A estrela da companhia Print
Written by Administrator   
Thursday, 27 February 2014 02:24

Caros amigos, um dos pratos mais conhecidos da culinária mineira é o frango com quiabo. O vegetal em questão tem uma estranha propriedade: solta um líquido que é capaz de deixar qualquer coisa extremamente escorregadia. Mais escorregadio do que a chamada “baba de quiabo” talvez só mesmo o Bernie Ecclestone!

 

Enrolado até o último fio de seus grisalhos cabelos, destituído do seu poder decisivo na administração da Fórmula 1, o bom velhinho está longe de perder seu brilho, sua força, seu carisma e sua cara de pau.

 

Na semana passada ele consegui escapar do processo em que estava sendo movido contra ele na Alta Corte de Londres. Era uma ação milionária onde um ex-acionista da Fórmula 1 – a empresa de mídia alemã Constantin Medien – processou Bernie e outros réus em 144 milhões de dólares, alegando que foi prejudicada no momento da venda da maior categoria do automobilismo ao grupo de investimento CVC.

 

Bernie Ecclestone foi acusado de fazer parte de um "acordo corrupto" para facilitar o negócio. No julgamento que durou de outubro a dezembro, a Alta Corte, de fato, reconheceu que o processo envolveu corrupção, mas entendeu que a Constantin Medien não perdeu dinheiro com o resultado da venda. O bom velhinho admitiu durante o julgamento de Gribkowsky que fez os pagamentos para evitar que o banqueiro o entregasse às autoridades por conta de questões fiscais.

 

Com tudo isso, qualquer ser humano normal seria condenado, não? Mas quem disse que ele é um ser humano normal? O Juiz do caso – Guy Newey – proferiu, durante a leitura da sentença que “os pagamentos foram um suborno. Eles foram feitos porque Bernie Ecclestone tinha um acordo corrupto com o Gribkowsky em maio de 2005, no qual o banqueiro foi recompensado por facilitar a vendas das ações do BayernLB na F1 a um grupo da preferência de Ecclestone”. Contudo, ao proferir a sentença, afirmou tratar-se de um “acordo corrupto” e não de um ato... e inocentou o bom velhinho!

 

Se deste processo ele escapou, do próximo, na Alemanha, com data marcada para o final de abril deste ano, as coisas podem ser até mais simples: um acordo financeiro pode resolver tudo e Bernie Ecclestone pode até nem ter que sentar no banco dos réus.

 

É ou não é liso?

 

Mas Bernie tem outras facetas. Uma delas é um lado extremamente polêmico. Ele gosta – e muito – de uma polêmica. A última foi em relação a lei antigay, recentemente sancionada pelo governo russo, e demonstrou apoio às opiniões expressadas pelo presidente do país, Vladimir Putin.

 

Ex marido de uma super modelo que tinha o dobro de sua estatura, com quem teve duas filhas bonitas e hoje, casado com uma brasileira que tem menos 1/3 da sua idade, em uma entrevista para a CNN, Bernie explicou: não disse que não concorda com homossexualidade, apenas que não quer essas coisas divulgadas para uma audiência menor de 18 anos. Ele afirmou concordar totalmente com esses sentimentos e que, se for feito um censo, 90% do mundo concorda com isso também.

 

Além de elogios a Putin, o bom velhinho já elogiou algumas atitudes de outros líderes mundiais ao longo da história que seriam de causar calafrios em muitas pessoas... e das mais diferentes ideologias políticas, como Margaret Thatcher, Saddam Husseim e – pasme – Adolf Hitler. Ele afirma gostar daqueles que governam com “mão de ferro”.

 

Nesta semana ele respondeu, com um enorme sarcasmo, uma declaração de Eddie Gossage, chefe do Texas Motor Speedway. Este ano o GP dos EUA vai coincidir com a Texas 500. Os dois circuitos estão separados por 391 km e estão no mesmo estado. O dirigente local declarou que a atitude da FOM de marcar a corrida na mesma data não era uma decisão inteligente e que a entidade faz coisas idiotas.

 

A resposta de Bernie Ecclestone foi sensacional: ele explicou como se falasse com uma criança, que as dificuldades logísticas da categoria estão muito além das que a NASCAR teria. Afinal, a F1 precisa deslocar-se usando seis jatos jumbo para levar todo o seu equipamento, e por isso precisa encontrar a maneira mais sensata de usar estes recursos. Para se deslocar de um país para o outro, dependemos de aeroportos, que podem ou não ter problemas, problemas do tipo que a NASCAR não tem.

 

Pra encerrar a conversa, o bom velhinho afirmou que não haveria interferência nos públicos dos dois eventos distintos e que não competem entre si, mesmo realizados no mesmo dia. Afinal, eles realizarão uma etapa doméstica nos EUA, enquanto nós disputamos um Mundial. Sensacional, não?

 

Mas a melhor deste ano foi sem sombra de dúvidas o que ele disse que à CNN sobre a sua sucessão: “Eu não faço ideia de quais atributos são necessários. É como dizer que precisamos de alguém para substituir Frank Sinatra, sabe? Para alguém ocupar um cargo alto na China ou no Japão, precisa ser mais velho do que sou – o lado bom é que você não vai tê-los por muito tempo”!

 

Digam o que quiserem, mas ele vai deixar um vazio quando sair de cena. Mesmo sem ser piloto, ele é a estrela da companhia.

 

Enquanto isso, no balcão do cafezinho...

 

Essa semana foi quente no mundo das quatro rodas e o mais chocante foi, com certeza, a apreensão de um caminhão 8x8 de apoio da equipe Epsilon em seu retorno do “DE CÁ”. O veículo, que foi despachado de Valparaíso, no Chile, para o porto de Le Havre, na França, após o fim da competição.

 

Horas após o desembarque, três espanhóis foram presos, entre eles David Oliveras, fundador e proprietário da equipe. Além desses, foram detidos Xavi Mora, um dos coordenadores da estrutura e quem deveria conduzir o caminhão desde o porto de Le Havre até a Catalunha e um número não de vulgado de búlgaros, considerados os chefes da quadrilha.

 

Mil e quatrocentos Kg da droga estava embalada em três camadas de plástico e escondida entre os pneus que estavam no baú do caminhão. Segundo a Central Antidrogas da França. Uma ação articulada por autoridades francesas, espanholas e búlgaras permitiu identificar que a droga, procedente da Bolívia e da Colômbia, tinha sido embarcada no Rio Nevado e ideia era levá-la até a Espanha via porto Le Havre.

 

Nesta semana os carros da Stock Car estiveram no Autódromo Internacional de Curitiba para os testes pré-temporada da categoria. Nestes dois dias de treinos, além dos novos pilotos terem a chance de ir para pista em suas novas equipes, além das novidades, vai ser o primeiro contato de todos com o novo pneu traseiro, um pouco maior que os usados até o ano passado. Este será apenas um pneu para pista seca. O pneu para chuva continuará o mesmo.

 

Entre as novidades, Felipe Fraga e Gabriel Casagrande, vindos do Brasileiro de Turismo e ter os carros – completamente brancos, sem patrocínio – de Rafael Suzuki e Bia Figueiredo. Depois de dois dias de testes, o melhor tempo – de Daniel Serra – foi mais alto do que o melhor tempo já obtido na pista pelos carros da categoria... estranho, não?

 

O imbróglio do final do Brasileiro de Turismo continua. A Comissão Disciplinar do STJD julgou improcedente o recurso da equipe e de Marco Cozzi sobre a decisão que puniu Gabriel Casagrande, que também disputava o título e foi punido com um acréscimo de 20 segundos ao seu tempo total de prova por um acidente justamente com Cozzi, seu companheiro de equipe, quando disputavam a liderança da corrida.

 

A decisão confirmaria o título de Felipe Fraga, mas após a decisão. A equipe Carlos Alves e o piloto Marco Cozzi recorreram contra essa decisão e, com isso, um novo julgamento, no Superior Tribunal de Justiça Desportiva adiará por mais algum tempo a definição do título. Marco Cozzi correrá novamente o Brasileiro de Turismo este ano.

 

Outro caso que esteve em evidência com relação à CBA, o de Pedro Piquet na Nova Zelândia, continua rendendo discussões... menos da parte dos Piquet. Estes, pelo contrário, continuam seguindo a vida e é nesta filosofia que Pedro Piquet, de 15 anos, disputará a temporada da “nova” Fórmula 3 Brasil pela equipe Cesário Fórmula.

 

O primeiro contato – oficial – de Pedro com o carro será nos dias 12 e 13 de março, em Campo Grande (MS). Além de participar de todas as provas, o garoto também cumprirá vários períodos de testes, mesmo antes de completar 16 anos, o que pode soar estranho, pois este foi o motivo que o impediu de continuar participando do Toyota Racing Series em janeiro, na Nova Zelândia.

 

O Código Desportivo do Automobilismo, Seção 7, Artigo 30.1 diz que o piloto poderá correr de monopostos no ano em que completa 16 anos. Esta proposta foi levada para votação no Conselho Mundial da FIA, mas foi voto vencido segundo informou o presidente da CBA, Cleyton Pinteiro. Por não ter sido alterada a legislação internacional, a licença internacional de Pedro, que já tinha sido emitida para agilizar o processo e permitir sua participação na disputa na Nova Zelândia teve então que ser retirada.

 

Dentro daquilo que nos foi falado na matéria “Frente a Frente com o Presidente”, a Fórmula 4 começa a se estruturar no Uruguai. Já existe um site na internet (www.f4sudamericana.com) onde há um calendário divulgado e um noticiário sobre novo campeonato que está dentro do planejamento da FIA para padronizar as competições nas categorias de acesso.

 

Na F1, quando o amigo leitor estiver lendo esta coluna, estará começando a terceira e última chance para as equipes testarem seus carros para o mundial da categoria. Os testes serão novamente no Bahrein e enquanto as equipes que usam os motores Mercedes estão “nadando de braçada” a Ferrari tenta andar mais e mais rápido enquanto as equipes com os carros que usarão motores Renault tentarão ao menos andar!

 

O carrancudo Helmut Marko foi forçado a “calçar as sandálias da humildade” e admitir que a equipe austríaca está com um problema sério em seu projeto. Entre todas as equipes que usam motores franceses, a Red Bull foi a que menos voltas conseguiu completar nos dois períodos de treinos anteriores. Além disso, o melhor tempo obtido por Sebastian Vettel, comparado com o feito por Nico Rosberg no Bahrein na semana anterior, ficaria acima do limite de 107%, o que no caso fosse um treino oficial para um GP, deixaria o tetracampeão do mundo fora Ca corrida! Uma situação que lembra – de forma piorada – o que aconteceu com a Ferrari em 1980, que depois de vencer o campeonato de 1979, sofreu com o regulamento do ano seguinte e seus carros povoaram as últimas filas do grid, com Jody Scheckter ficando fora de algumas corridas.

 

A Pirelli prometeu pneus mais resistentes e fáceis de gerenciar para 2014 e acredita que cumpriu bem esse objetivo diante dos resultados dos testes desta pré-temporada. A fabricante terminou confiante a primeira semana de trabalhos em Sakhir, no Bahrein.

 

Ao contrário do que ocorreu nos últimos anos, a performance dos pneus não está em foco – ainda – nos testes. Este está nos novos motores e seus ERS. Contudo, Paul Hembery acredita que com o desenvolvimento dos bólidos, o impacto sobre os compostos será maior... e as cobranças também.

 

De acordo com dados fornecidos pela fabricante, as diferenças entre cada um dos quatro tipos de composto foram as seguintes: 0.7s entre os supermacios e os macios, 1.2s entre os macios e os médios, e 1.3s entre os médios e os duros. Os pneus supermacios e macios duraram 16 voltas nos ‘stints’ mais longos realizados nos últimos quatro dias, ao passo que os médios e os duros foram utilizados por, no máximo, 22. Contudo, como os carros estariam andando “mais lentos do que em tese podem”, na visão dos engenheiros da Pirelli, isso pode mudar. Mas algo está sendo visto de forma muito positiva: o nível de esfarelamento dos pneus diminuiu abruptamente, o que deixará a pista menos suja em relação aos anos anteriores.

 

Está todo mundo comemorando a entrada de Felipe Nasr como piloto de teste na equipe Williams, que tem Felipe Massa como piloto titular, que assinou contrato com a Petrobras, que vai ter publicidade do Banco do Brasil... mas não é o caso de sair gritando “Ahá, uhu, a Williams é nossa!”

 

A Williams anunciou na última segunda-feira que Susie Wolff, pilota reserva da esquadra, participará do primeiro treino livre dos GPs da Inglaterra e da Alemanha. Mais: um dos oito dias de testes disponíveis durante o Mundial deste ano será entregue à britânica, que dividirá as funções de ‘test driver’ com Felipe Nasr. Ou seja, ele trate de andar mais do que a colega se quiser sonhar em um dia ser piloto titular.

 

Outro assunto que vem sendo discutido na F1 é uma mudança no sistema de treinos: As mudanças alterariam o tempo de pista aberta em duas das três partes da classificação. O Q1 passaria para 18 minutos, dois a menos que no atual formato, o Q2 seguiria com 15 minutos e o Q3 passaria a ter 12 minutos, dando mais possibilidades para a obtenção da pole, segundo a revista alemã ‘Auto Motor und Sport’.

 

Além disso, os pilotos classificados para o Q2 vão receber mais um jogo de pneus, porém, aqueles que avançarem para o Q3 deverão utilizá-lo no sábado. A mudança evita que alguns pilotos fiquem durante toda a sessão decisiva nos boxes, poupando os pneus para a largada.

 

Se a alteração for aceita, os dez melhores pilotos na classificação largam com os pneus que realizaram a volta mais veloz no Q2.

 

O Mundial de Endurance terá uma importante alteração em seu regulamento. Após a complicada corrida em Fuji no ano passado, o WEC adotou medidas para não mais conceder pontos aos pilotos em corridas que não acontecerem normalmente. O resultado oficial da corrida só fará direito a pontuação pela metade, caso o líder da prova complete, pelo menos, duas voltas na ponta sem a presença do safety-car a sua frente.

 

A grande diferença do novo regulamento em relação ao antigo é que, antes, bastava a corrida ter início atrás do carro de segurança. A pontuação pela metade é aplicada quando a etapa não conclui 75% de suas voltas ,mesmo que fosse com o safety car, como aconteceu na etapa do Japão do ano passado, onde foram dadas 16 voltas com o carro de segurança e a prova foi encerrada com bandeira vermelha por falta de condições meteorológicas.

 

E passados quase dois meses, o caso Schumacher tem mais um mal explicado capítulo: O processo de despertar de Michael Schumacher foi interrompido, de acordo com a revista alemã ‘Focus’. A informação, contudo e como sempre, foi desmentida pela assessora de imprensa do piloto, Sabine Kehm.

 

De acordo com a publicação, a decisão dos médicos do Centro Hospitalar Universitário de Grénoble se deu devido a complicações que surgiram no quadro do alemão. A assessora de Schumacher voltou a repetir que o processo de saída do coma pode levar muito tempo, “o que, para nosso pesar, está levando a muitas interpretações erradas.” Como sempre, ela disse que o estado de saúde do heptacampeão continua inalterado: crítico porém estável.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva 

 

 

Last Updated ( Thursday, 27 February 2014 02:37 )