Há 10 anos promovendo uma categoria com cacife internacional, o empresário Dener Pires vem fazendo da Porsche GT3 Cup Challenge um sucesso em termos de atração de pilotos para andar no campeonato que sempre promove grandes disputas, com direito a televisionamento e destaque em emissoras de sinal aberto. Obrigado a cumprir diretrizes rígidas de qualidade e segurança determinadas pela Porsche, na Alemanha, a categoria tem um padrão de qualidade de equipamentos internacional, dentro do que é feito em diversos outros países pelo mundo. Aliás, a Própria Porsche GT3 Cup Challenge brasileira já promoveu corridas de seu campeonato em outros países, como Argentina, Portugal e Espanha. Há dez anos o empresário Dener Pires comanda com sucesso a Porsche GTe Challenge Cup no Brasil. Há algum tempo a categoria tem atraído pilotos estrangeiros, em particular aqui na América do Sul, uma vez que a empresa de Dener Pires detém os direitos para promover competições da categoria não apenas no Brasil, mas em todo o continente. Um justo reconhecimento para um empresário e promotor que demonstrou, ao longo desta trajetória, extrema competência e capacidade de gestão. Não fosse por isso, não teria mais de 30 carros envolvidos nas disputas das categorias Challenge e Cup. A última etapa de Curitiba teve a presença de um grid com quatro estrangeiros de países diferentes (o Chileno Gonzalo Huerta, que participou regularmente da categoria este ano, teve a companhia do italiano Fabio Benedetti, que tem em seu currículo diversas provas de longa duração ao volante de Porsches GT3, do sul africano Sun Moodley, que vem com sua experiência na African Endurance Series e na Shelby CanAm de seu país e do argentino Fabian Taraborelli, que disputou algumas etapas da Blancpain Endurance Series na Europa e nas categorias monomarcas argentinas FIAT Abarth e Fiat Linea. A Porsche é uma categoria de grid cheio e disputas intensas. Transmitida pela televisão, é um ótimo espetáculo. Aproveitamos a oportunidade para perguntar sobre como eles viram a categoria aqui no Brasil, tentando traçar um parâmetro com o que viram em outras categorias nacionais e internacionais que disputaram, assim como uma opinião sobre a infraestrutura do Autódromo Internacional de Curitiba, que está prestes a desaparecer do cenário nacional. Sun Moodley (África do Sul). Eu fiquei muito feliz em poder vir correr aqui em Curitiba. O campeonato é simplesmente fantástico, com pilotos de excelente nível, mesmo não sendo pilotos profissionais. Chamou minha atenção a condição dos carros e a equalização deles. São praticamente idênticos, o que deixa na mão do piloto fazer ou não a diferença. A disputa aqui é muito equilibrada, com os pilotos andando muito junto, mostrando que o nível de preparação de todos é muito bom. A análise dos tempos que viramos mostra isso, com os carros separados por muito pouco tempo uns dos outros na classificação. É claro que na corrida as vezes as coisas mudam um pouco, mas eu estou impressionado com a categoria aqui no Brasil. Gostei muito do autódromo de Curitiba. É uma pena que esta seja uma das últimas corridas aqui. Na África do Sul, atualmente temos sete circuitos com atividade para as categorias nacionais e do continente. Dois deles não são muito grandes, mas tem mais de 4.500 metros. O mais famoso vocês lembram, Kayalami, mas ele não é mais o mesmo de quando Nelson Piquet ganhou o campeonato em 1983. Temos dois outros com pouco mais de 3.500 metros, como é o caso de Curitiba. Os outros são menores, com cerca de 2.500 metros. Eu particularmente gosto destes, é um desafio correr neles. O circuito daqui me passou a mesma sensação que tenho quando corro na pista de Cape Town. É uma pista rápida, com uma boa reta como a de Curitiba. A pista aqui é muito segura, com boas áreas de escape e barreiras de proteção. Eu gostei do fato dele ter muitas áreas verdes, muita parte gramada, o que está acabando nos autódromos de hoje. As barreiras de pneus são bem montadas. Pude ver isso andando na pista, mas não pretendo conhecê-las mais de perto (risos). O asfalto está com algumas ondulações no final da reta dos boxes e antes da entrada da grande curva, que eu achei excelente. Desafia o piloto a fazê-la forte e acelerando para entrar rápido na reta. É uma pena que vocês não a terão mais por muito tempo. Eu gostaria de voltar a correr aqui. Fabian Taraborelli (Argentina). Olá Nobres do Grid, já conheço o site de vocês lá da argentina. Amigos da Associação Argentina de Volantes comentam as vezes sobre vocês e agora vão comentar mais com a minha entrevista. Estou muito feliz em poder estar aqui em Curitiba. Esta é minha primeira corrida neste circuito. A categoria Porsche aqui do Brasil tem uma estrutura que em nada deixa a desejar as grandes estruturas que vi em categorias na Europa. É tudo muito bem organizado, com um alto padrão de profissionalismo e o ambiente é excelente. É uma confraternização de amigos que disputam corridas com desejo de vencer, mas com muita lealdade. O autódromo de Curitiba é um autódromo FIA 3 e tem um padrão de segurança excelente, com ótimas áreas de escape, barreiras de pneus e caixas de brita onde devem ser e uma condição de receber qualquer competição de carro de GT do mundo. Na Argentina há poucas pistas com este padrão. Em alguns pontos do circuito tem ondulações. Eu acho divertido ter que encontrar a forma correta de frear com o asfalto irregular. Dá um pouco mais de emoção. Mas o traçado em si já proporciona esta diversão, pois é muito técnico e exige que o piloto tenha habilidade para não perder tempo como, por exemplo, no contorno do “S” de alta. O carro da categoria é muito rápido, fazendo voltas abaixo de 1:20, com uma velocidade impressionante no final da reta e eu me senti muito à vontade. É um carro bastante estável e seguro e mesmo sem o controle de tração que temos nos carros da Blancpain Series, não me senti desconfortável, pelo contrário, exige que o piloto seja mais habilidoso e por vezes extremo na sua guiada. Fabio Benedetti (Itália). Estou encantado com a categoria que vocês tem aqui no Brasil. Tudo muito organizado, tudo muito preciso. Um atendimento aos pilotos e uma equipe de suporte técnico fantástica. Fazia tempo que eu não corria com carros da marca Porsche, vinha utilizando outras marcas nos últimos anos, mas sempre gostei dos carros alemães. O autódromo de Curitiba, pelo que pesquisei um pouco antes de vir correr aqui, é um autódromo de 20 anos de idade, mas ele é muito moderno, com ótimas instalações e muito seguro É uma pista rápida e técnica, com algumas “armadilhas” para o piloto perder tempo. A comunicação por rádio com os pilotos é perfeita, a parte de sinalização tem postos muito visíveis, deixando todo sinal muito claro, sem interferências ou pontos cegos. Na condição do asfalto eu percebi alguns pontos de desgaste e algumas ondulações, mas de uma forma geral ele está muito bom, sem buracos, sem remendos e tem esta parte de concreto aqui na reta que é algo diferente, que não temos nos circuitos na Europa. Eu achei aquelas zebras na chicane no final da reta um pouco altas demais. Comentei isso com alguns pilotos e disse que isso estava em desuso na Europa. Se bem que na primeira chicane de Monza elas também são altas. Então me explicaram que foi a única maneira de tentar segurar os pilotos brasileiros para fazerem a curva (risos). Os pilotos aqui são muito bons e rápidos. Mas estas zebras são um pouco perigosas e podem danificar o carro. Me disseram que este é o último ano das corridas aqui. Uma pena. É um belíssimo autódromo. Gonzalo Herta (Chile). Eu fiz praticamente todas as etapas deste ano na Porsche do Brasil, que é uma categoria muito forte, com carros excelentes e pilotos muito bons. No meu país, o Chile, infelizmente não temos uma competição neste nível para poder nos aprimorar por lá. Felizmente o Brasil não é tão longe e eu fui muito bem recebido aqui. Eu corri por alguns anos na Europa, por outros na Argentina e muito tempo em corridas de motovelocidade. Curitiba tem um ótimo circuito. Fica atrás da maioria dos circuitos europeus que corri, mas é melhor do que os que andei na Argentina. É muito seguro, é rápido e tem uma grande reta com uma freada difícil no seu final. Dos circuitos que corri aqui, depois de Interlagos, foi o que mais gostei. As áreas de escape de Goiânia são maiores, mas o asfalto aqui é mais uniforme, não tem remendos e com isso, consegue-se manter um nível de aderência mais constante. Há, claro, algumas ondulações, mas o circuito de Goiânia tem mais. Interlagos, incrível, quase não tem. A infraestrutura deste circuito é muito boa. Os pilotos daqui tem uma ótima pista.
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