Carta ao Presidente Print
Written by Administrator   
Wednesday, 29 August 2018 16:41

Caros Amigos, estamos vivendo um dos períodos pré-eleitorais mais tensos dos últimos 30 anos, arrisco-me a dizer. Entre apologias a extremos, discursos carregados de ódio, mais promessas vazias do que nunca e um quadro de postulantes ao poder que tem tanta presença no caderno de política quanto nas páginas policiais dos jornais (em papel ou eletrônicos), acredito que entre os meus estimados leitores paira a dúvida não apenas em quem vão votar, mas o que será do país depois da eleição de outubro.

 

Apesar de tantas nuvens negras tomando o céu azul anil do nosso Brasil, não podemos perder a fé e a esperança naquelas coisas que pensamos ser o melhor para nós e nossos entes próximos. No caso do nosso meio, o mesmo se aplica. Mesmo com todas as dificuldades, é preciso se pensar o automobilismo e com o mandato do atual presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo chegando à metade, vejo-me na obrigação de enviar uma carta aberta aqui na minha coluna ao senhor Waldner Bernardo de Oliveira.

 

Prezado Presidente,

 

Venho por meio desta, em primeiro lugar, pela forma como o senhor – até o momento – vem conduzindo os assuntos ligados ao automobilismo nacional, buscando colocar o Brasil em uma posição à altura da sua história e importância no cenário internacional.

 

Isto posto, lembro-me de ter acompanhado sua posse, realizada em um dos anexos da Câmara dos Deputados em Brasília, a capital do país, bem como as inúmeras vezes que o senhor foi até o centro do poder (oficialmente) para tratar de assuntos ligados aos interesses da entidade a qual o senhor preside, bem como acompanhado os movimentos da Confederação Brasileira de Automobilismo em conseguir junto ao governo federal, verbas alocadas e acessíveis pela Lei de Incentivo ao Esporte.

 

Gostaria de saber do Sr. Presidente se nestas idas a Brasília o senhor buscou encontrar-se com os candidatos ao Governo do Distrito Federal. O motivo da minha pergunta é muito simples: A capital do país tem um autódromo  “morto-vivo”! Semi-acabado e semidestruído, desde que foi dado início àquela obra com valores superfaturados a exatos quatro anos atrás e que, desde então tornou inativo o Autódromo Internacional Nelson Piquet, o senhor tem ideia do que estão pensando os candidatos ao próximo mandato como governantes do Distrito Federal e como eles enxergam a oportunidade de negócios de um autódromo de alto padrão com a localização do autódromo da capital do país?

 

Segundo a Terracap, autarquia que tem o poder de fazer e desfazer as coisas no Distrito Fedeal, o custo para a reativação do autódromo não chega a 15 milhões de reais (contudo, duvido muito que algum tecnocrata ali instalado, concursado ou plantado por algum cargo comissionado) tenha real noção de quanto custaria e que tipo de obra deve ser feita para colocar o autódromo novamente como opção para o automobilismo nacional e também como uma opção para categorias internacionais.

 

Uma vez em sua campanha o senhor disse que buscaria profissionalizar a gestão do automobilismo nacional e fazer com que, através da ligação com o poder, pudesse ter acesso e influência junto as esferas de governo para fomentar o automobilismo nacional, este é um momento de grande importância, não apenas no Distrito Federal, mas também no Paraná, onde estamos na iminência da desativação do autódromo localizado na grande Curitiba, espaço que vem sido sucateado e tratado com desleixo pela atual administração e que, diante de sua extinção, precisa ser pensada uma alternativa (no estado ou fora dele) para atender a região.

 

O mesmo se aplica ao Autódromo Juarez Távora, na grande Fortaleza, que é de propriedade do governo do estado e mal tem condições de receber as competições locais, para não falar do autódromo da sua cidade natal – Caruaru – que também passa pelos mesmo problemas, como bem retratamos há um ano em matérias do nosso site.

 

Gostaria imensamente de receber uma resposta do senhor Presidente e coloco aqui o espaço para suas colocações sobre os assuntos por mim questionados.

 

Atenciosamente,

 

Agora a palavra é sua senhor Presidente.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva