Olá, amigos leitores do Nobres do Grid! Chegamos ao fim de um ano “bicudo” onde minguaram os patrocínios para diversas modalidades esportivas, e o esporte motor não fica de fora desta realidade. Vivenciamos uma eleição para o comando da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) e, seja qual for o escolhido entre Milton Sperafico e Waldner Bernardo, terá de pensar em uma forma mais ampla de pensar o automobilismo no país. Terá de buscar apoio na política, a fim de conseguir implantar uma legislação semelhante a da Argentina, um país com uma economia menor que a brasileira, mas que enxergou no esporte motor uma atividade merecedora de incentivo. No nosso vizinho é possível comprar peças, por exemplo, com menor alíquota de imposto, barateando os custos das competições regionais. Já foi dado um passo importante com a unificação dos regulamentos dos certames de Marcas a fim de, ao fim do ano, haver mais carros no grid do Festival Brasileiro de Marcas e Pilotos, mas é preciso que as federações regionais atentem para a montagem do calendário a fim de deixar livre a data para que os pilotos possam competir na prova nacional. É claro que nem todos os integrantes dos campeonatos estaduais não irão competir na disputa nacional, no entanto é preciso assegurar a participação dos interessados, sem que para isso tenham de sacrificar sua posição na classificação-geral de seu estado. Um exemplo disso foi o encerramento do Campeonato Cearense de Marcas, realizado no dia quatro de dezembro, neste mesmo dia, acontecia no autódromo de Curvelo o Festival Brasileiro de Marcas e Pilotos. A rodada dupla cearense contou com representantes de Pernambuco e da Bahia que alinharam 23 carros na reta principal do Autódromo Virgílio Távora, na cidade do Eusébio. Fica a dica para o próximo gestor da CBA. Mudando o foco de nossa coluna quero aqui registrar a importância do Site dos Nobres do Grid em pautar-se pela análise imparcial quanto da segurança em nossas pistas. Diz uma velha anedota que o inferno brasileiro seria o melhor dos mundos para quem merecesse arder nas chamas após a morte. No local faltaria gás para aquecer a caldeira e quando houvesse, faltaria água para por na fervura, e tendo água e gás, o carrasco teria faltado. Tal situação criada pelo anedotário reflete muito o espírito com que muitos encaram as coisas e tendem a aceitar situações que podem levar a consequências desastrosas. Aceitar situações provisórias apenas para premiar o esforço de alguém tem sido uma prática tão comum quanto abrir os olhos ao acordar. Os antropólogos, sociólogos e pesquisadores da sociedade não se cansam de explicar os motivos do chamado “jeitinho brasileiro” amplamente associado ao espírito do “deixa prá lá”, denotando a maneira relapsa como muitos preferem passar por cima da solução definitiva, que, na maioria das vezes implica em maior rigor. Infelizmente, o "jeitinho brasileiro", que poderia ser sinônimo de criatividade para as boas soluções que encontramos, alastrou-se tal qual um vírus poderoso, tornando comum burlar as regras, fazendo dos “normais” seguidores dessas regras sentirem-se verdadeiros otários, ou como dizemos por aqui no Ceará, verdadeiros “abestados”. Assim, aceitar o improviso, o “só para hoje”, o “na próxima se ajeita” torna quem cobra o “simples respeito às normas” em verdadeiras aves de mau agouro. Nós que escrevemos no Nobres do Grid não estamos aqui para jogar lama no ventilador, tampouco tecer loas desmerecidas. Não somos os inimigos número um dos dirigentes e empreendedores, mas não podemos nos quedar em apontar o que percebemos estar em desconformidade até mesmo como forma de contribuir para que o esporte motor do Brasil seja, de fato, do tamanho da paixão deste povo apaixonado pela velocidade. Já fora dito, em editorial (clique aqui para ler) da situação na qual se inaugurara o “circuito intermediário” em autódromo na Paraíba. Depois vimos, em rede de TV por assinatura (SporTV) a repetição das mesmas situações em Curvelo. Caros leitores! Investe-se muito em um carro de corrida como os da Stock Car, Brasileiro de Marcas (Copa Petrobrás de Marcas) e Brasileiro de Turismo, para ficar com estes que correram em Curvelo, para que sejam homologados, respeitando os mais severos padrões de segurança impostos pelas normas que regem o automobilismo internacional. Não é razoável, em detrimento de uma data de inauguração, assim com ocorrera na Paraíba, adicionar mais uma “dose de perigo” a um esporte que envolve riscos por se tratar de uma “batalha entre pilotos comandando máquinas”. Somos, eu e os amigos aqui do Nobres do Grid, tão apaixonados pelas corridas quanto nossos leitores, e vamos continuar alimentando essa paixão sem deixar de exercer nossa missão de analisar o que se passa dentro e fora das pistas. Críticas todos nós recebemos. Somos bombardeados pelo ódio de comentários em redes sociais, e até desrespeitados, mas quando percebemos que nossas letras podem contribuir com algo positivo, ou colocar o assunto para o debate entre os que decidem os rumos das corridas em terras brasileiras, nos alimentamos disso para mantermos o compromisso aqui assumido. Não se trata de ser “a palmatória do mundo”, mas apenas exercer a função de um veículo de comunicação. Quando os holofotes são apontados para algo não é apenas para expor, mas sim para alertar. Até a próxima, Robério Lessa
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