A convite do Site dos Nobres do Grid, lá fui eu mais para a minha primeira visita ao Templo pós-cirurgias. E sobre o Templo, tudo o que posso dizer é que ha uma ou outra boa novidade sim... Mas sabe aquele prato gourmet em que o tempero não está lá tão bem acertado? Exatamente isso...
Piso remendado, sanitários faltando itens básicos e acabamento ainda com muito a ser feito se misturavam ao belo novo prédio que, situado no local onde anteriormente ficava o heliporto, servirá como torre de cronometragem e outras funções administrativas. Interlagos sempre falou muito ao meu coração, desde menino, assim como as maquinas que ali competem. E falando nelas, não faltou maquinário andando naquele final de semana. A VICAR, promotora das categorias, se encarregou de fazer acontecer as decisões de 4 campeonatos: Campeonato Brasileiro de Stock Car, Campeonato Brasileiro de Turismo (ambas utilizando motores V8: Motor com 450 CV no Stock e 520 CV quando acionado o “Push to Pass”, e 350 cv no Brasileiro de Turismo), Mercedes-Benz Challenge (CLA 45 AMG utilizando motor 4 cilindros turbo de 360cv, e C250 utilizando motor 4 cilindros turbo com 220cv), e Copa Petrobrás de Marcas (4 cilindros aspirado, baseado em bloco de motor Ford Duratec, com 245 cv). Todas as categorias utilizam motores com preparação e fornecimento únicos.
Na sede da JL em em Cotia-SP, os motores que equipam os carros da Stock Car e Br. de turismo são equalizados. Única categoria que já tinha o campeão decidido, a Formula 3, correu também. Utilizando propulsores semelhantes a da Copa Petrobrás de Marcas, porém com preparação menos restritiva, atingindo 280 cv. E foram grandes decisões! Com direito a imprevisibilidade, acidentes, mudança de campeão durante as provas, e tudo sob um sol escaldante. Falando sobre o maquinário, pude conhecê-los mais de perto, tanto nessa prova, quanto numa visita na própria JL (empresa encarregada de produzir os carros da Stock Car e do Campeonato Brasileiro de Turismo, e de cuidar dos propulsores da Copa Petrobrás de Marcas), e algo que inicialmente já fica claro é que as lições dos ocorridos no passado foram aprendidas. Hoje, os carros estão mais seguros que nunca. A JL, aliás, tem alguns objetivos meio complicados de conciliar: produzir carros seguros, fortes, rápidos, com custo compatível a um país em crise, manutenção fácil, e que façam categorias equilibradas.
O motor produzido por Oreste Berta é forte, resistente, barato e potente. Pode trabalhar com até 345cv sem problemas. Obvio, equipes mais bem estruturadas conseguem sempre “aquela” vantagem acima das equipes menores, mas que muitas vezes não se trata de equipamento melhor, e sim de engenheiros e mecânicos melhores e mais gabaritados, que podem se aproveitar de um setup mais bem elaborado ou mesmo de uma ou outra brecha de regulamento. Com relação aos motores, ao conhecê-los mais de perto, fica claro o objetivo de igualdade absoluta entre as varias equipes das varias categorias. TODOS os motores são testados em dinamômetro de bancada, e quando fornecidos ás equipes, a curva de performance atestando os valores de potência e torque é fornecida juntamente. Além disso, para garantir plena igualdade e facilidade, todos os motores são lacrados em alguns pontos, como a tampa de válvulas. Não se pode alterar nem mesmo coisas pequenas, como folga de válvulas.
O motor que equipa os carros do Brasileiro de Marcas tem pequenas diferenças e uma potência um pouco menor. A ECU dos carros da Copa Petrobrás de Marcas é outro ótimo exemplo: sendo produzida pela MOTEC australiana, tem timer interno que somente permite o motor ser ligado em regime máximo de rotação e potência nos fins-de-semana de corrida. Até é possível ligar o motor fora desse período, porém o motor não passa de uma determinada rotação, o que serve somente para que o veículo possa ser movimentado dentro da oficina, por exemplo. Isso impede que testes fora de regulamento sejam feitos. Quanto aos Mercedes, são exatamente os mesmo carros, produzidos em outra empresa, e que contam exatamente com a mesma preparação. Sendo uma categoria de Gentlemen Drivers, os carros inclusive contam com alguns itens tecnológicos não muito comuns em carros de turismo, como controle de tração, transmissão semi-automática e freios ABS. São detalhes, que fazem toda a diferença. E o que vemos na pista são disputas parelhas, carros andando próximos a prova toda, corridas emocionantes, e carros que se enquadram no principal problema que temos hoje no país: a crise. Para finalizar, mais uma vez meus agradecimentos a toda a equipe do Nobres! Até a próxima, Milton Pecegueiro Rubinho
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