As mirabolantes conspirações e os especialistas da internet Print
Written by Administrator   
Wednesday, 02 October 2019 23:07

Caros Amigos, decidi usar a habitual chamada do nosso chefe, o General Fernando, que não teve condições de escrever a sua coluna semanal por motivos de saúde. Desejo aqui melhoras e uma rápida recuperação. Temos nossas discordâncias, mas no fundo há um respeito deste soldado do seu exército.

 

O leitor já deve ter percebido, pelo tipo de título, que a pegada da coluna vai ser outra então, como eu comecei a colocar na nossa newsletter quando era editor chefe e que a atual editora manteve a chamada: aperte bem o seu cinto de seis pontos que nós vamos acelerar.

 

Eu assisti a última corrida da Fórmula 1 no VT, logo em seguida da corrida da Fórmula 2 porque acordar as 8 da madrugada no domingo pra ouvir “adivinha de quem” é muito para minha cabeça e para outras partes do meu corpo. Assistindo no VT, e em homenagem ao país local na companhia de uma garrafa de vodka que dormiu no freezer (para quem gosta, recomendo), que secou antes da última volta.

 

Deve ter acontecido alguma coisa muito estranha entre a transmissão ao vivo e no VT. Comecei a pensar nisso nas coisas que li durante a semana, depois da corrida. Algumas, colocações e abordagens excelentes como a do Livio Orrichio e do Castilho de Andrade. Outras, respectivos pontos de vista, que mesmo discordando, há que se dar um crédito “pelo conjunto da obra” a quem se manifestou. Mas o que choveu de teorias da conspiração e o que viajaram na maionese foi pra matar qualquer um de rir.

 

Quando o carro do Darth Vettel apareceu parando na área de escape, com o rádio falando “stop the car”, alguma coisa (que provavelmente nunca saberemos a verdadeira causa) séria aconteceu. Afinal, o ponto onde ele parou foi a 100 metros da entrada dos boxes e se fosse possível, certamente a Ferrari “arrastaria” o carro até lá. Achar que o piloto alemão teria esse requinte de maldade de pensar naquele momento que “se eu não ganho a corrida o moleque também não vai ganhar” é querer chamar o mundo de burro, mas não faltou gente relembrando as disputas do tetracampeão com seu companheiro de equipe na Red Bull, Mark(eting) Webber.

 

O ambiente na Red Bull era completamente diferente. O, na época, Baby Vettel era o queridinho da equipe, o piloto do programa, o potencial campeão enquanto o australiano “veio no pacote”, quando os austríacos compraram a equipe Jaguar. Havia uma conivência com tudo o alemãozinho fazia e uma perseguição ridícula e absurda por parte do velho caolho contra o piloto australiano que, se fosse comigo, deixava o velho cego do tamanho do murro que eu daria no olho bom.

 

Mas o melhor ainda iria por vir: com a entrada do virtual safety car, Neguin Hamilton teria a chance de entrar nos boxes, trocar pneus e voltar na frente do principezinho monegasco, mas ainda com os carros na condição de redução de velocidade obrigatória, George Russel  enfiou sua Williams em uma barreira de pneus e o safety car de verdade foi pra pista, impondo uma redução maior de velocidade... e aí o tsunami de maionese inundou as redes sociais.

 

George Russel, o Thunderbird (a galera mais velha que lembrar, vai ver que ele é a cara dos personagens daquela série com bonecos que meu filho me mostrou uma versão em computador que passou em um canal infantil por assinatura) é piloto do programa de talentos da Mercedes e foi colocado na Williams para poder andar na F1 depois de vencer o campeonato da F2 e ele teria recebido ordem para criar uma condição de safety car como o Nelsinho Piquet fez no Singapura Gate para beneficiar D. Choronso das Lamúrias.

 

Eu não sei o que esse povo bebe, fuma ou cheira, mas coisa boa não pode ser para dar esse tipo de efeito colateral. A Ferrari, além de estar mais rápida (pelo menos em treino) parou de meter os pés pelas mãos nas estratégias e a infelicidade do ocorrido com o carro do Darth Vettel acabou tirando a vitória do principezinho monegasgo, mesmo que eles tivessem trocado de posição logo depois da largada como havia sido previamente combinado (e nessa hora o alemão fez jus ao meu apelido pra ele), não haveria como ele ter segurado a primeira posição.

 

A única coisa certa depois desta corrida na Rússia é que agora temos uma guerra aberta dentro da casa de Maranello e se ainda havia algum respeito por parte do principezinho pelo Tio Seb, esse acabou na 4ª volta da corrida do domingo passado. O que vai acontecer em Suzuka, uma pista onde ele só correu uma vez, no ano passado com a Alfa Romeo, tem dois caminhos e ambos podem beneficiar a Mercedes: a disputa interna na Ferrari pode comprometer qualquer estratégia e a postura de um piloto ou do outro pode comprometer o trabalho do tio do Harry Potter que depois das bobagens cometidas na primeira metade do campeonato, parecia ter aprendido como fazer as coisas funcionar.

 

E eu vou ver a corrida no VT novamente. Não vou ficar acordado na madrugada para ouvir a narração sabe de quem.

 

Felicidades e velocidade,

 

Paulo Alencar 
Last Updated ( Thursday, 03 October 2019 16:16 )