Na terceira etapa da Stock Car neste ano em Curitiba, diante do cenário de “final de feira” que o Autódromo Internacional de Pinhais está vivendo com a necessidade da venda da área para capitalização do Grupo Inepar, cujo o Presidente do Autódromo, Jauneval de Oms, é Diretor Executivo e detentor de 50% da propriedade, um novo movimento foi feito no sentido de se tentar viabilizar a existência do autódromo. Conforme ficamos sabendo diretamente da parte do Jornalista Reginaldo Leme, e fato que foi noticiado no jornal paranaense “Gazeta do Povo”, um grupo de interessados em manter o autódromo funcionando (entre eles o próprio Reginaldo Leme, o Ex-Secretário estadual Edson Casagrande e o pai do piloto Gabriel Casagrande) reuniram-se com o Vice Presidente do AIC, Sr. Fortunato Guedes, detentor dos outros 50% do Autódromo e antigo sócio do seu construtor, o falecido empresário Flavio Chagas Lima. A imagem do que poderia vir a ser o que chamaremos de “Complexo Empresarial Autódromo” provoca uma alteração de pequena monta na pista, mas uma grande alteração em seu entorno, com a abertura da Avenida Iraí para a direção da cidade de Curitiba, com um viaduto sobre a linha férrea para o litoral, o que alteraria a entrada do autódromo, mas o maior impacto seria a implantação dos projetos empresariais nas áreas onde hoje são os bolsões de estacionamento do AIC. Apesar de empolgante, o plano apresentado nos levou a mais perguntas do que respostas: Quanto custaria implementar este projeto? Como viabilizar um investimento desta monta em tempos de recessão? Vendo o esboço do que se tornaria o autódromo e seu complexo comercial e empresarial, haveria naquela região viabilidade para se ocupar o projeto e fazer com que o mesmo se autofinancie? Este projeto interessaria ao Grupo Inepar como alternativa ao seu plano inicial? O que pensa desta alternativa o Sr. Jauneval de Oms? Como se dariam as alterações da pista, entrada no autódromo e mudança do viaduto (sim, porque seria preciso criar uma área de escape na entrada da reta com a curva proposta e isso obrigaria a uma mudança no viaduto)? Certamente existem mais perguntas sobre este assunto do que as listadas acima. Os valores orçados para se investir na construção dos empreendimentos e na alteração da pista estimada apenas considerando a reforma do autódromo e a compra (caso ele viesse aceitar). O que nos deixou alarmados foi a forma como a matéria foi publicada no maior jornal da cidade em seu portal, que faz parte do “sistema global”. Da forma que foi apresentada, tudo parecia estar “pronto para acontecer”, só faltando fechar um acordo com Jauneval de Oms e mudar o viés do negócio. O fato do jornalista Reginaldo Leme, comentarista da Fórmula 1 e da Stock Car, uma referência em termos de automobilismo da TV Globo, falar na transmissão da corrida da Stock Car que um grupo de pessoas estaria trabalhando para apresentar um projeto alternativo e “salvar o AIC”, acabou dando uma conotação de que realmente havia já uma alternativa concreta. Como não bastasse esta impressão passada no artigo, o mesmo colocou o vice presidente do AIC e sócio de Jauneval de Oms há mais de 20 anos numa enorme saia justa, dando a entender que havia uma divergência de ideia entre ambos, com Fortunato José Guedes sendo contra a venda do autódromo... só faltaram colocar entre aspas alguma afirmação neste sentido. Buscamos ouvir as partes mencionadas na matéria publicada em 21 de outubro deste ano e a conclusão que chegamos é que os discursos simplesmente não encaixavam! O responsável pela Sucursal Paraná e Editor Chefe, Flávio Pinheiro, reuniu-se com o vice presidente do AIC, Dr. Fortunato José Guedes e questionou sobre o conteúdo da matéria e as colocações que foram feitas no corpo do artigo em que teria sido levantada a hipótese de se fazer uma proposta de compra apenas referente a parte pertencente à Jauneval de Oms para manter-se o autódromo. Fortunato José Guedes rechaçou de forma categórica que esta possibilidade possa vir a acontecer e reforçou o ponto de que entre ele e Jauneval de Oms havia e sempre houve uma sintonia de ideias e de modo de gestão entre eles e que mesmo ambos sendo apaixonados por automobilismo, não havia discordância de posição entre eles. Ele também tratou de diminuir a importância do assunto que havia sido conversado no jantar da sexta-feira que antecedeu a última edição da Stock Car em Curitiba dizendo que o assunto “surgiu no meio do jantar” e que naquele final de semana falou-se algo ainda no autódromo, com o próprio Jauneval, mas que depois do domingo da corrida, nenhuma continuidade tinha havido em relação ao que foi falado. Segundo ainda o vice presidente do AIC, o negócio da venda ainda não havia sido fechado, mas que as negociações com um dos proponentes de negócio estavam em andamento, mas que não havia uma previsão para seu encerramento e nem mesmo a garantia de que aquele investidor seria o futuro proprietário dos 560 metros quadrados dá área que compreende não apenas o autódromo, mas também o Kartódromo Raceland. Buscamos também ouvir os empresários Roger Rieger, do grupo Komm, e Edson Casagrande, não tendo este último, retornado o pedido de contato feito via o chefe de equipe da C2, equipe de sua propriedade que participa do campeonato da Stock Car. Nosso Editor Chefe, em conversa por telefone com o Sr. Roger Rieger, ouviu o mesmo declarar que estava trabalhando para reunir um grupo de investidores e com este suporte apresentar uma alternativa à desativação do AIC. Disse o empresário que o anteprojeto apresentado na matéria da Gazeta do Povo de 21 de outubro era apenas ilustrativo e que um projeto mais definido já estava pronto para servir como alternativa, tendo ele, inclusive, apresentado a ideia ao tricampeão mundial de Fórmula 1, Nelson Piquet, e que conversações vinham sendo mantidas para se buscar manter o autódromo ativo. Roger Rieger garantiu que estava mantendo contato com dois fundos de investimentos com interesse no negócio, e que aguardava apenas pelo “sinal verde” para que fosse apresentada esta proposta de mudar o AIC e inseri-lo num polo de negócios. Diante da presente situação ele argumentou que a proposta do seu grupo tinha uma projeção de retorno mais interessante e que ainda preservaria o autódromo, que era a intenção de todas as pessoas que estavam interessadas na ideia de criar meios de fazer dá área um polo de negócios e que, em termos de retorno para as cidades de Pinhais e Curitiba, o projeto seria muito mais interessante, com a criação de empregos e aumento na arrecadação via impostos. O que nos pareceu depois de hoje, quando o mesmo jornal que publicou a matéria do “projeto salvador” informou que o negócio da venda do autódromo havia sido concretizado, além da constatação do inevitável, ficou a impressão de que o jornal tentou alavancar uma ideia de projeto alternativo que não tinha muitas possibilidades de alterar o rumo das negociações entre os donos do AIC e seus futuros proprietários. Apesar da notícia ser a pior possível, além do empresário Roger Rieger ter dito que vai continuar buscando meios de mudar esta perspectiva negativa para nós que temos no automobilismo um combustível do dia a dia, há um outro trabalho sendo feito no sentido de não permitir a desativação do AIC. Felicidades e Velocidade, Paulo Alencar Editor Adjunto
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