Não tem um encontro de jornalistas ou assessores de imprensa em que uma pergunta não apareça: e o futuro da nossa profissão? Realmente, os últimos acontecimentos não têm sido nada animadores. Veículos fechando, “passaralhos” em rádio, TV, jornal, revista, internet, centenas de profissionais de comunicação sem emprego todos os dias. Por vezes, me pergunto: “Será que não nos preparamos para o avanço da internet, redes sociais e a forma como as pessoas se comunicam hoje?” Sinceramente, acho que não. As principais empresas de comunicação do país correm contra o tempo para retomar assinantes, atraí-los para o seu conteúdo virtual e convencer anunciantes de que o impacto é o mesmo para garantir os valores publicitários em suas páginas. Sempre comento com os mais jovens que, quando eu era criança e acordava as 6 horas da manhã para ir à escola, havia uma pilha de jornais ao lado da portaria, com exemplares a serem entregues nos apartamentos. Em alguns deles, dois. Meu pai mesmo assinava dois jornais e ainda cultiva o hábito. Uma forma de tentar procurar algo imparcial numa notícia divulgada por um jornal de esquerda e outro de direita. Aos finais de semana, chegavam as revistas semanais. E lá estavam elas: uma em cada porta. E a leitura era parte especial do café da manhã de domingo. Hábitos que quase não existem mais, como as fotos em papel, fichas telefônicas, entre outras tantas coisas que caíram em desuso. Algumas delas, Graças a Deus! Hoje em dia, com a internet, temos tudo o tempo todo online. Um jornal não pode mais descrever um acontecimento, simplesmente. A internet já deu. Já é notícia velha. Então, como se reinventar? Como mudar este cenário? Como atrair um público que está acostumado a se comunicar em 140 caracteres? Esse tem sido o “X” da questão… E tem muita gente mudando de área, praticando um Plano B ou como me disse outro dia um executivo de uma assessoria de imprensa: ficando sem dormir. No caso das assessorias, o retorno nas mídias tradicionais é cada vez menor, até porque existe menos espaço, mais assuntos e interesses comerciais. No nosso caso, que lidamos com esporte, se não for futebol (que domina a maior parte do noticiário) o espaço é ainda menor. Então, se tudo isso mudou, será que não temos também que mudar a nossa forma de “vender” os nossos serviços? Fazer o cliente entender que às vezes sair na capa da Veja, se você vende um produto para jovens, não vale tanto a pena quanto sair na home de um portal cujo público-alvo tem esta idade? Talvez quando o cliente solicitar aquelas valorações — que cada clipadora faz de um jeito — o retorno não seja o mesmo, mas e o retorno de vendas do produto para o público específico? Aumentou? Não é o que importa? Sim, claro, é legal também sair na capa de grandes veículos, nos principais telejornais, mas mais legal ainda é conseguir mostrar para o seu cliente que seu trabalho ajudou o produto a ser mais conhecido, ter novos consumidores, atingir em cheio seu alvo. Não é uma tarefa fácil. Criar algo novo ou se reinventar requer muita dedicação, tempo, trabalho e até mesmo sorte. Ter um bom network, bom texto, boas ideias e estratégias, um atendimento especial são essenciais. Mas precisamos ver além e buscar o novo todos os dias, mesmo que não dê certo logo de cara, acredito que seja uma boa saída. Como sempre dizemos aqui na FGCom, o NÃO a gente já tem. Então, vamos tentar o novo e buscar o SIM para novas ideias, que rendam bons espaços para os nossos clientes. Fernanda Gonçalves Fernanda Gonçalves é a Diretora Executiva da FGCom Assessoria em Comunicação Quer saber mais? Conheça o site: www.fgcom.com.br
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