Olá fãs do automobilismo, Acordamos cedo nesta sexta-feira, apesar do vinho do jantar de ontem e da viagem para Indianápolis que fizemos (eu de San Diego e a Maria de Ontário). Como prometi ontem, vou falar do jantar com alguns colegas que fiz nas 500 Milhas do ano passado e alguns que, lá no Media Centre, mostraram-se interessados em ir conosco e que pareciam extasiados com a figura da Maria, que destacou-se em meio a tantos jornalistas que estavam lá. Nem passamos no hotel, saímos do Indianapolis Motor Speedway passava das 19 horas e seguimos para um restaurante não muito longe dali, sugestão do Jeff Olson, mas que eu não vou dizer o nome. Se eles quiserem, podem entrar em contato conosco para fazer um contrato de patrocínio através do email
This e-mail address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it
ou pelo meu twitter @kathysoares77. Logicamente o assunto do jantar foi automobilismo e todos estavam numa grande expectativa sobre a corrida. Muito se “choveu no molhado”, falando que o negócio das 500 milhas é “acertar o carro por 150 milhas e ir com tudo nas últimas 50”. Logicamente as considerações sobre Fernando Alonso tomaram boa parte do tempo e em alguns momentos achei que alguns deles pareciam torcer por uma vitória do espanhol, mas a opinião – unânime – era de que, se nada saísse errado, Scott Dixon não teria oponentes, mas como sempre acontece “coisas erradas”... Jantar com os colegas do Media Centre de Indianápolis. muita gasolina e etanol envolvidos numa noite deliciosa. O mais divertido (para mim), foi quando o assunto passou a ser motores e vieram as comparações dos motores da Indy e da F1. A Maria deu uma aula sobre sistemas híbridos, recuperação de energia e eficiência dos sistemas acumulativos. Só depois ela revelou que era Engenheira da unidade da Ford em Ontário e trabalhava com esta área em particular. Voltando ao dia de hoje, suspirei aliviada quando vi o céu com sol, mesmo que entre nuvens, para o “Carb Day”. Além disso, teríamos a competição de pit stops e as 100 milhas da Indy Lights, com Matheus Leist largando na pole position. A Maria viu a previsão do tempo e quando me mostrou, não tinha muito o que comemorar. A previsão de chuva para o domingo com pancadas durante o período da corrida persistia. Descemos, tomamos o café da manhã e seguimos para o Indianapolis Motor Speedway. Chegar cedo nos lugares tem suas vantagens, uma delas é ver os protagonistas do espetáculo chegando e conversar com eles antes dos outros. E quando se tem a vantagem de ter como pacientes alguns deles, isso fica ainda mais fácil. Fizemos um acordo enquanto eu falava com meus pacientes Maria foi falar com os outros pilotos antes deles entrarem na pista para o “Carb Day”. Além disso, tínhamos que dar atenção para Matheus Leist. Fernando Alonso estava bem tranquilo e confiante. Ele e seu "mentor", Gil de Ferran, acreditam muito na vitória. Eu ia passando pelos pits quando Fernando me chamou. Ele estava com Gil de Ferran e eles estavam muito tranquilos. Bem confiantes, diria. Perguntei a eles sobre o “plano de corrida”. Fernando desconversou, dizendo não ter um plano definido, mas foi se soltando e revelou que já tem uma estratégia, que é algo que todos mais ou menos farão: não ser tão agressivo na primeira fase da prova como acontece na F1, mas também não usar demais da segurança no início da prova, porque todos vão se aproveitar disso. Caso estiver caindo de posição, vou me manter calmo e tentar ser mais competitivo mais tarde, mas se estiver competitivo logo no começo, não vou reduzir o ritmo e tentarei me manter no grupo da frente. Fernando está bem orientado e já percebeu que a performance em ritmo de corrida é mais ou menos a mesma, de modo que isso cria boas perspectivas para todos no grid, mas disse que está excitado com o desafio desta corrida considera que esta corrida está sendo um dos maiores desafios que enfrenta desde que chegou à F1, mas que está tranquilo. O tempo passou rápido e as 11 horas em ponto começou o Carburation Day. A última atividade de pista antes das 500 Milhas de Indianápolis teve uma boa surpresa para nós, brasileiros. Helio Castroneves, a escuderia liderou a tábua de tempos, apesar de, tanto no cronômetro quanto na média de velocidade, não foi nada empolgante. Na verdade, ele fez sua melhor volta com uma média horária 5 milhas mais lenta que a obtida por Scott Dixon no “Pole Day”. Mas como o comportamento dos carros muda até durante a corrida, não dá pra dizer até onde foi bom ou os concorrentes “seguraram o pé direito”. A atividade foi muito afetada pelas bandeiras amarelas, todas preventivas, para limpar detritos na pista. Ao todo, foram três paralisações, as duas primeiras não muito, mas a última foi incomodamente longa: foram mais de 15 minutos de intervenção, o que praticamente acabou com a sessão, apesar da direção de prova ter acrescido cinco minutos ao total do treino, que teve os dois brasileiros entre os cinco primeiros, com Helio Castroneves em primeiro, Takuma Sato em segundo, Tony Kanaan em terceiro, Scott Dixon em quarto e Fernando Alonso novamente em quinto. Helio Castroneves foi o mais rápido entre os 33 pilotos no "Carburation Day". Rumo a quarta vitória? Helinho estava bastante feliz com o resultado e muito otimista. Ele disse que não gostou muito do que havia acontecido no “Pole Day”, mas que tinha confiança que seu Penske estaria bem equilibrado para as condições de corrida, algo que pode e deve ser levado em conta. Afinal, para fazer a classificação, os carros vão um a um para a pista e na corrida, isso não acontece. Tony Kanaan também era só sorrisos depois do “Carb Day”. Ele sabia que o terceiro tempo mostrava que seu carro estava tão equilibrado quanto o do seu companheiro de equipe, Scott Dixon, e que em 500 Milhas, mais de três horas para ser definido o vencedor, as possibilidades seriam grandes para ele. Conversamos também com Scott Dixon e mais uma vez com Fernando Alonso, o neozelandês gostou do treino. Disse que seu carro se comportou muito bem no tráfego e só lamentou as interrupções no treino para a limpeza da pista e espera que elas não aconteçam muitas vezes na corrida, a menos que ele esteja para trás, rindo, porque neste caso, vai ajudar. Fernando estava bem satisfeito com o comportamento do carro e que ele e a equipe agora iam apenas se concentrar para a corrida. Viramos nossa atenção para a corrida da Indy Light, que eu podia jurar que era no sábado, mas a Maria me alertou que era hoje e não amanhã. Comemos um sanduiche rapidamente e fomos acompanhar nosso piloto, Matheus Leist, que largaria na pole. Conversamos rapidamente com ele antes dele entrar no carro e ele estava muito confiante com o acerto do carro e acreditando muito na vitória. Depois de três voltas atrás do Pace Car, quando a bandeira verde foi acionada Matheus Leist saiu muito bem, segurando a ponta e se defendendo bem das investidas iniciais de Zachary Claman De Melo, que fez uma grande largada. A primeira bandeira amarela não demorou muito. Colton Herta foi tocado por Dalton Kellett, perdeu o controle do carro e acertou em cheio Ryan Norman, que largava em sua melhor posição na Lights. Herta e Norman abandonaram. Foram 5 ou 6 voltas com bandeira amarela até pista ser liberada. Quando a bandeira verde foi novamente acionada, Matheus Leist largou como um veterano de ovais e afastou-se logo dos concorrentes. Neil Alberico largou bem e passou Kellett, mas rapidamente já perdia a posição para o canadense e também para Aaron Telitz. Zachary Claman De Melo, que largou bem, foi perdendo rendimento e acabou superado em sequência para o compatriota Kellett, para Telitz e Alberico. Santi Urrutia, que largou lá no fundo do pelotão, vinha fazendo uma grande corrida de recuperação e antes do meio da corrida já estava em sexto. Enquanto Aaron Telitz assumia a segunda posição e começava a diminuir a diferença para o brasileiro. Matheus Leist e sua equipe na "Victory Lane" nesta sexta-feira depois da sua grande apresentação na Indy Lights. Matheus controlou bem a situação e mesmo quando Telitz perdeu a segunda posição para Dalton Kellett e este passou a tentar a luta pela ponta, o brasileiro teve tranquilidade para levar seu carro até a bandeirada final, conquistando a corrida de ponta a ponta diante de todos os chefes de equipe da categoria principal. Um grande cartão de visitas. Falamos com ele depois da corrida e ele estava feliz, mas procurava – não sei porque – ficar mais contido. A equipe parecia até estar mais feliz que ele. Estrear em ovais, estrear em Indianapolis e vencer logo de cara foi um grande feito. Matheus foi perfeito do começo ao fim e mostrou uma maturidade enorme para um garoto de apenas 18 anos. Com o batimento cardíaco recuperado, fomos acompanhar a disputa do torneio de pit stops. Uma tradição em Indianápolis. Tem um chaveamento e um sistema de mata-mata que levou para a decisão James Hinchclife e a Schimidt e Peterson contra Will Power a Penske, depois de superar outros seis pilotos e suas respectivas equipes de pit stop. O time de Roger Penske conquistou a 17ª vitória em 41 edições da competição, sendo a mais vencedora entre as equipes. Como em tudo que é feito no automobilismo norte americano tem prêmio envolvido, os mecânicos do carro de Will Power levou 50 mil dólares. O cair da tarde levou-nos de volta ao hotel para tomarmos um banho e nos prepararmos para nosso último evento do dia: jantar com a família Andretti, que desde o ano passado, quando Marco convidou-me para o almoço em família, passei a sentir-me como parte dela. Este ano vai ser um jantar bem especial, Fernando e Gil de Ferran estarão lá. A Penske conquistou mais uma vitória na competição de pit stops. Os mecânicos levaram 50 mil nessa. Amanhã conto como foi o jantar e como será nosso dia de véspera de 500 Milhas. Uma notícia boa: a previsão meteorológica diminuiu a probabilidade de chuva para domingo, mas não a afastou totalmente. Há uma possibilidade de chuva para esta noite... tomara que não caia água no autódromo. Vai tirar o emborrachamento. Beijos e muito axé de Indianápolis, Catarina Soares e Maria da Graça
|