Durante a terceira etapa do Porsche GT3 Challenge Cup Challenge, foi apresentado o novo carro que deverá compor o evento mais seleto do automobilismo brasileiro. O Porsche GT4 Cayman vai fazer parte do festival de velocidade da casa de Stuttgart a partir do ano que vem (mas, quem sabe, ainda haja um “batismo de fogo” ainda em 2016... Dener Pires, promotor do Porsche GT3 Challenge Cup Challenge, desconversa). A apresentação do modelo durante a terceira etapa do Porsche GT3 Challenge Cup Challenge no Autódromo Internacional de Curitiba trouxe até o estado o Presidente da Porsche no Brasil, Herr Mathias Brück, que circulou pelo Hospitality Center onde atendeu os convidados e a imprensa. O carro é simplesmente lindo. Suas formas harmônicas fazem com que ele seja ainda mais bonito do que os carros da GT3, com os quais estamos acostumados a lidar desde que acompanhamos a categoria. O aerofólio traseiro não é um “apêndice aerodinâmico” como no modelo mais forte, é como se ele fizesse parte do design do carro de tão suave que ele encaixou na traseira do novo modelo. Para quem vai pilotá-lo, o carro segue rigorosamente o regulamento da Federação Internacional de Automobilismo – FIA nos aspectos técnicos que definem a categoria GT4, com todos os itens de segurança e conforto para ser um degrau de entrada nas corridas de Gran Turismo. Estando no AIC para esta etapa e para o lançamento do novo modelo, conversamos com alguns pilotos da Porsche GT3 Challenge Cup Challenge sobre o carro, com o promotor da categoria, Dener Pires sobre o novo carro e as perspectivas que ele pode oferecer, além de um papo rápido com o Presidente da Porsche no Brasil, Mathias Brück. Dener Pires – Promotor da categoria. A Porsche fez o lançamento mundial do carro para competições e nós, como categoria oficial da marca vimos que havia um espaço dentro do nosso campeonato para introduzir mais este produto que é um carro espetacular, totalmente dentro do regulamento da FIA, homologado para a categoria GT4 como foi em todo o mundo. Nós estamos abrindo o seguimento com os carros da GT4 para os pilotos da categoria Master, que são pilotos com mais de 50 anos para onde poderão migrar os pilotos com esta idade que hoje correm tanto na Cup como na Challenge, além de ser um carro que será preparado para as etapas de endurance. Ele também pode ser encarado como carro de entrada para as categorias de Gran Turismo. Não é algo inicialmente pensado, mas pode ser estudado. É um carro muito seguro, com controle de tração, ar condicionado, também pode servir como primeiro passo. Lico Kasemodel – Piloto da Categoria Cup. É um carro muito bonito e pelo que ouvi, ele vai ser voltado para os pilotos da categoria Master aqui da Porsche. Ele não deve ser tão rápido quanto os carros das categorias GT3, MS eu não sei como vai ser ainda, se eles vão largar junto com os carros da GT3 ou não em uma corrida. Eu achei muito bom o pessoal aqui da Porsche no Brasil trazer estes carros para a pista e até onde ouvi já tem mais de dez comprados. Até o final do ano deve dar um bom grid com eles e vamos ter mais uma categoria dentro do evento, o que sempre soma, é sempre bom. Como é um carro de entrada na categoria de Gran Turismo, pode, quem sabe, vir a ser também uma categoria de entrada na Porsche, mas isso teria que se ver o que vai estar no regulamento. Como ele é um carro menos potente que o GT3, pode servir para isso também, só que teria que dividir os pilotos sênior dos jovens... mas tudo é válido. Marcelo Hahn – Piloto da Categoria Sport. Eu acho muito importante que apareça qualquer nova categoria no automobilismo brasileiro, com qualquer modelo de carro e para qualquer tipo de corrida, seja corrida curta ou longa duração. O automobilismo no Brasil está em um processo decrescente há alguns anos tanto em termos de categorias como em termos de autódromos, ficando desativados ou fechando. O carro que nos foi apresentado é um carro muito bonito e vai ser uma grande categoria. Ele tem um centro de gravidade diferente, com motor entre eixos e uma distancia entre eixos mais curta que a dos GT3 com os quais corremos hoje. Pra quem vai entrar na categoria, é um carro excelente, que vai dar muita emoção para quem estiver atrás do volante, mesmo ele sendo um pouco mais lento que os GT3 que correm hoje. Miguel Paludo – Piloto da Categoria Cup. É um carro fantástico. Eu tive a possibilidade de vê-lo na pista e ele é um carro muito gostoso de guiar e que tem alguns itens de segurança eletrônica como o controle de tração que vai ajudar os pilotos que vão correr com ele como os pilotos mais veteranos que vão ser menos exigidos fisicamente e que terão o prazer de poder acelerar um carro muito rápido e seguro. A iniciativa do Dener [Pires], mais uma vez, foi fantástica, trazendo um carro que é lançamento mundial da marca já para o Brasil, mostrando sua competência e sua visão pra fazer um campeonato novo que certamente será um sucesso, na verdade, a continuidade de um sucesso que está no seu décimo primeiro ano. O nível de tecnologia que este carro tem vai proporcionar um campeonato bastante equilibrado. É um carro com controle de tração, o que ajuda muito na guiada, fazendo dele um carro não apenas para os pilotos da categoria Master como foi feito o planejamento da categoria, mas que também pode ser uma categoria de entrada para quem achar que entrar na GT3 pode ser um passo muito grande. Pode ser um degrau de uma escada antes de se ir para a categoria Challenge e depois a Cup. É algo que pode ser pensado. Pedro Queirolo – Piloto da Categoria Cup. O Dener [Pires] é um grande empreendedor. Ele está fazendo o campeonato da Porsche há onze anos com sucesso e este é o quarto modelo que vem para o Brasil e os três modelos anteriores foram um sucesso. Há cada três anos tem sido promovida uma troca de carros eu acho que tem espaço para abraçarmos mais esta categoria, que até onde sei vai ser voltada para os pilotos Master, com mais de 50 anos e para pilotos que ainda não tenham um desempenho muito forte como pilotos para servir também como porta de entrada para as outras categorias. O carro é maravilhoso. Tem ar condicionado, controle de tração, certamente o grid da primeira temporada vai ser bem numeroso e as disputas vão ser bem equilibradas. Uma das coisas que fazem do campeonato da Porsche o mais equilibrado que eu já participei é que os carros são praticamente idênticos, a preparação é uma só e o que se vê são classificações onde os 10 primeiros estão separados por menos de um segundo e isso traz emoção para o público que assiste as corridas na televisão. Mathias Brück – Presidente da Porsche no Brasil. NdG: Porsche é mais que um carro, um nome. É uma lenda! Como é ser presidente de uma lenda? Mathias Brück: A Porsche tem a competição, o automobilismo em suas veias e você foi muito feliz ao afirmar que a Porsche é uma lenda. Uma coisa que é interessante na história da Porsche é que nosso investimento no automobilismo é algo que traz as pessoas para perto da marca porque os carros da Porsche que o fã de automobilismo e o fã da marca vê nas pistas é um carro igual ou praticamente igual ao que ele vê nas ruas e que ele pode comprar. Dirigir ou pilotar um carro da Porsche não é apenas isso, o proprietário de um Porsche “veste” o carro. NdG: A Porsche Cup é uma categoria mundial e aqui na América do Sul, o Brasil é a vitrine. O automobilismo é a melhor maneira de se “vender uma marca”? Mathias Brück: Ao longo de décadas o nome Porsche foi assim associado. Foram inúmeras vitórias em Le Mans e outras competições de grande tradição e importância. Foi este um dos motivos que nos levou a voltar à principal categoria do Mundial de Endurance. Mostramos nossa força conquistando o campeonato no ano passado e vencendo em Le Mans, revivendo todos os momentos de glória que vivemos tantas vezes e como estamos nos aproximando de mais uma edição das 24 horas de Le Mans, estamos em grande expectativa e confiantes em mais uma conquista. NdG: Ontem, conversando com o Dener Pires, falamos sobre uma lacuna que o automobilismo no Brasil possui, que seria ter os melhores pilotos pilotando os melhores carros. Haveria como fazermos isso com a Porsche? Mathias Brück: Esta é uma abordagem muito interessante. Dois anos atrás, na etapa do WEC, a Porsche fez a preliminar e infelizmente, depois de 2014 não tivemos mais a etapa com a reforma de Interlagos e depois a mudança no calendário deles. Uma pena. Aqui no Brasil temos uma competição de alto nível com a Challenge e a Cup, com ótimos pilotos e muita disputa. É o que temos no momento e é impressionante o que o Dener [Pires] e sua equipe fazem aqui no Brasil. Trazer nem que seja eventualmente alguns pilotos para pilotar aqui é algo interessante e me impressiona como pilotos, até mesmo com experiência em categorias como a F1 ficam impressionados com nossos carros.
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