Ao findar o último estágio da temporada de 2016 na Austrália, nem o mais fanático torcedor do WRC poderia imaginar que 2017 poderia se apresentar com tantas possibilidades e indefinições. Há todo tipo de dúvida sobre quem poderá se destacar após uma intensa dança das cadeiras provocadas pela inesperada saída da VW, e também pela dúvida em relação ao desempenho dos novos bólidos, desenvolvidos de acordo com às novas determinações da FIA. O regulamento do WRC 2017 estabelecido pela FIA deixou os carros mais leves, largos e potentes em relação aos da temporada passada, além de permitir o uso de spoilers e asas traseiras maiores, o que deverá ajudar bastante na questão aerodinâmica. Essas modificações deixaram os novos WRC bem parecidos com os lendários carros do Grupo B, logicamente, com todas às evoluções técnicas e de segurança. Apesar de nenhuma equipe divulgar oficialmente a potência de seus motores, fontes seguras garantem que devem passar facilmente dos 400 CV, e pesando 25 kg a menos que os modelos de 2016. Outra mudança realizada pela FIA permite a inscrição de até 3 carros por equipe, sendo que somente os dois melhores colocados terão sua pontuação contabilizada para o campeonato. E restando poucos dias para o a prova de abertura da temporada, dia 20 de Janeiro em Monte Carlo, algumas equipes ainda terão muito trabalho pela frente. Com a definição de que Ogier irá mesmo realizar o sonho de trabalhar com Malcolm Wilson, resta agora a M-Sport, trabalhar no desenvolvimento do novo Fiesta WRC, e tentar colocar a equipe sediada em Dovenby Hall, Cumbria, Inglaterra, de novo no caminho das vitórias, visto que seu ultimo trunfo na competição foi na temporada de 2012. E o escolhido para formar dupla com Ogier foi o estoniano Ott Tanak, que por duas vezes viu a vitória escapar por entre seus dedos na última temporada. Ao contrário da Ford, a Citroen testou exaustivamente o C3 WRC, já que participou de poucas etapas na temporada anterior. Além disso, manteve seus pilotos, o a credencia como uma das equipes favoritas para a conquista do título. Sua esquadra é composta pelo rápido e experiente Kris Meeke, Stéphane Lefebvre e Craig Breen. Quem também promete surpreender é a Hyundai, pois a exemplo da Citroen, manteve os mesmos pilotos de 2016; Thierry Neuville, Dani Sordo e Hayden Paddon, e realizou milhares de quilômetros em testes de desempenho e confiabilidade com o seu novo i20 WRC. Já a grande incógnita da temporada fica por conta do retorno da Toyota com seu Yaris, visto que Sébastien Ogier testou o carro e não gostou nada do que viu. A principal reclamação do francês ficou por conta da suspensão, a qual não se comportou da maneira esperada. O carro pelo visto ainda tem muito a ser desenvolvido, pois Ogier recusou uma proposta de 10 milhões de Euros da marca japonesa, preferindo assinar com a Ford. Com isso, restou a Toyota fechar com Jari Matti Latvala, outro piloto que ficou a pé após a saída da VW. Ele irá formar dupla com o finlandês Juho Hanninen, além da possibilidade de contar com um terceiro carro a partir da metade da temporada, com Esapekka Lappi no comando. Enfim, o sonho de todos os amantes do WRC se realizou, pois o tetracampeão Sébastien Ogier estará a bordo de um carro que, até que se prove ao contrário, é a terceira força do campeonato, além de ter que lidar com a pressão de buscar um titulo de pilotos que a equipe conquistou pela última vez em 1981, com Ari Vatanen. Com todos esses ingredientes, o WRC 2017 será, sem nenhuma sombra de dúvida, o melhor campeonato de todos os tempos, visto que pouco ou quase nada restou da temporada passada. Ogier que o diga! E que venha 2017, até a próxima pessoal! Marcos Tokarski
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