A importância do gerenciamento de carreira Print
Written by Administrator   
Wednesday, 14 August 2019 22:36

Caros Amigos, tenho dois filhos em idade de começar a pensar nos caminhos a se tomar na vida. Ambos no ensino médio, com a mais velha concluindo este ano e com muitas dúvidas sobre o futuro e qual o melhor caminho a ser tomado.

 

Enxergo dois desafios diante desta geração que a minha e a de muitos dos meus estimados leitores não tiveram que é a velocidade com a qual o mundo está se transformando e como as perspectivas profissionais estão mudando. Evidentemente o mundo ainda precisará de médicos, engenheiros, advogados, economistas, administradores, mas o leque de novas possibilidades para estes jovens parece ilimitado... e crescendo!

 

Mesmo se formos pensar nestas que vou chamar de “profissões tradicionais”, o perfil que está sendo exigido dos profissionais destas áreas está cada vez mais amplo, com uma necessidade de flexibilidade que boa parte das escolas (universidades) está tendo dificuldades de assimilar. É um processo fluido, veloz e que pode – e vai – fazer diferença entre o que um aluno começou a aprender no ensino fundamental aos 8 anos e o que ele terá que ter como base no final do ensino médio aos 18.

 

A profissão de piloto de corrida também mudou drasticamente nas últimas décadas e sofreu um processo de profissionalização de bastidores ainda maior nos últimos anos com o surgimento dos agentes e representantes, sem falar dos – na minha opinião – controversos “programas de jovens pilotos”, que vem alavancando nomes, bloqueando outros e tirando a possibilidades de reais avaliações de alguns jovens que não tiveram as oportunidades que outros tiveram.

 

Um outro risco deste processo é o mal planejamento. Gestão de carreira é a combinação de planejamento estruturado e a escolha ativa de gerenciamento dos próprios rumos profissionais. A implementação de uma estratégia de carreira através da aplicação de táticas em relação à orientação de carreira escolhida. Dentro deste modelo, existe a orientação de carreira, dentro do plano de carreira, dentro da gestão de carreira. A orientação de carreira refere-se ao design geral ou padrão da carreira, moldado por metas e interesses específicos e identificáveis ​​por posições específicas que incorporam essas metas e interesses (ou seja, seus gostos, suas aptidões, suas competências, seus caminhos, por onde você quer seguir e por aí vai).

 

Toda esta explanação foi feita para chegar ao ponto da encruzilhada profissional como estou vendo o futuro de Pietro Fittipaldi, piloto de desenvolvimento da Haas e que hoje está competindo no DTM. A situação do jovem brasileiro e herdeiro do mais importante sobrenome do nosso automobilismo que, definitivamente, não teve o devido planejamento de carreira para obter a superlicença, que está fazendo falta e pode atrapalhar seus planos de chegar a condição de piloto titular na Fórmula 1.

 

Depois de vencer a World Series V8 3.5, um campeonato que estava esvaziado, mas que ele venceu com méritos em 2017, no ano seguinte, ao invés de buscar uma categoria para conseguir os pontos que faltavam para chegar aos 40 pontos necessários para poder disputar um GP de Fórmula 1. A regra da FIA, que tem um senso lógico quando quis impedir adolescentes assumindo um volante de um carro de 1000cv, está – de certa forma – complicando o processo de renovação da categoria quando olhamos para as possibilidades e não há um leque de nomes disponíveis, apenas alguns nomes.

 

Neste ano a FIA, sensível à situação e vendo um problema que poderia acontecer para as equipes, criou uma “alternativa” para que pilotos precisando de alguns pontos para completar os 40 exigidos no intervalo de 3 anos pudessem somar pontos fazendo quilometragem nos treinos livres das sextas-feiras. No caso de Pietro Fittipaldi, faltam 4 pontos, mas estes precisam ser conquistados este ano, uma vez que seu maior montante de pontos foi em 2017.

 

A performance de Pietro no DTM, exceção feita a uma corrida em que ele correu na equipe de Keke Rosberg e conquistou um 5° lugar, foram poucos os pontos somados por ele no duro e equilibrado campeonato, onde vale frisar que pilotos vitoriosos na Fórmula 1 não conseguiram ser campeões na categoria, casos de Mika Hakkinen e Ralf Schumacher, por exemplo.

 

O problema é que – por mais que alguns profissionais de mídia não encarem o assunto fé forma direta – houve um evidente mal gerenciamento da carreira do piloto e em vista de suas performances no DTM, não sei até onde, pelo aspecto técnico, Guenther Steiner trocaria um dos seus atuais pilotos por ele. Pelo lado “emocional”, talvez, a substituição pacifique as coisas na pista, mas seria essa a prioridade da equipe?

 

Caso ao final do ano Pietro perca a oportunidade de se efetivar como piloto titular da Haas, alguém precisará ser responsabilizado por isso.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva