Um adversário invisível à espreita Print
Written by Administrator   
Wednesday, 23 December 2020 21:26

Caros Amigos, O ano de 2020 está terminando e, se ao frio olhar sobre os números podemos nos considerar vencedores por estarmos aqui, vivos, escrevendo e lendo esta coluna semanal, passamos por aquele que, sem sombra de dúvidas, foi o ano mais duro de nossas vidas como sociedade.

 

A terrível pandemia do vírus Covid19 que atingiu todos os continentes do nosso planeta mudou duramente nossas vidas. Afastou-nos de nossos familiares, cobriu nossos rostos com máscaras, restringiu nosso direito de ir e vir, sem falar da angustiante contagem diária de óbitos, que no fechamento desta coluna se aproximava de 190 mil vítimas.

 

Todos os seguimentos da vida humana foram atingidos e o propósito regular desta coluna semanal não teria como passar incólume. As principais competições do automobilismo e motociclismo foram duramente atingidos e para conseguir fazerem alguma coisa e salvar o ano esportivo e comercial (não esqueçamos que o esporte a motor é um seguimento da indústria do esporte e do entretenimento que movimenta bilhões de dólares anualmente), os profissionais envolvidos – desde os promotores das categorias, dirigentes esportivos e indo até os mecânicos de todas as equipes – fizeram um trabalho que exigiu um enorme desgaste e sacrifício da parte de todos para que as temporadas acontecessem.

 

O final de 2020 começou repleto de esperança, com as principais categorias do automobilismo mundial – e algumas no Brasil – divulgando as datas do calendário proposto para 2021, algumas apresentando os seus calendários provisórios com um planejamento normal, como se tudo pudesse acontecer dentro do que muitos passaram a chamar de “o novo normal”, com os autódromos fechados ou – no máximo – recebendo um público reduzido.

 

Entretanto a situação vem mudando rapidamente nessas últimas semanas e as consequências começam a surgir, com o fechamento das fronteiras no Reino Unido e o anunciado adiamento da abertura da temporada da Fórmula E no Chile, que estava marcada para os dias 16 e 17 de janeiro, assim como a solicitação para o adiamento da etapa da categoria no próprio Reino Unido.

 

No oriente médio, a Arábia Saudita fechou suas fronteiras na última segunda-feira e o Dakar, que desde o ano passado passou a ser disputado em seu território corre o risco de ser adiado e até mesmo cancelado, certamente deixando toda a comunidade do esporte a motor de sobreaviso diante da indefinição do que pode acontecer nos próximos meses, mesmo com o início da vacinação a nível global.

 

É evidente que o grande adversário da economia, da vida e do esporte mundial vai continuar a ser o coronavírus em 2021 – e mesmo em 2022 – exigindo da parte de todos mais sacrifício, mais esforço e mais criatividade para tentar fazer o modelo de vida e o modelo de negócios – não apenas do esporte a motor – funcionar e continuarmos atravessando este momento que nossa geração jamais viveu.

 

Certa vez Jackie Stewart confessou que a pintura negra da Lotus era um problema para ser identificada nos retrovisores em relação à distância e profundidade. No momento, temos um adversário invisível no nosso vácuo e não podemos deixá-lo ultrapassar.

 

Um abraço, até a próxima e um feliz natal a todos,

 

Fernando Paiva


Last Updated ( Thursday, 24 December 2020 09:25 )