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O Coaching no automobilismo PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 14 November 2013 00:39

 

O nosso especial deste mês vai tratar de um assunto que tem se tornado corriqueiro no mundo profissional: o “Coaching”. Certamente a maior parte dos nossos leitores já ouviu falar nisso, neste termo, mas será que sabemos mesmo o que é “coaching”?

 

O “coaching” tem como foco o desenvolvimento progressivo para que o atuar para que o “coachee” (cliente de “coaching”) atinja o melhor de suas competências e melhore seu desempenho a partir do reconhecimento e do aproveitamento integral de suas potencialidades e capacidades.


 

Considerando-se esta realidade, o processo de “coaching”, seja em que seguimento ele seja aplicado, tem papel fundamental, pois disponibiliza aos “coachee” ferramentas e oportunidades para que eles se desenvolvam, explorem muito mais seus talentos e habilidades e revertam rapidamente os aspectos negativos que possam estar limitando seu sucesso, tornando-os não só mais eficientes, mas verdadeiramente excelentes nas áreas que ele está atuando.

 

 

O campeonato da Porsche GT3 Challenge Cup tem três categorias correndo: a Porsche Cup, a Porsche Challenge e a Porsche Light. Nos finais de semana em que o ‘Circo de Stuttgart’, comandado por Dener Pires, invade os autódromos brasileiros, junto com ele e seu irmão Douglas, encontramos diversos, mais de uma dezena de pilotos nacionalmente consagrados, boa parte da elite nacional, fazendo justamente este trabalho de “coaching”. 


 

 

Acontece que a grande maioria dos pilotos que participam dos campeonatos da Porsche são amadores que nunca disputaram um campeonato de automobilismo em outra categoria. Os chamados “gentleman drivers”, pessoas que tem dinheiro para investir neste hobby e consciência para acelerar num autódromo, e não nas ruas e avenidas do país.

 

Durante uma das etapas da categoria, conversamos com os competentes profissionais que fazem o “coaching” e com seus respectivos “coachees”.  Entenda melhor como eles veem este importante trabalho.

 

Ricardo Mauricio (Piloto da Stock Car e do Brasileiro de Marcas). Além de fazer este trabalho de “coaching”, eu fui instrutor da Escola de Pilotagem Roberto Manzini  há muito tempo atrás. Hoje eu estou com 34 anos e desde os 16 anos eu era instrutor de pilotagem. Aqui na Porsche eu faço este trabalho, além de dar assessoria para o Dener [Pires] há sete ou oito anos. É um trabalho interessante e que em alguns casos, corremos junto com o piloto que nós procuramos a se aperfeiçoar, como foi nos anos em que corri na GT3 Brasil, onde eu dividia o carro com um piloto que era amador e que além de ajudá-lo em sua pilotagem corríamos juntos.

 

É algo que acho muito bacana. De certa forma a gente aprende e cresce também. Também é bom lembrar que a gente não nasce sabendo como ser piloto e no início da minha carreira eu também tive ajuda, mas diferente do que é feito aqui. Isso acaba acelerando um processo para que eles cheguem a uma boa pilotagem, atinjam seus limites.

 

A gente, não só eu, mas todos os outros, tem a chance de trabalhar com pilotos de todas as idades e é muito bom ver o respeito, a atenção que eles dão as nossas orientações, o quanto eles procuram ouvir e se aperfeiçoar. É claro que tem aquele que leva mais tempo para confiar no seu próprio potencial, que tem receio de chegar no limite... e a gente também tem que aprender a respeitar este receio e ajudar o mais que pode.

 

Um dos pilotos sob a orientação de Ricardo Maurício é Eduardo Azevedo. Conversamos com ele para saber como é trabalhar com Ricardo Maurício. “A minha parceria com o Ricardinho Maurício começou em 2010, por indicação do Betinho Gresse e ele, além de ser meu ‘coach’ e um grande campeão, é um dos meus melhores amigos e a cada prova eu sinto que aprendo um pouco mais. Ele está sempre procurando me incentivar, me “atiçar” a buscar meus limites e eu tenho consciência que ainda estou longe do limite do carro e talvez eu nem chegue porque isso é um dom que um piloto como ele tem.

 

O trabalho que ele e os demais pilotos fazem aqui é de uma importância enorme para todos nós. Eu já estou na minha quinta temporada aqui na Porsche e mesmo assim acho que tenho muito o que aprender, muito a buscar, a melhorar e no meu aprendizado ele é um fator fundamental para eu estar onde estou e estar melhorando a cada corrida. Entre os pontos que eu mais progredi foi em acreditar mais no poder de frear cada vez mais perto da curva e acelerar um pouco mais cedo. Ele acompanha tudo e sempre aponta os pontos onde posso melhorar, especialmente nas curvas de baixa”.

 

Thiago Camilo (Piloto da Stock Car). Faz pouco tempo que eu comecei a fazer “coaching” (nota do site NdG: em 2012 Thiago foi que deu as primeiras noções do carro da Stock Car para Rubens Barrichello). Aqui na Porsche eu comecei no final do ano passado com o Rodolfo Olmetto e este ano além do Rodolfo eu estou trabalhando com o Guilherme Figueiroa, algo que dá para fazer por eles correrem em categorias diferentes. É uma experiência muito gratificante poder fazer este trabalho com estas pessoas que buscam ser pilotos, que tem outras atividades profissionais, mas que tem a paixão pelo esporte que eu pratico e que é minha profissão. Eles vem para o autódromo para correr, para serem competitivos, para se aprimorar, aprender e ouvem com muita atenção aquilo que eu e certamente os outros passam pra eles.

 

Uma coisa importante que procuro passar para eles é a compreensão dos dados da telemetria para procurar aprimorar os pontos onde eles podem melhorar. Além disso, procuro trabalhar o psicológico deles no sentido de focar totalmente no que eles tem para fazer aqui, desligando-se dos problemas de trabalho que eles tem durante a semana e focando apenas no que tem que fazer aqui. É um desafio diferente e que eu também aprendo. Mas vou confessar que, quando eu passo uma informação de melhoria, de freada, de tomada de curva, e que eles dão a resposta e o resultado vem no cronômetro isso dá uma enorme satisfação para eles e para mim também.

 

Um dos pilotos que tem Thiago Camilo como orientador é Guilherme Figueiroa, que conversou conosco. O empresário começou a pilotar em 2001, no campeonato paulista com um Corsa e depois com as pick up Courier, há oito anos está correndo na Porsche, praticamente desde o início da categoria. “eu queria aprender a pilotar, mas inicialmente era para fazer direção defensiva. Então eu me matriculei na escola do Toninho de Souza. Só que eu gostei tanto que fui treinar e daí fui correr, assim, como hobby.

 

Trabalhar com o Thiago como orientador aqui na categoria está sendo uma experiência fantástica. É impressionante como a gente vê, na hora o resultado daquilo que ele passa. Ele fala pra fazer uma coisa, aí eu vou, faço e dá certo, acontece exatamente aquilo que ele falou. O duro é fazer o que ele fala para eu fazer (risos). Eu andei com ele com um carro de rua na pista e é impressionante o que ele é capaz de fazer até mesmo com um carro sem preparação. Tem pilotos aqui que não usam o “coaching”, mas eu uso e não abro mão. A visão de pista, de corrida, de tudo, muda”.

 

Julio Campos (Piloto da GT Brasil e da Stock Car). Já tem algum tempo que eu fui procurado pelo Sérgio Ribas para vir trabalhar com ele aqui na Porsche e é um trabalho muito gratificante por que são pessoas que gostam de automobilismo e que procuraram vir para a pista e que, quando estão aqui no autódromo eles se sentem pilotos de verdade.

 

Outra coisa que é muito bacana por parte deles é o reconhecimento deles por nosso trabalho. O Sergio Ribas foi lá me procurar para vir trabalhar com ele e ele é um piloto muito atencioso, ele está sempre atento ao que falo para ele e ele responde rápido nos treinos que antecedem as corridas. Ele vem mostrando uma evolução muito grande este ano e isso deixa não só a mim como todos os outros pilotos que fazem este trabalho de “coaching”.

 

Sergio Ribas poderia ser pai de Julio Campos, pela diferença de idade, mas quando está no autódromo o experiente empresário é todo ouvidos para o jovem piloto. Extremamente humilde, Sergio enalteceu o trabalho não apenas do Julio Campos, mas também dos demais pilotos profissionais.

 

“Este trabalho que o Julio faz comigo tem sido muito importante e o nosso aprendizado na pista, aprimorando nossa pilotagem, deixando que fiquemos mais confiantes, que consigamos estender nossos limites, aumentando nossa capacidade, mas também abrindo nossos olhos e a nossa compreensão sobre segurança e eu que já tenho 40 anos como piloto amador, que tenho um filho de 36 anos que também é piloto e a pilotagem para mim é, sobretudo um prazer, muito mais do que a competição.

 

Eu já tive o acompanhamento de outros pilotos profissionais e há dois anos estou tendo a oportunidade de ter o Julio como meu orientador, não só para mim como para o meu filho. Ele é um profissional excelente, muito competente, muito experiente e ele é muito didático, é fácil entender o que ele explica... difícil é fazer (risos), porque corremos em muitas pistas que são as mesmas que ele corre e ele sabe o que fazer como e onde, mas como amador estou longe de ter a competência dele. Nestes dois anos eu evolui muito. Com este mesmo carro eu virava dois segundos mais lento do que estou virando hoje. Ver esta evolução acontecendo é muito bom”.

 

Alan Helmeister (Piloto da GT Brasil). Eu comecei a dar aulas de pilotagem na escolado Roberto Manzini eu não era sequer maior de idade, mas já estou nessa há 11 anos e é uma coisa que me dá muito prazer. Melhor que isso, só pilotar, estar dentro do carro e guiar.

 

Aqui na Porsche, onde eu já faço o “coaching” há cinco anos, atualmente eu trabalho com o Carlos Ambrósio (na Challenge) e com o Adalberto Batista (na Cup). São dois pilotos que tem apresentado um progresso muito bom. O Carlos tem mais tempo de pista, está há mais tempo comigo e o Adalberto é um trabalho que está começando, começamos há duas etapas apenas. Com o Carlos já estou desde o final do ano passado, mas em ambos os casos o trabalho vem dando bons resultados. É muito gostoso vê-los andando bem.

 

Um dos trabalhos que eu faço é não só desenvolver as habilidades como piloto, mas também pensar a corrida estrategicamente. Um campeonato não se ganha com uma corrida apenas e as vezes é importante administrar o resultado. Se não dá pra ganhar, chegar em segundo, chegar em terceiro... pontuar.

 

Neste o Carlos está mais adiantado, ele que já tem uma bagagem, que corre de rally, que tem mais domínio do carro. No caso do Adalberto, a ênfase é mais pilotagem, acerto de traçado, de velocidade interna de curva, que é um trabalho um pouco mais demorado, que vai levar um ano e meio, dois anos, mas eu vejo nele um bom potencial.

 

Carlos Ambrósio já conhecia Alan Helmeister desde antes de se tornar piloto. Ele foi aluno da escola de pilotagem de Roberto Manzini quando o Alan já era instrutor, cinco anos atrás, e há um ano tem o piloto da GT Brasil como seu orientador.

 

“Quando eu vim correr na Porsche, vi que o Alan fazia “coaching” para outros pilotos e no ano passado eu o procurei e o convidei para trabalhar comigo. Eu sabia que eu precisava melhorar muitas coisas, mas principalmente a constância e isso vem dando resultado. Eu melhorei muito em termos de encontrar e entender o acerto do carro, na importância disso para fazer melhor as curvas. Eu aprendi a ler a telemetria e ver onde e principalmente como eu posso melhorar. Nossa parceria está funcionando!”

  

 

 

Last Updated ( Friday, 15 November 2013 17:13 )