Nosso papel como imprensa! Print
Written by Administrator   
Wednesday, 06 July 2016 23:57

Caros amigos, neste último final de semana estive conversando com nosso Editor Adjunto, Paulo Alencar, sobre a retomada da Seção “Setor G”, parada há um ano e meio, desde a conclusão da série homenageando a conquista do segundo título mundial de Fórmula 1 por Emerson Fittipaldi.

 

Separados por 1.700 quilômetros em nossa sala de redação virtual, que tem aquele ar de boteco mineiro, pelo menos aos meus olhos, em dada altura começamos a comentar, com saudosismo, como era bom o tempo que a Revista Quatro Rodas tinha a seção “Alta Rotação”, em alguns meses com mais de 50 páginas.

 

Algumas semanas atrás, uma onda de indignação tomou conta do meio dos fãs de automobilismo quando o nosso colega de participação em enquetes e jornalista do Sportv, Fabio Seixas anunciou o fim de sua coluna semanal na Folha de São Paulo, vimos mais um capítulo do trágico enredo protagonizado pelos veículos de imprensa escrita – digamos – convencionais (jornais e revistas), que foi reduzindo o espaço dedicado ao automobilismo até o seu total desaparecimento.

 

De certa forma, isso aumentou a procura pelos veículos de mídia eletrônica, que tem uma agilidade muito maior do que os meios convencionais, bem mais à altura da avidez pela qual os que buscam notícias sobre nosso esporte acelera com seus mouses, telas e smartphones. E com este direcionamento, vem a responsabilidade e igualmente a cobrança na veracidade, na velocidade e na imparcialidade destes veículos.

 

Em nossa conversa, Paulo Alencar chamou minha atenção para o fato do maior portal de automobilismo do país ter esquecido de colocar na sua página de divulgação de eventos na televisão do final de semana. Tudo bem, acontece. Eles são humanos, esquecimentos podem acontecer. Mas nosso integrante do planalto central é mais malicioso do que eu supunha e logo emendou: “eles esqueceram também de anunciar a etapa anterior, em Goiânia”... o raio cair duas vezes no mesmo lugar não é algo comum.

 

Terça-feira então decidi abrir o referido portal e ver em seu “menu” de categorias, como estava sendo a cobertura deles, que tem sua essência no noticiário dia-a-dia do automobilismo e percebi que, entre a cobertura dada à Fórmula Truck e à Stock Car havia uma enorme diferença. Enquanto a principal categoria da VICAR recebia nos finais de semana de corrida mais de uma dezena de artigos, além da cobertura “in loco” em suas etapas, a cobertura da Fórmula Truck recebia apenas uma matéria no final de semana inteiro. Quase como uma “nota de rodapé”, como algo escrito apenas para não passar em branco por completo.

 

Bastaram um par de horas e algumas trocas de email com alguns dos nossos leitores mais assíduos para ter revelado aquele que parece ser o motivo da falta de cobertura e notícias sobre aquela que é a categoria mais público leva aos autódromos no país. Apesar de acreditar nas informações prestadas pelos nossos estimados leitores e seguidores do site, era difícil assimilar que o motivo da pouca divulgação da Fórmula Truck seria uma desavença entre a chefia do portal com a assessoria de imprensa da categoria.

 

Independente do tamanho desta possível desavença, a pergunta que deixo esta semana é: será que diante de um esporte que faz de suas vidas o ganha pão e que a cada ano que passa parece estar mais atolado em uma crise de falta de recursos, de patrocínios, numa encruzilhada chamada necessidade gritante de redução de custos, não estarão eles agindo contra o esporte que permite o pagamento de suas contas?

 

É preciso que os que fazem o trabalho de divulgação do automobilismo, divulguem o automobilismo. Noticiem o automobilismo. Promovam o automobilismo. Se aqueles que devem fazê-lo não o fazem, o que podemos esperar daqueles que já o deixaram de lado? Que voltem a noticiá-lo? Mais fácil ver o nosso esporte minguando como minguaram as páginas da seção “Alta Rotação”.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva

  
Last Updated ( Thursday, 07 July 2016 12:54 )