Olá pessoal que acompanha o site dos Nobres do Grid, Inspirada pela matéria técnica da coluna “Olho Clínico” sobre a retirada dos catalisadores dos caminhões da Fórmula Truck, decidi escrever sobre um equipamento importantíssimo nos nossos automóveis. Não só importantíssimo, como indispensável. Os catalisadores são itens de série nos carros americanos desde meados dos anos 70. No Brasil, passaram a equipar alguns modelos somente a partir de 1992 e tornou-se equipamento obrigatório em todos os veículos a partir de 1997. O catalisador também impulsionou a utilização da gasolina sem chumbo, pois este componente contaminaria o agente catalisador, podendo inutilizar e até entupir esta peça. Se o combustível utilizado no seu carro for de qualidade, o catalisador poderá ter o mesmo tempo de vida útil do próprio carro e dificilmente apresentará problemas de entupimentos parciais ou totais durante toda sua vida. Apesar de saber que a função do catalisador automotivo é converter componentes nocivos dos gases de escapamento em componentes inofensivos, poucas pessoas sabem como isso acontece. Entendendo melhor como este componente opera e atua conjuntamente com o motor, acreditamos que você passará a dar mais importância quando precisar realizar algum tipo de manutenção nele. O catalisador é desenvolvido para trabalhar em sintonia com o sistema de alimentação de combustível dos automóveis, que em bom funcionamento são capazes de converter até 98% dos gases poluentes e nocivos. O interior do catalisador é como uma colmeia com passagens ou pequenos volumes de cerâmica revestidas com metais catalisadores. Uma reação química ocorre para que os poluentes não sejam tão nocivos. Há muitas passagens para os gases queimados fluírem, permitindo assim o máximo de área de superfície para os gases quentes passarem. Em um carro de passageiros comum, o catalisador, que tem a forma semelhante à de um silenciador, fica entre o motor e o silenciador, na parte de baixo do carro, geralmente abaixo do banco do passageiro. Talvez você até já tenha sentido seu calor através do assoalho em uma viagem longa. Nos veículos equipados com motor que possui o chamado “ciclo Otto” (álcool, gnv e/ou gasolina), iremos encontrar dois tipos de catalisadores: O catalisador de oxidação e o catalisador de redução. Catalisadores de oxidação: metais como paládio (Pd) e platina (Pt) em quantidades bem pequenas (para manter o catalisador com preço baixo) convertem os hidrocarbonetos da gasolina não queimada e o monóxido de carbono em dióxido de carbono e água. Catalisadores de redução: metais como paládio (Pd) e ródio (Rh), também em quantidades bem pequenas, convertem o óxido de nitrogênio em nitrogênio e oxigênio. O óxido de nitrogênio contribui para a névoa fotoquímica, também conhecida por “Smog”. O catalisador usado atualmente é o de três vias e possui a característica denominada de ‘capacidade de armazenamento de oxigênio’ que é utilizada para a conversão do HC (Hidrocarboneto) em CO2 (gás carbônico) e H2O (água) O catalisador não modifica o valor lambda da mistura admitida Na reação química dos gases poluentes de entrada no catalisador tais como: monóxido de carbono (CO), hidrocarbonetos/combustível não queimado (HC) e óxidos nitrosos (NO2) são transformados em substâncias inofensivas, como o dióxido de carbono/gás carbônico (CO2), nitrogênio (N) e vapor d’água. A temperatura ideal de trabalho do catalisador é por volta de 300°C, onde nesta condição é atingida a marca de 100% de eficiência catalítica (transformação). Abaixo desta temperatura o catalisador funciona com uma porcentagem menor de eficiência. (Quanto menor a temperatura do catalisador, menor sua eficiência). Além da questão das emissões, o catalisador influi diretamente no desempenho do veículo, mais um motivo de manter a peça em boas condições. Ao oferecer resistência à passagem dos gases, que chegam do coletor de escapamento, o catalisador realiza uma contrapressão que faz parte da calibração do motor. Se acontecer algum defeito, podemos ter uma leitura errônea da sonda lambda, fazendo que o sinal seja enviado até o módulo de forma incorreta, alterando os parâmetros de injeção e fazendo com que o veículo consuma mais combustível. Por isso não se deve remover o miolo cerâmico e muito menos o catalisador do sistema de escapamento do veículo. Apesar da alta vida útil dos catalisadores (É importante enfatizar que, de acordo com o PROCONVE, os catalisadores originais de fábrica têm durabilidade mínima de 80 mil Km. Os catalisadores para reposição, também originais, duram cerca de 40 mil Km. Essa durabilidade varia de acordo com a utilização do veículo, com o tipo de combustível utilizado entre outros fatores), os defeitos mais comuns encontrados nesta peça são entupimento ou contaminação. Mesmo quando há suspeita de entupimento do catalisador, não há como diagnosticar isso sem que a peça seja removida para observar o desempenho do motor sem o componente. Alguns mecânicos removem apenas o sensor de oxigênio (sonda lambda) e, com equipamento adequado, verificam se há alteração no desempenho, pois – para funcionarem corretamente – o motor precisa estar emitindo a mistura apropriada dos gases de escapamento e na temperatura adequada. Aditivos no combustível, gasolina com chumbo, válvulas de escape danificadas e velas sujas são os fatores mais comuns na perda de desempenho do catalisador. Cuidado amigo leitor: usar um catalisador falso ou com defeito pode causar diversos problemas ao veículo, como a desregulagem do sistema de injeção eletrônica, alteração da contrapressão do sistema de escapamento, aumento do consumo de combustível e a perda do rendimento do motor. Mas como o amigo leitor e proprietário de automóvel vai saber se o catalisador do seu carro está funcionando corretamente? Algumas coisas você pode fazer sem ser um especialista em motores ou catalisadores. Isso começa pela leitura do manual do proprietário (que pouquíssimas pessoas leem). Outra é uma questão de bom senso e observação. Siga os passos abaixo que você já terá feito 95% do que é necessário. • Não instale um catalisador errado (Existe um catalisador adequado para cada tipo de motor); • Não use combustível de má qualidade ou adulterado; • Observe se há corrosão na carcaça; • Na revisão do seu carro, peça pra checar se há excesso de combustível na mistura; • Observe se há excesso de consumo de óleo do motor; • Quando ligar o carro, observe se há falhas de ignição; • Olhando o carro por baixo, verifique se a junta do catalisador tem algum vazamento; • Não use lubrificantes inadequados, sujos ou vencidos; • Não permita manutenções inadequadas (Soldas ou cortes na carcaça); • Veja se há amassados devido a pancadas no corpo metálico do catalisador Além disso, não se esqueça de ficar atento quando seu carro atingir a quilometragem indicada no manual do proprietário para a troca do catalisador. Fazer a manutenção adequada faz bem para o planeta e para seu carro. Muito Axé pra todo mundo, Maria da Graça |