A Porsche GT3 Challenge Cup passou por um “upgrade” para esta temporada de 2014. A categoria comandada por Dener Pires recebeu os novos Porsche 991, que passaram a ser os carros da categoria Cup, onde correm os pilotos mais experientes. O Porsche 997 que eram os carros da categoria, passaram a ser os carros da categoria Challenge. Em ambos os casos, os pilotos tiveram que se adaptar aos seus novos equipamentos... e com um fator adicional: depois de muitos anos usando os pneus japoneses da Yokohama, este ano os pilotos estão tendo que se adaptar aos compostos de tecnologia italiana da Pirelli. Como é de hábito do site dos Nobres do Grid, procuramos ouvir as partes envolvidas par ter uma melhor ideia de como os envolvidos no espetáculo estão vivendo a nova realidade na temporada 2014 e como estão lidando com seus novos desafios. Acelere com eles! Dener Pires – Promotor da categoria. A nossa categoria Porsche Cup está no mesmo platamar, no mesmo padrão da Porsche Cup ao redor do mundo com a entrega do modelo 991. Este foi o modelo entregue para todos os campeonatos. A categoria Challenge recebeu o Porsche 997 geração 2, que era o antecessor da categoria Cup que vai proporcionar aos pilotos da categoria um desafio de ter nas mãos um carro de alta performance. Em paralelo com isso, tivemos a mudança dos pneus para os compostos da Pirelli e o que percebemos foi uma boa e rápida adaptação por parte dos pilotos e do nosso corpo técnico para ajustar o carro às novas condições e a resposta às reações dos novos pneus. A melhor resposta a isso é o que vimos no cronômetro, com os carros virando 1 a 1,5 segundo mais rápido do que os carros viraram aqui em Curitiba com o pneu anterior com condições similares. Foi uma mudança técnica e comercial que vem dando bons resultados. Beto Posses – Piloto da categoria Cup. Por mais que a gente, de fora, olhe o carro e não veja muita diferença o carro, o 911, é muito diferente do 997 que usamos no ano anterior. Esta está sendo minha primeira corrida na categoria este ano, uma vez que não tive como ir para a abertura da temporada no Estoril, em Portugal. Não está sendo fácil esta adaptação. O carro é muito cheio de nuances, muito sensível às alterações que fazemos, como deve ser um carro de corridas e o 991 é um verdadeiro carro de corridas. O 997 era e é um carro muito bom, mas para alterar seu comportamento são necessárias mudanças maiores. Temos ainda o fator novo que são os pneus da Pirelli e, mesmo tendo havido a etapa do Estoril, esta está sendo a primeira corrida em que estamos pondo à prova os pneus slick, uma vez que choveu muito em Portugal no final de semana que a categoria foi para lá. Como o carro é diferente, o comportamento não tem como ser comparado, mas pelo que andei vendo, o desgaste tem sido menor, o que vai ser bom para o novo formato de corrida, com estes 37 minutos mais uma volta. Mas a dificuldade vai estar aí para todos. Constantino Junior – Piloto da categoria Cup O carro novo da categoria é um verdadeiro espetáculo. É muito rápido, responde bem as nossas reações ao volante e está sendo um desafio para todos os pilotos se adaptar às alterações que ele traz em relação ao modelo do ano anterior. O câmbio com borboletas atrás do volante é uma novidade para a maioria dos pilotos e eu confesso que ainda não encontrei o melhor, mas estou aprendendo, como acredito que esteja sendo com todos os demais pilotos da categoria. O Porsche 991 é um carro que vai exigir mais de todos nós como pilotos e eu encaro isso de maneira positiva. Acho que isso vai estimular a todos nós a melhorar e vai tornar o campeonato mais competitivo. O pneu novo, agora que estamos usando compostos da Pirelli está sendo um desafio a mais para todo mundo. Em relação ao que usávamos no ano passado em achei que trata-se de um composto mais duro e que demora um pouco mais para atingir sua temperatura ideal de trabalho. Com o novo formato da corrida, com uma prova única, acho que isso pode proporcionar uma competitividade maior ao longo da corrida. Nós fizemos sessões de treinos em Interlagos e aqui, mas esta vai ser a primeira corrida, com pista seca, em que teremos como ver a realidade destes pneus. É mais um desafio. Marcelo Sant’anna – Piloto da categoria Challenge Até o ano passado nós corríamos com um carro que tinha características bem peculiares. Era um carro arisco, mas que respondia bem aos ajustes feitos e as respostas dadas pelo piloto ao volante. O carro deste ano tem um comportamento bastante diferente. Eu senti um carro muito estável, onde a guiada do piloto parece ser, inicialmente, mais confortável. Mas neste caso para se buscar o limite, achar aquele nível em que você vai fazer a volta no seu máximo e virar o tempo que você quer ficou mais difícil porque o carro parece que nunca vai sair da trajetória correta e, se sair, o erro vai ser difícil de ser corrigido. Quanto aos novos pneus eu confesso que ainda não senti nenhuma diferença assim, digamos, grande. Talvez por estarmos apenas na segunda etapa e buscando entender não só o comportamento deles, mas também do carro isso fique um pouco incerto de o que está influindo no que. Conversando com os outros pilotos a gente tem falado sobre em que volta o pneu está atingindo a sua condição ideal entre grip e temperatura. Alguns acham que está sendo na terceira volta, outros na quarta, mas segundo o fabricante, este é um pneu para 60 voltas em bom nível de performance então em uma pista como Curitiba, onde o asfalto não é tão abrasivo, eles devem funcionar muito bem e não será aqui que veremos se ele vai fazer uma grande diferença. O nosso grande desafio com relação a eles, tanto para os pilotos da Cup quanto da Challenge, vai ser descobrir o quanto antes a melhor condição de utilização destes pneus. Marcelo Franco – Piloto da categoria Challenge Durante dois anos e meio, 2011, 2012 e metade do ano passado, eu andei na categoria Cup e assim, eu já tinha um conhecimento muito grande deste carro e de como eles se comportava. Agora que estou na categoria Challenge e o carro passou a ser um carro que eu já conhecia, isso acabou sendo uma vantagem para mim. Tendo isso como vantagem, acho que consegui entender melhor o comportamento dos novos pneus da categoria. Eu achei que o pneu tem uma maior resistência mecânica que o anterior, com um composto mais duro. Com isso a gente ganha em termos de durabilidade, mas tem mais dificuldade em colocá-lo na temperatura ideal. Isso está levando mais tempo. Uma coisa que se mostrou muito interessante, talvez por estarmos aqui em Curitiba e a temperatura mais baixa, tanto do ar quanto da pista, os pneus tem se comportado de maneira muito interessante. Eles vem melhorando de performance com o passar das voltas, tanto que eu virei minhas melhores voltas já na parte final dos treinos. Vamos ver se em outras pistas, mais quente e mais abrasivas ele vai se comportar assim. Uma coisa que mudou no carro, do ano passado para este ano foi a instalação do restritor de ar na admissão do motor. Inicialmente eu pensei que fosse piorar a performance, mas a perda foi positiva. Este carro tem uma subida de torque muito violenta em rotações mais altas, que se tornava muito acentuada com a tração traseira e o peso do carro sendo maior no eixo traseiro. O restritor conseguiu suavizar esta curva e para quem corre na Challenge, que são pilotos menos experientes isso tornou a reação do carro mais legal, sem tirar a emoção e o prazer da pilotagem.
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