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Imprudência e omissão PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 16 September 2013 13:10

Olá, Amigos do Nobres do Grid!

 

Hoje eu queria usar este espaço para falar de um assunto que vai transpor os limites territoriais da região Nordeste, foco de nossos artigos.

 

Já faz certo tempo que acompanho o automobilismo, e, profissionalmente já somam 23 anos. Nesse tempo todo eu vi muita coisa nas pistas, mas nada me tira mais do sério do que uma manobra desonesta e perigosa.

 

Infelizmente, a falta de punição aos que agem de forma questionável torna-se aliada e incentivadora dos que não pensam nas consequências de seus atos questionáveis.

 

O ex-piloto e comentarista da Band, Eduardo Homem de Mello escreveu no portal “catve.tv” algo que precisa ser repercutido. Além de criticar a falta de incentivo na renovação e formação de novos pilotos em categorias de base pela atual gestão da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), ele foca no que chama, e aí eu concordo, de omissão e descaso com que alguns acontecimentos são tratados.

 

Durante a última etapa da Fórmula Truck, realizada dia oito deste mês (setembro), na Argentina, o público conferiu uma de melhores corridas dos últimos anos, onde não faltaram disputas, boas lições de esportividade e, infelizmente, outros exemplos questionáveis.

 

Luiz Lopes, algumas curvas depois, jogou Pedro Muffato contra o muro sem a menor necessidade.

 

Pegou mal a atitude do piloto Luiz Lopes em cima do veterano Pedro Muffato. Os dois dividiram a curva e Luiz deixou seu Truck escapar demais jogando o Scania azul de Muffato contra o muro. Felizmente a pancada não trouxe maiores consequências ao piloto, fora um dedo quebrado e muita revolta com a atitude de Lopes. Ao ser entrevistado Pedro Muffato mostrou toda sua ira e cobrou uma punição mais dura ao piloto.

 

Não é de hoje que observo alguns pilotos abusando do direito de defender sua posição. Choques são comuns em corridas de carro, sobretudo em provas de turismo e na Truck, mas o abuso não pode ser regra e precisa ser coibido.

 

Já vi em outra categoria (Campeonato Norte/Nordeste de Protótipo) um piloto esperar outro para tirá-lo da pista. Uma atitude injustificada que poderia ter acabado em um sério acidente.

 

A desclassificação da prova acaba saindo barato para quem pratica esse tipo de atitude. As federações e a CBA precisa agir mais rigidamente e dar um gancho em quem pensa que pista é ringue.

 

A briga pela liderança entre Beto Monteiro e Roberval Andrade extrapolou o limite da pista

 

Voltando à Fórmula Truck outro episódio lamentável aconteceu no pódio da etapa argentina. Roberval Andrade (terceiro colocado) e Beto Monteiro (vencedor) se desentenderam durante a premiação. Beto, que estava no lugar mais alto do pódio, chegou a estender a mão a Roberval, que recusou. Mesmo sem o áudio, percebe-se que eles estavam discutindo sobre a manobra defensiva do pernambucano (que não fez nada fora do regulamento, defendendo o primeiro posto mudando sua trajetória de maneira permitida, apenas uma vez) quando Andrade acabou saindo da pista e punido por exceder o limite de velocidade na reta. Beto levanta o dedo e recebe uma tapa de Roberval, e, não fosse à intervenção de Felipe Giaffone, o desfecho poderia ter sido pior.

 

E foi de Felipe Giaffone a grande lição da prova. Primeiro o show que deu dentro da pista mantendo seu carro entre os quatro primeiros na primeira parte da prova e, na hora certa, partindo para o ataque ao líder. Não fosse a perícia de Beto Monteiro, Felipe teria conseguido superá-lo, mas permaneceu em segundo e aí mostrou o quanto é grande dentro e fora das pistas. Chegando em segundo Felipe tirou a chance de seu companheiro de equipe, Leandro Totti, (o quarto colocado) ser Campeão Sulamericano da Fórmula Truck.

 

O piloto da Iveco ficou o título diante da honestidade de Giaffone que não fez o “jogo de equipe” para tirar a conquista daquele que vencera na pista.

 

Ganha a Fórmula Truck, ganha o automobilismo com a atitude de grandes homens como Giaffone.

 

Chego a conclusão que o automobilismo precisa clonar um bocado de Giaffone, mas até a ciência ajudar o automobilismo ficamos nas mãos da CBA.

 

Caso Felipe Giaffone não intervisse, a coisa poderia ter sido muito pior!

 

Chegamos a metade do mês de setembro e ninguém se manifestou sobre punição alguma para os três casos. E aí me pergunto.

 

Qual o motivo de tanta impunidade?

 

Até a próxima,

 

Robério Lessa

 

 

 

 

Last Updated ( Monday, 16 September 2013 13:50 )