia Alves, não deu chance para os 21 carros que conseguiram largar (e só 18 terminaram). Com um pitstop relativamente rápido, depois que todos pararam ele retomou a liderança com uma vantagem bem tranqüila para Julio Campos, que também fez uma estratégia de recuperação para a corrida 2. Átila Abreu, que sempre trabalhou bem suas estratégias completou o pódio.

 

 Largando da pole no grid invertido, Ricardo Mauricio tomou a ponta e foi pra (sua primeira) vitória (Reprodução: Youtube).

 

No domingo Goiânia só não estava mais quente do que Palmas, mas a diferença foi 41° a 39° para a mais jovem capital do país. Era chegada a hora da corrida no anel externo, que diferente do AIC, nas emendas da junção, as curvas inclinadas destoam do nível da emenda e isso provocou alguns saltos e a precaução da direção de prova (sim, ele mesmo, o PIROCA) de não permitir o uso de ‘push-to-pass’ nesse trecho do traçado.

 

O domingo teve um nome: Ricardo Maurício! O piloto da Eurofarma – dessa vez – não perdeu sua volta voadora na classificação e tomou a pole de Rubens Barrichello, que ficou com a pole position no sábado. A largada de hoje foi mais tranquila depois do Big One de ontem e todo mundo saiu ileso, menos o Macarroni, que além de largar dos boxes, o carro não pegou e tiveram que empurrá-lo para que Julio Campos pudesse sair dos boxes. O piloto da equipe RC Eurofarma largou da pole e só foi ameaçado na hora das misturas de estratégias nos pits, mas seu ritmo era um degrau acima da concorrência e ele, depois de disputas com Allam Khodair (Cruze) e Ricardo Zonta (Toyota Corolla) abriu vantagem e não foi mais ameaçado até a quadriculada. Khodair e Zonta completaram o pódio.

 

 Não, isso não é um remake da foto anterior. Ricardo Maurício foi Pole no domingo na prova do anel externo (Reprodução: Youtube)

 

Na briga pela ponta do campeonato, que apertou depois dos maus resultados de Daniel Serra e dos bons resultados de Gabriel Casagrande, a disputa particular entre eles ficou no pelotão intermediário. Ambos tiveram muitas dificuldades, desde a posição de classif1cação e no final, o paranaense terminou em 14º, quatro posições à frente do paulista, o 18º. A diferença que tinha despencado para seis pontos no sábado era de apenas dois e ambos largariam no bolo pra última corrida.

 

A valsa do manco com o perneta não foi bem ensaiada e precisaram dar 3 ao invés de duas voltas pra arrumar a bagunça e – pra ajudar – Rubens Barrichello aparece com um pneu furado e perde sua posição no grid. Mas vinha coisa pior. Era a última corrida do dia e como fala o Falcon, o brinquedo em ação, colunista aqui do site na Coluna Radar (que é boa pra caramba – o adjetivo não era bem esse...) a pilotada foi pro tudo ou nada. A chance de dar problema (o advérbio não era bem esse...) era enorme... e deu! Na curva um tivemos gente vendo a pista ao contrário e uma bela mistura na paleta de cores das latarias, colocando o Safety Car de volta na pista para arrumarem a bagunça. Corrida liberada, Ricardo Maurício mostrou que tinha um acerto de carro que ninguém tinha e foi escalando o pelotão, que foi liderado por Thiago Camilo até a janela para os pit stops, que aconteceu logo após outra entrada de Safety Car para tirarem o carro de Bruno Baptista da pista. Quem ia faer parada rápida se deu bem e Gabriel Casagrande foi para o grupo da frente. Ele, Ricardo Zonta, Thiago Camilo e Ricardo Maurício protagonizaram voltas de arrepiar para delírio e deleite da transmissão da Band (sem peitinhos – não percam as pílulas) que estava ao vivo e presente em Goiânia. Faltando menos de 3 minutos na regressiva, Zonta liderava e passou por um destroço de carro no final da reta dos boxes, perdeu o controle do carrinho de supermercado e acertou uma pilha de latas de extrato de tomate na área de escape, caindo para 6° e pra fora da briga onde Camilo, Casagrande e Maurício trocaram acionamentos de ‘push’ e posições até a curva final, quando Casagrande entrou líder e saiu terceiro, engolido pelos dois, de ‘push’ acionados, Thiago Camilo por dentro, Ricardo Maurício por fora e os dois cruzaram a linha de chegada... separados por apenas 10 milésimos de segundo! Casagrande foi o 3° 510 milésimos atrás, mas assumiu a liderança do campeonato. Ricardo Maurício venceu 3 das 4 corridas do final de semana e, não fosse a punição para a corrida 1, quem sabe, não teria fechado a cartela do bingo.

 

 No melhor estilo NASCAR, uma chegada milimétrica a corrida 2 com Ricardo Maurício vencendo a 3ª de 4 (Reprodução: Youtube).

 

Mas se a Stock Car protagonizou OITO grandes corridas, o evento principal do final de semana no autódromo goiano não deixou por menos. A Turismo Nacional deu seu habitual espetáculo de competitividade no sábado e no domingo com as vozes mais poderosas do universo, na narração do Filho do Deus do Egito e nos comentários e reportagens de pista do Enviado de Cristo, que deve ter suado uns 10 litros de banha, correndo da pista pra cabine e vice versa.

 

No sábado tivemos quatro corridas: duas pela manhã, duas na parte da tarde. A primeira com as categorias A e B, contou com 37 carros no grid, de 11 modelos diferentes. Depois da volta de aquecimento de pneus os carros pararam no grid e foram para a largada para os primeiros 20 minutos de disputa com filho da terra na pole position e o filho da terra, Vitor Perillo, não deu espaço para Guilherme Sirtoli e segurou a ponta na largada. Diferente dos ‘profissas’ da Stock, todo mundo contornou a curva 1 e saiu dela inteiro. O Top 3 da 1-A foram Vitor Perillo, Guilherme Sirtoli e Willian Perillo. Na 1-B os 3 primeiros foram Francisco Meireles, Dorival Gondra Jr. e Mathias do Valle. Na corrida 2 Sirtoli não deixou barato com a inversão do grid e cruzou a linha de chegada em primeiro. Gustavo Del Pizzol e Peter Gottschalk completaram o Top 3. Na 1-B o vencedor foi Dorival Gondra Jr., com Francisco Meireles e Glauco Tavares completaram o Top-3. Nas corridas dos tarja preta da Super, a primeira teve Cesinha Bonilha como vencedor, com Anderson Freitas colado no seu parachoque. Gustavo Magnabosco foi o 3°. Na segunda corrida, Não teve ninguém para Wanderson Freitas, que foi seguido de Fausto De Lucca e Pablo Alves fechando o Top-3.

 

 A Turismo Nacional deu mais um show de competitividade com oito corridas no final de semana (Reprodução: Youtube). 

 

Se no sábado a temperatura na capital goiana já estava alta, no domingo fez ainda mais calor, desgastando carros e pilotos. Teve gente que andou bem no sábado e não conseguiu repetir os resultados do dia anterior. Essa é uma coisa boa na Turismo Nacional, onde há um equilíbrio muito grande entre os pilotos que competem nas três subcategorias. Nilton Rossoni, foi o vencedor na categoria 1-A, sem dar a menor chance para a concorrência, enfiando mais de 6 segundos sobre o segundo colocado, Gustavo Dal Pizzol. Vitor Perillo, mantendo a boa performance em casa foi o 3° a receber a bandeira quadriculada. Na categoria 1-B, Francisco Meireles repetiu o feito da manhã do sábado e ganhou novamente na manhã do domingo com uma vantagem absurda sobre Dorival Gondra Jr. o segundo colocado, distante mais de 17 segundos em relação ao vencedor... e ganhou na geral! Rafael Colombari fechou o Top-3. O detalhe dessa corrida foi o fato dos dois líderes das respectivas categorias estavam nas duas primeiras posições e despacharam a concorrência. Francisco Meireles estava voando e Nilton Rossoni não brigou pela ponta. Fez o jogo pra categoria e os dois saíram ganhando. Os Tarja Preta também foram pra pista pela manhã e foi a vez de Fausto De Lucca ir pra frente e faturar a vitória, mas não sem muita disputa, com Luis Ribeiro e Cesinha Bonilha colados em um “trenzinho animado” para fazer o Top-3.

 

 Esse é o tipo de disputa da Turismo Nacional; Three wide na saída da curva 2 e dois lado a lado atrás (Reprodução: Youtube).

 

A última corrida do dia nas categorias A e B foi mais complicada e os pilotos acabaram dando uma volta a menos, por parte do tempo ter sido gasto atrás do carro de segurança. Mudou o piloto, mas não o carro vencedor. Henrique Basso, que divide o Gol #36 com Nilton Rossoni foi o vencedor, mas sem a folga que seu parceiro impôs sobre o mesmo 2° colocado, Gustavo Del Pizzol, que chegou colado no seu parachoque traseiro, a menos de meio segundo. Guilherme Sirtoli foi o 3°. Já na categoria 1-B, Francisco Meireles venceu mais uma e com folga sobre Rafael Colombari e Faruk Araújo completando o Top-3. O sol já estava se pondo quando a Categoria Super foi fazer a corrida de encerramento da programação do final de semana em Goiânia. Peter ‘Tubarão’ Ferter foi o vencedor após 12 voltas completadas. Luis Ribeiro e Cesinha Bonilha completaram o Top-3.

 

Sessão Rivotril.

Seguindo meu mestre inspirador, está na hora de receitar as pílulas da semana.

 

- Yes, nós temos Big One! O desejo da Stock Car se transformar numa NASCAR teve um lampejo de realização quando resolveram “tocar sanfona” antes do apagar das luzes de largada. Uma dúzia de carros se despedaçou, alguns antes de cruzar a linha de partida. Em oito largadas da Turismo Nacional não tivemos um incidente sequer!

- A pista cheia de destroços de carros da batida na largada e ao invés do Safety Car levar os carros pelo pit lane, passou a procissão inteira sobre a sujeira de metal, fluidos e fibra. Quem era o diretor de prova? Ele mesmo, o PIROCA!

- Direção de jornalismo da Band acertando as coisas: Barraram o Prosdócimo nos comentários da Stock e colocaram o Goleiro de Pebolim.

- Meu moleque ligou a TV no sábado e estava num dos canais globêsticos (a segunda vogal não era bem essa...) onde ele assiste lutas de MMA (pra mim, briga de rua gourmet) e o que aparece? O Nhonho sem sutiã na pré-hora da corrida!!! Meu Jesus Cristo (a expressão com três palavras não era bem essa...) a gargalhada do Ogro ecoou por toda cidade de Palmas!

- E ele repetiu a dose no domingo. Eu só não sei o que é pior, se o Nhonho pagando peitinho ou a Chapolim Colorada falando ao vivo no programa dominical da emissora paulista que não joga pelada?

- Em matéria de transmissão, goleada da Band no canal globêstico: Sinestro, Matuzaleme e o Goleiro de Pebolim na cabine do autódromo. A equipe globêstica (a segunda vogal não era bem essa...) transmitindo do estúdio, com o “comentarista especialista” em casa.

- Comentário que chegou aqui na Rede do Ogro: Piquet Jr. largou a Stock Car e foi ser motorista de Rolls Royce privado! O pai tava muito velho para dar conta do trabalho.

 

Felicidades e velocidade,

 

Paulo Alencar

 

 

Nota NdG: Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do site Nobres do Grid. 

 

Last Updated ( Tuesday, 21 September 2021 11:09 )