A teoria da conspiração Print
Written by Administrator   
Thursday, 07 November 2013 21:01

Caros amigos, acredito que todos aqui já ouviram falar, pelo menos uma vez na vida em “teoria da conspiração”. Mas o que seria esta tal teoria? De uma forma geral, seria algo que explicasse qualquer evento histórico ou atual como sendo resultado de um plano supostamente engembrado secretamente, levado a efeito geralmente por “interessados” maquiavélicos e poderosos, tais como uma “sociedade secreta”, um “governo paralelo”ou mesmo poderosos grupos econômicos.

 

As teorias da conspiração são muitas vezes vistas com exagerado ceticismo, sendo por vezes desacreditadas e mesmo ridicularizadas, uma vez que raramente são apoiadas por alguma evidência conclusiva, contrastando com a análise institucional, cujo foco é o comportamento coletivo das massas em instituições conhecidas do público. Contudo, alguns fatos ocorridos no último Grande Premio de Abu Dhabi de Fórmula 1.

 

Talvez seja do conhecimento de alguns dos nossos leitores que a FOM, a empresa do bom velhinho que cuida do dinheiro de todos os meios possíveis e imaginários que ele arranja para “engordar o porquinho”, ao final da temporada distribui prêmios em dinheiro para as 10 melhores equipes da temporada. Como elas são 11, uma fica “chupando dedo”, como naquela brincadeira de dançar em torno das cadeiras.

 

Quanto melhor for a colocação da equipe no campeonato, mais pontos ela fará e mais dinheiro receberá. Certo? Além disso, tem prêmios por vitórias também e neste ano a Red Bull está, literalmente, “enchendo os alforjes da burra”, enquanto outras equipes, outrora grandes privilegiadas, estão vendo esta fonte de dinheiro ficar mais minguada.

 

Com orçamentos anuais que em alguns casos extrapolam a casa dos 300 milhões de dólares (por baixo, há quem fale que passa fácil dos 400 milhões), todo dinheiro no final do ano é bem vindo. Não é a toa que cada vez mais os “pilotos pagantes”, aqueles que tem uma montanha de dinheiro para investir – ou enterrar – na equipe tem sido mais e mais recebidos de portas, braços – e bolsos – abertos.

 

No atual campeonato a Red Bull já ganhou tudo o que tinha de ganhar e ninguém vai mais alcançá-la. Contudo, há uma briga ferrenha pelo segundo lugar no mundial de construtores entre a Mercedes, a Ferrari e a Nega Genii... e a diferença entre terminar o ano como segunda colocada ou quarta colocada passa dos 15 milhões de dólares. Podemos ter certeza de que eles brigarão com unhas e dentes até a última volta da corrida em Interlagos por qualquer mísero ponto que seja.

 

Só que, voltando ao ponto da minha “teoria da conspiração” aconteceram umas coisas no último final de semana que eu ainda não consegui digerir. Fosse com um sal de frutas, fosse com o chá da minha sogra que lava qualquer coisa organismo afora:

 

No sábado, após a vistoria técnica dos carros, Foi feito um teste de carga sobre a seção esquerda da parte frontal do carros 7 (Kimi Raikkonen) e 11 (Nico Hulkenberg)... interessante este teste em 2 carros (e não em todos) e um deles ser de um piloto de uma das equipes que disputam o 2º lugar no campeonato. Foi, então, constatada uma flexibilidade maior do que a permitida no assoalho do carro preto e dourado... e com isso o “tomotodas” perdeu seu tempo de qualificação, sendo jogado para a última posição do grid.

 

Uma punição que seria compreensível e indiscutível, não fosse por um detalhe... na verdade, dois: A equipe de Enstone argumentou que o chassi foi danificado em um impacto com uma zebra, explicação rejeitada pelos comissários. Esta não foi a primeira vez que um carro da Nega Genii viu-se nesta situação. No GP da Hungria, o carro de Romain Grosjean foi reprovado no mesmo teste.

 

A explicação da equipe, naquele final de semana foi a mesma. Ns época, os comissários aceitaram a argumentação e compararam o carro supostamente danificado de Grosjean com o de Raikkonen, constatando que o carro do finlandês estava dentro do regulamento. Desta vez, não quiseram comparar os carros, alegando que o cerro tinha um problema de construção e que isto já deveria ter sido corrigido. O fundo do grid foi mesmo o destino.

 

Muito interessante o rigor com que os comissários trataram o caso, bem como também as saídas de pista durante a corrida, onde os carros que extrapolaram os limites da pista foram punidos com “drive thrus”. Este assunto foi, inclusive, ponto de comunicado da direção de prova antes mesmo dos treinos oficiais.

 

Acontece que, faltando 10 voltas para o final da prova, Fernando Alonso, piloto da Ferrari, entrou nos boxes, trocou pneus e voltou para pista, lado a lado com a Toro Rosso de Jean-Eric Vergne e, utilizando a parte de asfalto exterior ao traçado, efetuou uma perigosa ultrapassagem sobre o piloto francês. As voltas se passaram, a corrida acabou, foi todo mundo para o hotel tomar uns tragos e punição... nem se falou!

 

Todo mundo sabe que o bom velhinho e o Luca di Montezemollo tem uma calorosa relação de “gato e rato”. O chefão da Fórmula 1 não suporta ter que aturar a força histórica e política da Ferrari e, ao mesmo tempo, sabe que não dá pra fazer um campeonato de Fórmula 1 sem a equipe italiana. Assim, vive num moto contínuo de “morde e assopra” com aqueles que, em diversas vezes, foi seu poderoso aliado nas discussões com as demais equipes (apesar de nem sempre ser assim).

 

Ainda faltam duas corridas para o término do campeonato e, exceto pela corrida de Abu Dhabi, se a Nega Genii mantiver o ritmo de recuperação em relação a pontuação conjunta dos dois carros ao final de cada prova, é possível que a Ferrari termine o mundial de construtores como “a pior das primeiras”... ou será que novos “eventos” acontecerão?

 

Afinal, a Ferrari é a Ferrari, e a Nega Genii... como diria Chico (e talvez o Bernie)

“Joga pedra na Genii! Joga pedra na Genii!
Ela é feita pra apanhar! Ela é boa de cuspir!
Ela dá pra qualquer um, Maldita Genii!”

 

Enquanto isso, no balcão do cafezinho...

 

E o cafezinho, que é preto, vai continuar com as cores da Nega Genii, que parece estar vendo uma luz no fim do túnel.

 

Um ‘pseudoamericano’, o Sr. Mansoor Ijaz, dono da Quantum Motorsports, comprou parte do time (35%, segundo a revista inglesa Autosport) de Enstone, e a injeção de capital vai resolver as pendências financeiras da equipe. Isso é o que se comenta na mídia europeia presente na noite de Abu Dhabi, após o GP.


Mansoor Ijaz nasceu em 1961, em Tallahassee, Florida. Seu pai era um físico paquistanês professor da Universidade da Vírginia. Ijaz é tido como um verdadeiro gênio (comprando um time de F1 eu tenho lá minhas dúvidas). Formado em física teórica pela Universidade da Vírginia em 1983, e em engenharia mecânica pelo MIT – Massachusets Institute of Technology – em 1985, e trabalhou como engenheiro de Ciências Neurais na Harvard Medical School-MIT Medical Engineering Medical Physics Program. Ijaz teria inclusive pedido desculpas a Kimi Raikkonen, dizendo que vai acertar tudo com o piloto finlandês antes de sua saída para Ferrari (tudo indica ser este o motivo do finlandês ter confirmado correr nas últimas corridas do ano.

 

Eric Boullier não quis se manifestar sobre o assunto, mas garantiu que a direção da equipe irá fazê-lo. Gerard Lopez continuará como presidente da diretoria da empresa/equipe de F1. Ijaz e o árabe de Abu Dhabi Al Dhaheri, presidente do Al Manhal International Group LLC, irão se juntar ao quadro de diretores da Nega Genii, mas não haverá mudanças na diretoria devido ao acordo.

 

O que pode estar mudando é o “status quo” para a vaga de piloto ao lado de Romain Grosjean. O cockpit estava praticamente vendido para ‘el volante bolivariano’ Partor Maldonado e seu “checão” da PDVSA. Contudo, como agora – aparentemente – dinheiro não é mais problema, a equipe pode optar por um piloto que tenha o talento como seu maior atributo e aos “pachequistas de plantão” que achavam que as chances de Felipe Massa voltariam a crescer, o grupo investidor árabe deixou bem claro e de forma aberta que queria contar com os serviços de um piloto: Nico Hülkenberg!

 

Hülkenberg também sempre foi a preferência de Eric Boullier, que não morre de amores por ‘el volante bolivariano’ Pastor Maldonado... e isso desde a época em que o chefiou na Dams na World Series e no programa de desenvolvimento de pilotos da Renault, em 2005. O problema é que, diante da pindaiba que a equipe passava, a grana preta (como petróleo) estava falando muito alto dentro do time. É... sujou pro lado do Maldonado!

 

Quem também parece estar vendo um horizonte sombrio pela frente são os organizadores dos Grandes Prêmios do Mexico e de Nova Jersey. De acordo com o jornalista britânico Adam Cooper, o calendário definitivo da F1 para a temporada 2014 deve ser confirmado com duas baixas em relação ao pré-calendário divulgado em setembro passado.

 

A saída da prova mexicana deve acontecer por conta de um problema técnico: Hermann Tilke não obteve junto à organização local a liberação para a criação de uma nova área de boxes no circuito Hermanos Rodríguez, bem como também para pequenas alterações no traçado. As obras deveriam ser concluídas até o mês de novembro, mas nem sequer tiveram início.

 

Já o caso de Nova Jersey não é nenhuma novidade...  os organizadores da corrida ainda não conseguiram amealhar o capital suficiente para “organizar adequadamente” (leia-se pagar o bom velhinho) a etapa nas ruas da cidade norte-americana, e sua saída do calendário, mais uma vez, já é dada como certa. Isso pode antecipar em uma semana a realização do GP do Brasil, de 30/11 para 23/11.

 

Se isso vai ser uma dor de cabeça para o bom velhinho, vai depender do que estará acontecendo na Inglaterra. Enquanto a lerdíssima e quase brasileira justiça alemã arrasta o processo do suborno ao banqueiro alemão Gerhard Gribkowsky, proprietário do banco de investimentos BayernLB, em seu país natal a corte é rápida como um RB9.

 

No primeiro dia de julgamento, na Corte de Londres, por conta da suspeita de participação no esquema de corrupção na venda das ações da F1 com preços sobrevalorizados, Bernie Ecclestone negou ter subornado Gerhard Gribkowsky, contudo posando de vítima, o pobre velhinho admitiu que pagou 10 milhões de libras ao banqueiro alemão por conta da chantagem deste, por recebido ameaças do banqueiro em relação a assuntos fiscais de sua família.

 

Pelo lado da acusação, Philip Marshall, representante do grupo de mídia ‘Constantin Medien’, afirmou que a empresa foi seriamente prejudicada por conta do suposto suborno e alegou que a negociação se deu “sem o processo normal e adequado”. A indenização que o grupo espera receber chega à casa de 90 milhões de libras!

 

Robert Miles, o advogado de defesa de Tio Bernie, afirmou que a ‘Constantin Medien’ não foi lesada, uma vez que não houve conspiração e não houve intenção de prejudicar o grupo de comunicação, que segundo Miles, não sofreu nenhuma perda financeira.

 

O negócio tá tão feio que, saindo do tribunal, o bom velhinho se enrolou todo com uma porta giratória e não sabia mais para que lado estava indo... era caduquice ou jogo de cena?

 

Quem sabe para onde está indo é a Mercedes e sua categoria de turismo monomarca para pilotos não profissionais e endinheirados. A montadora apresentou como novidade para a temporada 2014 o CLA 45 AMG Racing Series, carro que integrará o remodelado Mercedes-Benz Challenge – atual Mercedes-Benz Grand Challenge.


O novo carro foi desenvolvido pela AMG, a divisão esportiva da montadora, e conta com motor 2.0 turbo, de 360 cavalos, tração integral, câmbio de sete marchas e suspensão ajustável. Mas o modelo utilizado até este ano, o C 250 Turbo, não será descartado. Os dois correrão juntos no novo campeonato, mas haverá uma divisão de categorias: C 250 Cup, para o carro antigo, e CLA AMG Cup, para o CLA 45 AMG Racing Series.

 

Quem parece ter sido descartada foi a Loyal SPE, organizadora do Sulamericano de Gran Turismo: Embora o calendário não tenha sido divulgado, a marca germânica anunciou que o Mercedes-Benz Challenge terá oito provas, com duração de 45 minutos cada, com cada carro poderá ter dois pilotos, que se alternarão ao volante durante as etapas.


Além disso, a montadora anunciou que grande parte das provas acontecerá em conjunto com o Brasileiro de Marcas e F3 Sul-americana, com algumas etapas acontecendo junto com a Stock Car, corroborando para o rumores de que o campeonato de Gran Turismo está com os dias contados. Tomara que não!

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva