A Copa Truck, a mais nova categoria do automobilismo brasileiro pode colocar no currículo um feito importante. Conseguiu dar uma injeção de ânimo aos amantes das corridas na região Nordeste. Com a realização da Copa Nordeste, integrante do calendário da competição, que tem ainda as copas Centro-Oeste e Sudeste, a categoria dos caminhões mostrou muito mais do que seus potentes brutos nas pistas do Eusébio (CE) e Caruaru (PE). Abrir um espaço em sua programação para a realização de corridas regionais é o reconhecimento ao automobilismo que é feito pelas bandas mais perto da Linha do Equador. A Copa Truck não só rompeu a barreira da distância, jogou por terra a barreira do esquecimento aos dois autódromos, que mesmo ainda precisando de mais carinho, pode sim sediar corridas de categorias nacionais. Não estou aqui pregando que a Stock Car coloque seus bólidos com aqueles V8 em solo cearense no próximo ano, até porque, hoje não há área de escape que pare um carro de tamanha potência, e nem boxes suficientes. O que coloco é que a vinda da Truck mostra que podemos sediar uma corrida de Fórmula Três, como fora realizada entre os anos de 2000 a 2002. Hoje a pista cearense é segura para os carros que nela correm. A potência dos motores 1.8 e 2.0 do Cearense de Protótipo, 1.6 do Cearense de Marcas, e 1.4 do Cearense de Superturismo não geram velocidades superiores a 190 Km/h no fim da reta de 600 metros e a atual área de escape se mostra adequada para tais carros e só foi possível colocar os caminhões com o uso do radar 20 metros após a linha de chagada, o que reduz a velocidade dos pesados trucks, que, com a velocidade reduzida, podem contornar a primeira curva (Curva do Desespero) com a devida segurança. Então podemos dizer que o caminho foi redescoberto e quem sabe possamos sonhar com os carros do Mercedes-Benz Challenge, da Fórmula Três, da Fórmula Inter, ou da Sprint Race? Existe guardado nas gavetas da Secretaria de Esporte do Ceará um projeto para reforma do Autódromo Virgílio Távora, mas nunca houve dotação orçamentária para isso, nem tampouco uma tentativa de propor uma Parceria Público Privada (PPP). Esta reforma tão esperada deve, segundo projeto que tive acesso, construir nova sala de imprensa, reforma e ampliação do número de boxes e a construção de um anel externo, o que viabilizaria provas da Stock Car e outras categorias mais potentes. O Nordeste brasileiro tem muito potencial. São mais de 60 milhões de habitantes, onde são registrados mais de 400.000 carros novos por ano. Mas, para viabilizar mais corridas por aqui, é preciso atender às exigências no quesito segurança e infraestrutura. A Copa Truck apontou o caminho, só resta seguirem. Abraços, Roberio Lessa
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