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Entrevista: Adalberto Monteiro PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 01 June 2017 09:50

Adalberto Monteiro nunca sentou num carro para correr... do que quer que fosse. Filho de militar, nascido em Medianeira, mora há 38 anos em Curitiba, quando veio se preparar para fazer uma faculdade. Há quase 30 anos está envolvido com automobilismo de uma forma que não costuma ser muito atraente: foi ser bandeirinha.

 

Separado, pai de dois filhos, entrou para a faculdade de Física, assunto que o encanta até hoje, especialmente pelo estudo do movimento. Contudo, nunca concluiu o curso, tendo sido desviado pela velocidade do movimento das provas de arrancada, que passou a acompanhar mais de perto até fundar com amigos que tornaram-se sócios o clube Força Livre, 25 anos atrás.

 

O que era uma atividade complementar passou a ser uma atividade em tempo integral. Adalberto e os sócios deixaram seus respectivos empregos e hoje, com apenas o Eduardo continuando no clube, constituem um dos maiores clubes de arrancada do país.

 

Ainda no ano passado, antes mesmo da eleição para o atual quadriênio do mandato presidencial da CBA, foi convidado pelo então candidato Waldner Bernardo de Oliveira para, caso eleito, assumir a Comissão Nacional de Arrancada. Um grande desafio que tem pela frente.

 

Foi na Sede do Clube Força Livre, em Curitiba, que Adalberto Monteiro nos concedeu esta entrevista.

 

NdG: Adalberto, como é isso de ter feito uma carreira, uma história, no automobilismo sem nunca ter pilotado nada?

 

Eu nunca sentei num carro para correr. Quando fui ao autódromo pela primeira vez, fui fazer curso pra bandeirinha.

 

Adalberto Monteiro: Eu estava na faculdade quando vi num quadro de avisos um papel convidando para “conhecer as emoções do automobilismo”, com o telefone. Era um convite para fazer um curso de sinalização... pra ser bandeirinha. Eu fiz, gostei e fui me interessando pelas corridas. Era a primeira reforma do AIC, em 1988. E comecei a atuar em 1989 e evolui dentro disso. Eu frequentava cada vez mais o autódromo e fazia faculdade a noite. Eu ia até ver treino. Numa dessas idas eu conheci o Adeodato Volpi Jr, que me convidou para fazer parte do automóvel clube. Nisso me tornei funcionário do autódromo e depois, quando surgiu uma equipe de sinalização do autódromo, eu acabei encabeçando-a. Durante a semana eu trabalhava no clube e nos finais de semana eu ia pra pista. Nisso tive contato com o organizador de arrancada, que todos chamavam de “Vaca”. Seu nome era Luiz, não lembro agora o sobrenome. E fui auxiliar a parte de pista, nas arrancadas. Nisso eu conheci o Flavio Trindade, dono da Euro Import, que era piloto. Acabei indo trabalhar pra ele... fiquei lá por 8 anos. Deixei de ser funcionário do autódromo, mas continuei trabalhando com a parte de fiscalização das corridas no AIC.

Em certa altura houve uma reviravolta na arrancada, e aí eu e os sócios começamos a trabalhar juntos. Eles passaram a organizar o evento de arrancada e eu fazia sinalização e depois cronometragem. Houve um problema com a cronometragem e eles tiveram que comprar um sistema novo e eu fui cuidar disso também. Assim começou a minha história dentro da Força Livre. Eu trabalhava para o Flavio Trindade quando começou o processo de transição do AIC das mãos do Flavio Chagas para o grupo Inepar, do Jauneval Oms, o Peteco. Com isso eu voltei a ficar mais perto do AIC. Durante a reforma foi feita a pista de arrancada, como não tinha uma solução melhor, a solução foi  fazer a reta com placas de concreto.

 

NdG: Mas com todo este envolvimento você nunca sentou num carro para acelerar?

 

Adalberto Monteiro: Não! Risos. Até sentei do lado de alguns malucos, mas sentar para correr de alguma coisa, qualquer coisa, nunca passou pela minha cabeça. Eu sempre estive muito perto da organização e não dá pra misturar as duas coisas. Além disso, pra correr tem que ter dinheiro e eu não tinha condição financeira pra isso.

 

NdG: A Força Livre está fazendo 25 anos este ano. Como ela se tornou o que é?

 

Adalberto Monteiro: nós fizemos nosso primeiro evento em 1991, de uma forma até meio informal. Era um grupo de amigos que se reunia e fazia os eventos. Todos tínhamos empregos. O Marcos saiu logo. Ficamos eu o Eduardo Pereira e o Rogério Gregoris. Em dado momento, com o crescimento do clube e a necessidade de dedicar mais tempo, acabamos deixando e focamos no trabalho no Força Livre. Eu saí em 1993 da Euro Import. Alguns anos atrás nós compramos a parte do Rogério e hoje somos nós dois à frente do clube.

 

NdG: Mas já havia arrancada no estado, não?

 

Adalberto Monteiro: Sim, havia. Mas sem muito parâmetro. Havia também as diferenças. Tinha arrancada aqui, no Rio Grande do Sul, em São Paulo e cada um fazia de um jeito.

 

NdG: A modalidade, apesar da corrida curta, é bem complexa. Quantas categorias existem na Arrancada hoje no Brasil?

 

Adalberto Monteiro: São 20! A gente tem um objetivo, que é diminuir, mas não é tão simples. Porque Arrancada dá certo? Porque consegue atender todo tipo de piloto e todo tipo de preparação. Já foram 12, 15... a gama de opções de preparação de carros é muito grande. Esta diversidade dá volume. Traz mais inscritos. A Arrancada é muito aberta a todas as condições. Você pode ter um carro pouco preparado ou muito preparado e vai conseguir correr.

 

NdG: Num evento como um campeonato homologado (regional, nacional ou um festival), que traz dezenas e as vezes mais de cem inscritos, quanto custa, qual é a diferença de investimento entre o carro mais simples e o mais complexo?

 

O automobilismo mudou minha vida. Não terminei a faculdade, larguei um emprego de 8 anos e criamos a Força Livre.

 

Adalberto Monteiro: A categoria standard, carros de desafio, com praticamente uma configuração de rua, sem grandes modificações de carroceria e motor, com motor aspirado, ficaria entre 30 e 40 mil reais. Na outra ponta, se pegarmos a categoria mais top, que é a Drag Top, estamos falando em um carro importado, um Dragster, com um motor de 4000cv, que precisa ter uma equipe para cuidar do carro, da preparação, aí a gente fala de um milhão de reais ou mais.

 

NdG: Um piloto que vai correr um campeonato regional de turismo tem que ser piloto, federado, e se for da categoria mais básica, ter uma carteira de “Graduado B”, que ele pode obter através de curso e disputa de campeonatos de novatos ou sendo oriundo do kart. E o piloto de arrancada, tem algum tipo de formação, graduação?

 

Adalberto Monteiro: Ainda não existe isso. Nunca existiu e é um dos assuntos que estão sendo discutidos junto a presidência da CBA sobre como implementar isso. Hoje, o piloto que chega na federação, com sua carteira de habilitação, o exame médico, e solicita uma carteira de piloto de arrancada, ele pode pilotar desde aquele carro com pouca preparação, standard, de 40 mil reais, até um Drag Top de 4000cv. A carteira é a mesma. Isso é histórico. Acontece a mais de 20/25 anos. No Paraná sempre foi assim. É algo que estamos pensando de como fazer para escalonar isso porque não pode ser assim. Tem que ter uma graduação e o piloto ir subindo de categoria com o tempo. Isso sendo feito é visando a própria segurança do piloto. Esta mudança vai ser feita. Vai demandar um tempo até estabelecermos os parâmetros, mas vai ser feita. Não é porque o piloto tem dinheiro para fazer um Opala TT, com 1200cv e que passa nos 402 metros a mais de 300 Km/h que ele vai poder montar, preparar e correr com este carro. Mas o regulamento atual permite isso.

 

NdG: Quais são as distâncias padrão da provas de arrancada? Tem algo diferente de 201 e 402 metros?

 

Adalberto Monteiro: Não. São estas as distâncias. É uma cópia do que se faz nos EUA. Lá fora funciona e foi feito algo que se viu que dá certo. Não tem o que inventar. Interessante é que, pela evolução dos carros, as pistas de 402 metros estão com dificuldade se manter. Algumas categorias estão ficando muito rápidas e isso está começando a causar problemas de segurança e de quebra. No caso aqui do Brasil, a últimas pistas de 402 metros feita foram a do Velopark(RS), Iranduba(AM) e Itatiba(SP). Desde então, as pistas que tem surgido são para 201 metros. É uma tendência mundial.

 

NdG: Aqui em Curitiba temos uma estrutura que, apesar de não ser exclusiva pra arrancada, é bem estruturada. O que há no Velopark(RS), em Iranduba(AM) e em  Itatiba(SP) são pistas feitas para arrancada. O qur temos mais de pista de arrancada pelo Brasil?

 

Adalberto Monteiro: Temos boas pistas de 201 metros como o Race Valey em São Paulo, exclusiva pra arrancada, de 201 metros. O mesmo caso temos em Uberlândia. Tem uma em Sorocaba (SP) que está sendo reformada, alargada e com a parte de frenagem ampliada. Tem um projeto na Bahia, muito bom, temos uma em Balneário Camburiu (SC), que é pequena, mas atende. Temos Piracicaba e Cascavel, que são na reta dos autódromos.

 

NdG: Perfeito, mas e o pessoal que “improvisa”, que pega uma reta de autódromo. Coloca uns cones e “vamos lá”. Como fica a questão de cuidar de segurança?

 

Hoje com a CNH e um exame médico tira-se a carteira pra piloto de arrancada. Precisamos regular isso melhor.

 

Adalberto Monteiro: Este é um outro trabalho que a CBA já começou a traçar formas de como fazer. Existe a Comissão Nacional de Circuitos que está muito bem montada e estamos montando um trabalho para ser desenvolvido em todas as pistas do Brasil. A primeira coisa que está sendo feito é um “projeto básico de pista”. Isso não tinha e o que faremos é adequar as existentes a este padrão mínimo e quem quiser construir uma nova, seguir este padrão mínimo. Mas para isso acontecer será preciso um trabalho sério em conjunto com as federações estaduais, atuando fortemente nesta fiscalização e na consciência dos proprietários destas pistas. Assim como os autódromos tem uma graduação, as pistas de arrancada também venham a ter. de acordo com o que a pista oferecer, ela estará homologada até determinada categoria. Esta semana eu vi no youtube um acidente que aconteceu numa pista particular, sem federação, sem conhecimento... e o fusca capotou. O carro era bom, o piloto saiu inteiro. Só tinha mureta nos 100 primeiros metros da reta. Isso não pode ser. Os postes estavam na frente da mureta, não atrás.

 

NdG: Além de vocês da Força Livre, como está sendo visto este tipo de ideia que vocês estão colocando. Como os organizadores de eventos estão recebendo isso?

 

Adalberto Monteiro: O trabalho ainda está no começo. Esperamos ter uma boa receptividade da maioria, mas também sabemos que vamos encontrar resistência da parte de outros. O dono da pista privada, para fazer um evento regulamentado, vai até a federação e solicita a autorização pra fazer seu evento. Essa pista é de um clube ou ligada a um clube, normalmente. Daí são feitos os eventos. Esperamos que possamos fazer com que esta nova filosofia de trabalho seja colocada em prática em breve.

 

NdG: Em autódromos em que a reta é usada para as competições de Arrancada, é comum ouvir dos pilotos que usam a pista inteira queixas sobre o uso do VHT. Como lidar com isso?

 

Adalberto Monteiro: O VHT, que é a sigla do nome comercial do produto, é um “aumentador de aderência”. Ele faz com que a aderência dos carros aumente bastante. Isso melhora a performance, a tração e aumenta a segurança. Em algumas pistas esse problema aconteceu. Esse produto permite que a borracha se acumule com mais facilidade. Quanto mais borracha, mais aderência... no seco. Se chover, acabou a pista. Se você andar a pé, é capaz de escorregar e cair. Nas pistas que são de uso misto, tem que por para fazer a Arrancada e depois tem que remover.

 

NdG: Voltando as questões de regulamento, o que é feito aqui é algo copiado de fora ou criado aqui?

 

Entre os desafios que temos um vai ser regularizar as pistas, dizendo que categorias podem correr em cada uma delas.

 

Adalberto Monteiro: É algo criado aqui, para atender nossa realidade. Não tinha como copiar o regulamento dos norte americanos. Aqui boa parte dos carros são 4 cilindros. O regulamente de muitas categorias são para motores de quatro cilindros e lá nos Estados Unidos eles usam motores de 8 cilindros. Antigamente, para duas ou três categorias, a gente copiava alguma coisa de regulamento de fora. Já fiz muita reunião de preparação de regulamento nestes anos todos e é um trabalho muito difícil. A gente sempre desagrada alguém e tem sempre no pessoal que prepara aqueles que ficam buscando brechas no regulamento. Ao longo de alguns anos foi feito um trabalho muito importante e no ano passado nós passamos a ter um regulamento unificado, homologado pela CBA. Num país grande como o Brasil, isso não é fácil, mas nós conseguimos. E o mais importante que foi um regulamento feito por nós, que fazemos os eventos, as categorias e apresentado à CBA, foi homologado. Não veio de cima para baixo.

 

NdG: Já temos há alguns anos um quadro de crise econômica. Isso atingiu de que forma o seguimento de Arrancada?

 

Adalberto Monteiro: Não está sendo fácil. Nos últimos anos diminuiu o número de participantes, o público também diminuiu, os patrocinadores sumiram, e quem continua está se virando como pode para ainda andar. Com isso evidentemente a qualidade dos eventos caiu, mas sabemos que é um efeito da realidade brasileira. Caso a economia volte a crescer, podemos voltar a crescer também. Mas está complicado pra todo mundo, ainda assim, aumentou o número de pistas pelo país.

 

NdG: A federação do estado do Paraná era apoiadora do candidato Milton Sperafico, que concorreu contra o Waldner Bernardo. Como foi visto, por você e pela comunidade aqui no Paraná, você ter sido convidado para a CNA e ter aceitado o convite?

 

Adalberto Monteiro: O convite foi feito em outubro do ano passado. Ele, o ‘Dadai’ compareceu a diversos eventos de arrancada, ele foi promotor de eventos e esteve sempre muito presente. Ele é uma pessoa que gosta do esporte e acompanhou o trabalho da Força Livre por muitos anos e viu como nós trabalhávamos. Daí ele fez o convite e eu perguntei qual eram os planos dele Mara o seguimento de Arrancada. Ele disse que era montar uma equipe multitécnica e composta por pessoas que realmente soubessem o que era cada uma das comissões. Ele disse que buscava uma equipe mais engajada em automobilismo e menos em política. Eu percebi isso nas conversas, nos nomes nas reuniões e isso foi sendo apresentado. Bem, eu entrei em contato com o pessoal da federação e comuniquei ao Rubens Gatti [Presidente da FPRA] que havia sido convidado e aceitado o convite caso ele fosse eleito. Ele aceitou, disse que não se oporia e que respeitaria a minha decisão. Eu achei muito positivo o fato de eu tendo a ligação que tenho aqui no Paraná ele ter me convidado, mostrou que não haveria nenhum tipo de rixa ou rivalidade por eu ser de um estado que apoiava outro candidato. Eu achei isso de um grande caráter. Ele buscou formar uma equipe de pessoas que fossem trabalhar pelo automobilismo, sem retaliação. E a equipe é muito boa. Eu fui conhecendo as pessoas e fui ficando mais entusiasmado.

 

NdG: O automobilismo tem a parte de pista e de público e num recente programa de automobilismo de programação local, passou umas cenas do AIC e onde havia público na tela do pit lane. Algo muito perigoso. Isso acontece em outros lugares? Como o promotor pode controlar a segurança do público num evento de Arrancada?

 

A Arrancada e o Drifting tem o público muito perto do piloto. Temos que manter isso, mas também cuidar da segurança.

 

Adalberto Monteiro: Em todo lugar tem sempre aqueles mais afoitos, que querem subir na grade, por a cabeça ali entre uma grade e outra, mas não temos assim tantos problemas com segurança neste aspecto. Isso acontece em outros eventos, num futebol, num show, coisa do brasileiro que quer sempre ir um pouquinho além do limite. Isso dá trabalho para os seguranças, que tem que estar pedindo, chega-se mesmo a parar a atividade de pista... e não podemos arrancar o cara de lá na força, pois isso geraria problemas para nós como organizadores. O que acontece na Arrancada é um envolvimento e uma proximidade muito grande do público com os competidores. Esse é um dos diferenciais, do público participar mais.

 

NdG: Além da Arrancada sua Comissão vai cuidar também das competições de Drifting. Como este seguimento ganhou força no Brasil?

 

Adalberto Monteiro: O Drifting é uma modalidade que ganhou projeção nos últimos 8 a 10 anos e que começou mais como brincadeira, mas ele já era forte lá fora e começou-se a copiar isso. Os primeiros carros foram trazidos do Japão e evoluiu muito rápido, deu uma explodida e virou uma coisa organizada por promotores e que atrai um bom público.

 

NdG: Já existem campeonatos? Como eles são organizados?

Adalberto Monteiro: Existem campeonatos regionais e até brasileiro. Há dois anos temos campeonato brasileiro. Este ano, em 2017 serão 7 etapas em diferentes estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal. E na última etapa o plano é trazer competidores de fora e fazer na área do parque olímpico, que está sub utilizada, numa grande festa.

 

NdG: A competição não precisa se feita num autódromo. E o Drifting é feito num tipo de estrutura diferente?

Adalberto Monteiro: O Drifting não precisa ser num autódromo. É preciso um espaço bom, para se desenhar uma boa pista, mas ele é uma coisa mais artística, onde a manobra conta ponto. Não é apenas uma coisa de chegar na frente como é a corrida e a Arrancada. Na competição de Drifting tem jurados, como no surf, que vão avaliar o tipo de manobra, a execução e como é preciso fazer manobra, nem é preciso uma reta grande. São dois carros de cada vez. Uma área plana, quadrada é melhor pra se montar uma pista e fazer a competição. Existem algumas manobras obrigatórias e o piloto tem que fazer melhor que seu oponente. Para mim, quanto mais compacto for o espaço, melhor e o evento tem que ser mais chamativo para o público.

 

NdG: A competição tem que ser em asfalto ou pode ser em terra?

 

Adalberto Monteiro: tem que ser num piso que as condições permaneçam iguais. Isso não acontece na terra. Os carros tem muita potência e isso criaria sulcos, buracos, mudaria a pista. A melhor condição é asfalto e até o asfalto deforma, de tanta força transferida das rodas para o piso. A liga de asfalto tem que ter uma resistência que aguente o esforço que ele é submetido.

 

NdG: Você, depois de 25 anos, está assumindo um novo desafio no automobilismo. Quais são tuas expectativas e o que tem pela tua frente nestes quatro anos?

 

Temos muito trabalho nestes 4 anos, mas o que vi foi um grupo de profissionais, de pessoas que conhecem o esporte.

 

Adalberto Monteiro: Eu sei que é um trabalho que não vai ser fácil, o desafio é grande, mas eu estou muito motivado e acho que conseguiremos fazer um grande trabalho. Existe uma questão muito grande e que os pilotos não entendem. A CBA delega muitas coisas para as federações e questões regionais são delegadas e as prerrogativas são das federações. O que temos que fazer é reduzir e fazer sumir as diferenças entre os estados e fazer com que as regras e condições sejam iguais em todos eles. Em um país continental isso é mais difícil, mas o trabalho está começando e daqui quatro anos teremos grandes avanços. Vai dar trabalho, mas é possível.