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Aditivos (Parte 1): Radiadores PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Monday, 15 May 2017 00:22

Olá pessoal que acompanha o site dos Nobres do Grid,

 

Quem nunca passou por tal situação: você para o carro no posto, pede para completar o tanque e o frentista pergunta: “Vai um aditivo, patrão/madame?”

 

Tubos de diversas cores dispostos sobre prateleiras em postos de abastecimento. Para muitos motoristas, os aditivos ainda possuem essa definição, mas a verdadeira função dos produtos é desconhecida. Além disso, é comum a oferta dos frentistas para que o condutor aceite a aplicação do aditivo mesmo sem saber ao certo os benefícios que o produto poderia trazer.

 

Basicamente existem três tipos de aditivos. Os de combustível, os de óleo e os que são utilizados no radiador do carro. Antes de fazer o seu veículo “engolir qualquer coisa”, fazer algo que pouquíssimos motoristas fazem – ler o manual do proprietário – é extremamente importante para não só saber se você está jogando dinheiro fora, mas também se você não está fazendo um mal ao invés de um bem para seu veículo.

 

Durante a queima de combustível, o acúmulo de impurezas é inevitável, assim, a função dos aditivos é prevenir que essa sujeira prejudique o funcionamento do veículo e polua ainda mais o meio ambiente. Contudo, quando as impurezas já ocuparam mais espaço do que deveriam, é necessário realizar a descarbonização do motor.

 

Alguns aditivos potencializam a resistência, porém, essa vantagem pode não ser tão notória em motores comuns. As propaganda sempre falam nas vantagens, mas a economia de combustível e o rendimento serão relativos, uma vez que é condicionada a diversos fatores. Por exemplo, o aditivo não terá muita eficácia se o motor já estiver sujo.

 

 

Se os carros pudessem falar, eles agradeceriam a cada vez que são abastecidos com os aditivos corretos. Alguns obrigatórios, outros opcionais, o fato é que todos os aditivos são fabricados para garantir que as peças internas trabalhem sob as condições mais adequadas quanto possível, mantendo a temperatura de trabalho do motor, reduzindo o atrito ou ainda melhorando a combustão da mistura.

 

Muita gente ainda acha que a água da torneira serve como líquido para o radiador. Errado: o mecânico deve acabar com esse tipo de pensamento e orientar o proprietário a consultar o manual do veículo para saber como abastecer o reservatório de líquido de arrefecimento. Lá está discriminada a proporção certa entre água (sempre desmineralizada, atenção!) e aditivo de arrefecimento, este, um elemento essencial para que o motor funcione perfeitamente. Cada fabricante de automóvel aponta uma marca ou especificação de aditivo para cada um de seus veículos, e que deve ser seguida à risca na manutenção preventiva. Portanto, se o frentista perguntar se quer completar a água, a única que você pode aceitar e a do tanquinho do limpador de parabrisa!

 

 

Ao projetar um motor, a engenharia mecânica e a engenharia de materiais estudam a temperatura de funcionamento, necessidade de troca de calor, ligas metálicas a serem utilizadas no projeto, e outros aspectos mais. Assim, definem a necessidade de uso do protetor de arrefecimento, ou seja, recomendam qual produto deve usar para preservação do motor.

 

É indispensável o uso de aditivo de arrefecimento dos motores, pois necessitam de proteção contra a oxidação provocada pelo contato direto da água com os metais do sistema, proteção contra a fervura do líquido, proteção contra a formação de bolhas e cavitação na bomba d’água e camisa úmida dos motores Diesel. Mas não basta ser eficiente para apenas para as altas temperaturas. em regiões frias, o aditivo também protege contra o congelamento. Eu, inclusive, falei sobre isso na coluna do mês passado.

 

Além das propriedades para controlar a temperatura, os aditivos do radiador precisam ter propriedades anticorrosivas. Os “coolants” são aditivos que em sua composição possuem monoetilenoglicol e um pacote anticorrosivo, sendo divididos em duas categorias: os orgânicos (vida estendida) e os inorgânicos. As indicações de um ou outro variam de acordo com as recomendações das montadoras. No caso dos orgânicos, eles oferecem um intervalo maior entre as trocas, o que gera menos descarte de resíduo no meio ambiente.

 

 

Já os anticorrosivos são fluidos cuja principal função é prevenir a corrosão, geralmente usados em veículos pesados, de fabricação mais antiga, dotados de sistemas de refrigeração, nos quais o objetivo era retirar calor. Nos veículos pesados mais modernos, são recomendados os coolants, porque são equipados com sistema de arrefecimento, esta, uma tecnologia que exige manter a temperatura ideal de trabalho. Para escolher corretamente um aditivo para radiador, deve-se sempre seguir as recomendações dos manuais dos fabricantes.

 

Segundo os produtores dos aditivos para radiadores, o período de troca dos aditivos para arrefecimento varia de produto para produto, mas, na dúvida, não ultrapasse os 12 meses de uso e sem serem seguidos os prazos, o aditivo perde suas propriedades químicas. Contudo, o período de troca é costuma ser informado no manual do veículo. Hoje, conforme esses manuais, a primeira troca geralmente acontece em torno dos 30 mil km ou 1 ano, podendo chegar a até 120 mil km ou 5 anos, de acordo com o tipo de aditivo recomendado pelo fabricante e o cuidado nas reposições, de modo a não mudar a concentração do aditivo.

 

 

Um problema muito relatado em oficinas e concessionárias é a mistura de aditivos de tipos de diferentes: coolants orgânicos com inorgânicos e vice-versa e o coolants orgânicos e inorgânicos com aditivos anticorrosivos. Essa mistura diminui a vida útil do líquido de arrefecimento, diminuindo o intervalo de troca do fluido. Mas se o motorista não percebe a mistura errada, pode usar o fluido pelo tempo recomendado pela montadora e rodar com o veículo desprotegido.

 

A negligência com o líquido de arrefecimento pode causar superaquecimento do motor, cujas consequências são o empenamento no cabeçote e queima da junta, o que pode fundir o motor. Além disso, outros problemas que podem ocorrer são corrosão de peças metálicas do sistema de arrefecimento, cavitação, ressecamento das mangueiras do sistema, travamento na válvula termostática e calcificação dos sensores.

 

 

Você não precisa ser um expert em mecânica para cuidar de algumas coisas relativamente simples e evitar de ficar na rua com o capô a Berto em meio a uma nuvem de vapor ou fumaça. Diagnósticos simples podem ajudar muito. Verifique o estado do seu reservatório de líquido de arrefecimento, que geralmente, devido à presença de aditivo, deve se encontrar nas cores do mesmo (azulada ou esverdeada são as mais comuns, mas tem até cor de rosa). Caso o líquido de arrefecimento ou até o próprio reservatório tenham uma cor marrom, significa que a água que está sendo utilizada no motor está carregando ferrugem.

 

Na próxima coluna, falarei sobre os aditivos para combustíveis.

 

Muito axé pra todo mundo,

 

Maria da Graça