O mercado mobiliário do automobilismo no COTA Print
Written by Administrator   
Wednesday, 20 October 2021 22:34

Caros Amigos, Quando um cliente procura os serviços da empresa de investimentos a qual sou associado, a primeira coisa que fazemos é ouvi-lo e assim poder traçar o seu perfil para, com base nas suas expectativas e no quanto ele está disposto a “jogar” no mercado, para então oferecer o melhor produto para ele sentir-se seguro em trabalhar conosco. Este perfil é como uma paleta de cores que pode ir de um “verde bandeira” dos conservadores a um “laranja ardente” para os arrojados.

 

Existem vários produtos para investimento no mercado e cada um tem, como primeira referência, o fator de risco associado, basicamente estratificado como Baixo, Médio ou Alto, com variações dentro de cada um destes níveis em que o investidor vai analisar e decidir onde irá investir seu capital para ter um retorno desejado ou ao menos especulado. É uma relação de compromisso que temos com o cliente e um compromisso com nós mesmos que, precisamos ter o maior sucesso possível para, com a taxa de administração lograr nossos rendimentos mensais.

 

Em qualquer seguimento da vida profissional há uma relação semelhante a essa. Mudam os nomes, as situações, mas é tudo basicamente saber aonde você está na paleta de cores entre o verde bandeira e o laranja ardente, o quanto você tem para jogar com o mercado e qual o nível de risco que você se predispõe a correr para atingir seus objetivos. E isso também está ligado ao automobilismo, onde este mercado é nosso tema da conversa semanal das quintas-feiras irá se desenvolver.

 

No próximo domingo teremos o GP dos Estados Unidos de Formula 1, mas a velocidade anda bem alta há alguns dias em torno do que pode acontecer fora da pista em relação a conclusão da compra da Sauber (inteira, de parte das ações ou do controle acionário) por parte de Michael Andretti, o que colocaria uma segunda equipe norte americana – a outra é a Haas – no grid da categoria.

 

Certamente o fato de estarem estabelecendo um controle de gastos para as equipes, “congelamento” de motores e um regulamento que promete ser bem interessante a partir de 2025 pode estar soando como um convite a quem quiser ingressar na categoria como equipe e conseguir ser competitivo em um prazo relativamente curto. Apenas para lembrar: a Haas está na categoria desde 2016 e não conseguiu subir ao pódio até hoje.

 

Na próxima temporada a equipe será equipada com motores Mercedes e terá Valtteri Bottas como um de seus pilotos. Talvez, liberto das amarras e da cobrança de ser o segundo piloto de Lewis Hamilton, consiga mostrar mais do que vem mostrando nos últimos anos, desde que tenha um equipamento que propicie condições como, por exemplo, vem tendo Pierre Gasly na Alpha Tauri. Em todo caso, por meio da Andretti Acquisitions Corporation, empresa lançada no início deste ano com o objetivo de levantar 250 milhões de dólares (não há uma posição de quanto foi levantado até o momento) por meio de uma oferta pública inicial, e um investimento é visto como particularmente oportuno de um país perspectiva dada o recente foco na América do Norte pelo Grupo Liberty Media. Em 2022 teremos duas corridas nos Estados Unidos (Miami e Austin) e há uma possibilidade concreta de uma terceira corrida, caso o campeonato passe a ter 25 etapas, Indianápolis pode receber esta corrida, em um acordo costurado por Roger Penske.

 

O Mercado norte americano era um sonho de consumo desde os tempos de Bernie Ecclestone, mas sempre houve um “distanciamento” entre a F1 e os Estados Unidos e um dos fatores que certamente sempre pesou para isso foi a falta de um piloto local na categoria que conseguisse um destaque. Depois de Mario Andretti, poucos se aventuraram na categoria e pouco conseguiram, como Danny Sullivan, Bobby Rahal e Michael Andretti. O último foi Scott Speed. Poucos tiveram sucesso. Além de Mario Andretti, Phil Hill foi campeão em 1961 e Mark Donohue conseguiu alguns bons resultados nos anos 70.

 

Recebi alguns dias atrás um artigo do renomado jornalista norte americano Marshall Pruett onde ele tecia considerações para que Colton Herta não aceitasse mudar de categoria caso tivesse oportunidade. Em seu artigo, ele foi bastante objetivo ao dizer que, caso estivesse “ligado a Toto Wolff na Mercedes F1 ou Christian Horner na Red Bull para pilotar um de seus carros, toda a comunidade IndyCar estaria acordando em horários estranhos nas manhãs de domingo e torcendo por ele” (este é um outro fator que não ajuda a Fórmula 1 a captar audiência nos Estados Unidos: o fuso horário). Ele vai mais além ao apontar que, estando em uma equipe com poucos recursos, irá brigar apenas no fundo do pelotão e que o exemplo de como a categoria é cruel estará a seu lado, com Romain Grosjean e Alexander Rossi, que deixaram a F1 para trás. Entretanto, o jornalista peca por excesso ao chamar a Fórmula 1 de “marasmo competitivo”. Acho que ele não tem o hábito da nossa editora, Catarina Soares, que mora em San Diego, de acordar nas madrugadas para assistir as corridas, especialmente as deste ano.

 

Nesta semana, nosso colunista, Samuel Briggs relatou um depoimento de Pato O’Ward, colhido em Long Beach, onde o piloto mexicano adiantou que irá testar na pós-temporada em Abu Dhabi pela equipe McLaren, levado por Zak Brown. O’Ward tem 22 anos e Herta 21. Talvez, para eles, ao contrário do que diz o jornalista norte americano, essa seja a hora de ser o investidor arrojado que aceita assumir altos riscos em uma aplicação.

 

Um abraço e até a próxima,

 

Fernando Paiva

 

 

  
Last Updated ( Friday, 22 October 2021 12:25 )