Olá pessoal que acompanha o site dos Nobres do Grid, Como prometi no mês passado, voltarei a falar sobre piloto automático, mas desta vez, vamos entrar realmente no que os sistemas de direção e condução de veículos sem a interferência dos motoristas – o que no caso de alguns seria uma dádiva divina – pode vir a se tornar num futuro até próximo, além de mostrar o que já existe nos dias de hoje. Muita gente aqui já viu aquelas propagandas na televisão em que o carro estaciona sozinho. O “park assist” vem sendo encontrado em carros há pouco mais de 10 anos, com a Mercedes e a BMW trabalhando em suas primeiras versões para seus modelos top de linha. Com o desenvolvimento e o barateamento da tecnologia, este recurso está chegando em modelos com valores mais acessíveis, especialmente aos bolsos dos brasileiros. A evolução, no entanto, não para de avançar e, se até bem pouco tempo o motorista precisava estar dentro do carro e apertar um botão para que o computador de bordo processasse a informação e executasse a manobra. Atualmente, é possível dar o comando para o carro executar a manobra estando fora dele, via comando no cartão-chave via aplicativo de celular ou até pelo relógio! Realizar pequenos movimentos, como manobras em garagens ou estacionar o carro na rua deixou de ser o desafio há quase uma década. Uma das atuais buscas da indústria automotiva é fazer com que um carro consiga trafegar por ruas, avenidas e rodovias sem a interferência humana, com um conjunto de câmeras, sensores e processadores enviando o comando para os veículos e estes, de forma inteligente, andar nos tráfegos urbano e rodoviário de forma segura. Cérebro do Sistema O grande cérebro desse sistema de piloto automático é o sensor de radar que transmite e recebe ondas de rádio. O dispositivo é instalado na dianteira do carro e emite e capta as ondas que estão em volta, essas ondas são refletidas pelo veículo que está na frente. A emissão dos sinais acontece de forma constante. No momento em que acontece a reflexão um microprocessador faz o registro do tempo de retorno dessas ondas e assim calcula a distância e a velocidade com que o um veículo se aproxima do outro. O motorista pode conferir qual é a distância entre os carros através de um visor instalado no painel do carro. O sistema faz isso de forma autônoma promovendo uma interferência no funcionamento do motor até que o carro seja freado no caso de ser necessário. Sim, o motorista pode intervir no sistema caso julgue necessário. Os Cálculos Num primeiro momento pode parecer muito simples, porém, não é, os cálculos realizados envolvem a determinação do ângulo em relação a outro automóvel, a antecipação da trajetória a ser percorrida e também a seleção do veículo com que se estabelecerá contato. No caso em que o espaço entre os dois carros é inferior a metragem que foi programada o piloto automático entra em ação. O sistema de piloto automático é conectado as centrais eletrônicas o que desacelera o motor de forma gradual e assim faz o acionamento dos freios quando se mostra necessário. Casos de Emergência Por exemplo, com o uso desse sistema um carro que entra tangencialmente numa curva pode causar uma reação retardada. O sistema precisa de um tempo mínimo para estabelecer a relação com o veículo que está a frente. Outra condição para o funcionamento correto do sistema é boa visibilidade. Dessa forma podemos perceber que a presença do motorista não é nem um pouco dispensável embora o piloto automático inteligente seja bastante útil e prático. Um sistema que podemos dizer que já é um executivo no carro, pois toma decisões e até mesmo faz exigências para ser ouvido. Nos casos de emergência em que a intervenção eletrônica não se mostra suficiente para evitar uma colisão o sistema dispara um alarme, sinal sonoro, que ajuda a alertar o motorista para que ele assuma o controle. Nos primeiros sistemas de piloto automático inteligente não era recomendado seu uso em trechos de estrada sinuosos ou em vias urbanas onde é necessário mudar constantemente de faixa. Contudo, os novos sistemas estão buscando deixar isso para trás. O futuro hoje. O sistema de piloto automático dos carros elétricos da Tesla tem estado no centro de variadas controvérsias e alguns acidentes nos quais resultaram vítimas mortais. Ainda assim, o sistema da marca americana representa um grande avanço tecnológico para a indústria do automóvel. A Tesla continua a apostar no sucesso e desenvolvimento deste sofisticado sistema Autopilot, e para o tornar mais seguro, deverá nos próximos dias libertar uma atualização de software. A nova programação visará dar maior importância ao sistema de radar que até aqui agia apenas como um sensor secundário. O Tesla Software Update 8.0 chegará aos automóveis da marca em bem pouco tempo, e continuará a fazer uso do complexo sistema de câmara e de sensores, que agora apenas respondem às ordens do radar. A atualização de software trará ainda a chamada ‘lista branca de localizações codificadas’ em que a Tesla incluirá uma enorme base de dados, onde figuram, por exemplo, sinais de trânsito, para que o automóvel evite falsos positivos na detecção de todo o tipo de elementos durante o trajeto. Esta base de dados permitirá evitar travagens súbitas sem motivo aparente e estar mais alerta perante potenciais situações de colisão. Para evitar futuros acidentes e incidentes, o novo software para o Tesla Autopilot traz também uma quantidade mais vasta de alertas para o condutor de forma a chamar-lhe a atenção para a eventual necessidade de assumir a condução do automóvel, reduzindo assim a responsabilidade da marca perante determinadas situações. Quem também vem trabalhando no desenvolvimento de um sistema de condução de veículos sem interferência humana direta é a gigante Google. Em um recente anúncio feito para a mídia aotomotiva, Sebastian Thrun, Engenheiro de Software no Google, revelou detalhes de um projeto pioneiro de “piloto automático” no qual tem permitido que uma frota de carros do Google possa se auto dirigir. Por uma questão de fato (nenhuma notícia de carro batido ou algo assim), os testes iniciais provaram ser um sucesso. Em uma série de testes autorizados e monitorados pelos departamentos de trânsito nos estados que concordaram em proceder os testes com estes veículos sem motoristas, os carros equipados com o sistema da Google já têm registrado mais de 140.000 milhas (aproximadamente 225.000 Km). Esta milhagem, contudo ainda é muito pequena para se considerar o sistema seguro e termos a nossa primeira geração de veículos autoguiáveis. Contudo, o acidente com o Tesla S, carro dotado com o sistema que, “em condições normais, dispensa a ação do motorista”, e que causou a morte do mesmo está fazendo toda a indústria automotiva reanalisar seus planos e sistemas. O Model S é um dos modelos da Tesla equipado com o sistema que permite que o carro assuma o controle parcial, mudando de faixa se houver necessidade, adaptando a velocidade ao veículo à frente e fazendo frenagem de emergência. Esse recurso, que também é usado por outras montadoras, atua dentro de certas regras, como limite de velocidade e a exigência de que o motorista mantenha as mãos sobre o volante, para sinalizar que pode reassumir o controle a qualquer momento. A velocidade na rodovia onde ocorreu a batida é limitada a 104 Km/h (65 mph). Dados preliminares, obtidos pelo sistema da Tesla, apontam que o Model S estava a 119 Km/h (74 mph) pouco antes do acidente, disse NTSB (National Transportation Safety Board), uma espécie de “DENATRAN” norte americano. Os sistemas que adaptam a velocidade ao veículo da frente (acelerando ou reduzindo) e o que faz com que o carro se mantenha na faixa estavam acionados no momento do acidente. O carro também era equipado com frenagem automática de emergência, que deveria entrar em ação na iminência de acidentes, mas é mais voltada para colisões traseiras e por vezes também é limitada a uma determinada velocidade. Relatório preliminar do departamento do governo americano que investiga acidentes de trânsito apontou que o Tesla Model S estava acima da velocidade permitida no acidente que matou seu motorista, em maio passado. O órgão também confirmou que o sedã estava no modo “Autopilot”, que é uma espécie de “piloto automático” limitado, conforme já havia sido divulgado pela montadora. Apesar do acidente e da morte do motorista, se formos ver as estatísticas com acidentes e mortes com carros convencionais, aviões, navios, trens e outros meios de transporte, se o ser humano tivesse desistido de investir em melhorar estes meios de transporte, ainda estaríamos andando a pé, não é mesmo? Muito axé pra todo mundo, Maria da Graça
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