Jean Todt e a importância de um legado Print
Written by Administrator   
Wednesday, 25 August 2021 21:51

Caros Amigos, A vida é feita de ciclos, pois qualquer coisa que começa em nossa existência, um dia termina. O termo “ciclo” pode gerar uma imagem errada. Quando falamos em ciclo isso pode ser confundido com um círculo (que não tem início e fim ou que qualquer ponto pode ser início ou fim) ou como um fenômeno periódico, com início, fim e uma nova repetição.

 

Um ciclo de vida é algo que, ao ser encetado, abre uma categoria com uma cadeia de eventos que só poderiam ser começados, naquelas condições, com este acontecimento primeiro. Dentre algumas definições, é possível compreender o ciclo como sendo um conjunto de fatos que se sucedem no tempo, evoluindo e se transformando e que, ao atingir o estágio final.

 

Depois de quase 12 anos no cargo de Presidente da FIA, Jean Todt está entrando em sua última volta como presidente da FIA, com apenas mais seis meses antes de mandato, o workahólico Todt conquistou muito durante sua gestão e, em particular, ele se baseou nas conquistas de seu antecessor em questões de segurança nas estradas, no trânsito urbano e nas pistas de corridas. Muitos não sabem, mas a FIA não cuida apenas de corridas.

 

Seu antecessor, Max Mosley, disse que queria seu legado em estradas mais seguras, com potencialmente milhares de vidas salvas. Após 12 anos, Jean Todt terá seus três mandatos lembrados não apenas pela continuidade deste projeto de segurança nas estradas e cidades como também está preparando um livro, e vai sair por volta do final de 2022. mas por enquanto, Jean Todt continua no comando da FIA e – no seu ritmo impressionante de trabalho – ele diz que ainda há muito a ser feito nos próximos seis meses. Em termos de F1, grandes questões como o Acordo Concorde e os regulamentos técnicos de 2022 foram resolvidos, mas sempre há detalhes a serem atendidos, e a próxima geração de unidade de energia é um tópico importante.

 

A Fórmula 1 é o maior e o trabalho que a entidade vem fazendo pelo processo de modificações no projeto do novo carro da categoria e do sistema de propulsão para 2025, junto com o grupo de trabalho do Grupo Liberty Media chefiado por seu parceiro dentro dos anos da Ferrari, Ross Brawn, ao longo destes 12 anos ele investiu muito nas demais categorias sob a chancela da FIA, abraçou projetos de competições com carros elétricos e na recuperação do campeonato mundial de endurance.

 

Nesta semana, onde no último domingo tivemos a realização das 24 Horas de Le Mans e também o anúncio de que a FIA e o fundador e organizador das 24 Horas de Le Mans, o ACO - cuja subsidiária, Le Mans Endurance Management promove o Campeonato Mundial de Endurance da FIA - redigiram a extensão do acordo, fornecendo uma plataforma estável para o crescimento do campeonato. Em virtude do acordo, FIA e ACO continuarão trabalhando lado a lado, tendo recentemente alcançado um grande marco com a introdução da categoria Hipercarro no WEC da FIA que conseguiu atrair novas inscrições para a classe alta do campeonato e segue gerando grandes interesse entre os fabricantes.

 

Ainda não há uma definição sobre quem poderá ser seu sucessor, mas dois candidatos já se manifestaram. Um é Mohammed Bin Sulayem. O Emir de 59 anos fez uma campanha para competir contra Todt antes das eleições presidenciais de 2013, mas desistiu antes do final do processo eleitoral. Ele foi o campeão de rally do Oriente Médio 14 vezes durante sua carreira de piloto e competiu em 18 rodadas do Campeonato Mundial de Rally - e continuou a ter influência no automobilismo fora das pistas. Bin Sulayem foi o responsável pela organização do primeiro Grande Prêmio de Abu Dhabi em 2009 e é vice-presidente da FIA desde 2008, para mobilidade e esporte. Ele prometeu uma “abordagem nova” dentro da organização, acrescentando que “a FIA deve encorajar uma cultura de governança democrática e transparente”.

 

O outro é Graham Stoke: O advogado britânico Graham Stoker está no Conselho de Esporte a Motor da FIA desde 2004 e é vice-presidente da FIA para o esporte desde 2009. Stoker também passou pelo processo de reeleição na função de vice-presidente, sendo novamente confiado no cargo em 2013 e 2017. O britânico estará concorrendo por ter estado perto de Todt durante sua presidência e espera usar essa experiência para ocupar o lugar do francês.

 

Graham Stoke é uma candidatura que é praticamente uma continuidade de linhas de ação já traçadas e seguidas nos últimos anos. Resta saber se o melhor para a FIA é seguir seu caminho ou assumir uma possibilidade de mudança de faixa ou mesmo de estrada. Independente disso, o legado de Jean Todt estará preservado e sua trajetória ficará marcada de forma positiva para o esporte a motor.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva