Especiais

Classificados

Administração

Patrocinadores

 Visitem os Patrocinadores
dos Nobres do Grid
Seja um Patrocinador
dos Nobres do Grid
Os farois xenon e suas polêmicas PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Tuesday, 19 December 2017 23:24

Olá pessoal que acompanha o site dos Nobres do Grid,

 

A chegada do inverno aqui no hemisfério norte em geral e aqui no Canadá em particular tem feito que a minha família esteja vivenciando uma experiência bastante interessante... e gelada. Como aqui no Canadá, assim como nos Estados Unidos o carro é um gênero de primeiríssima necessidade e que quase todo mundo possui, algumas particularidades. Uma delas, Marido adora: farol de xênon!

 

Algo que passou a ganhar espaço há cerca de 25 anos por aqui e há menos de 10 no Brasil, tem coisas positivas e negativas. Como quase tudo na vida, se usado da forma errada, vai causar problemas e quando os problemas são associados com quatro rodas e alguma velocidade, isso pode ser traduzidos em acidentes. No caso, com a culpa nas mãos dos motoristas.

 

Faróis de xenônio são um tipo de lâmpada de descarga de alta intensidade que produz um feixe luminoso, limpo de luz com relativamente baixo consumo de energia. Apesar de não ser ainda amplamente utilizado por montadoras americanas, faróis HID têm crescido em popularidade desde a sua introdução. Lâmpadas Xenon têm várias vantagens sobre as lâmpadas halógenas mais comumente utilizados em faróis de automóveis, mas eles têm várias desvantagens significativas, bem. Como os Farois Xenon. 

 

 

Em uma lâmpada HID, um ignitor cria uma faísca que ioniza o gás xenônio na lâmpada e cria uma corrente entre os eletrodos de tungstênio da lâmpada. Esta corrente é controlada por um lastro em alta tensão, até que os sais metálicos contidos na lâmpada é vaporizado, produzindo um feixe de luz de alta intensidade. Uma vez que os sais são vaporizados, o lastro regula a corrente, a fim de manter o feixe de cintilação. 

 

História 

Faróis HID foram oferecidos pela primeira vez em carros de luxo europeus no início de 1990 e tornou-se muito popular. A partir de 2011, faróis de xenon eram equipamento standard em 7% de todos os carros europeus. Adoção da tecnologia nos Estados Unidos tem sido muito mais lenta. Faróis HID foram introduzidas pela primeira vez na América do Norte em 1995, no Lincoln Mark VIII. As luzes permaneceram equipamento opcional, principalmente em carros de luxo e, a partir de 2011, contudo, ainda hoje os faróis halógenos ainda são usados ​​na maioria dos carros nos Estados Unidos. 

 

Vantagens 

HID lâmpadas são mais eficientes em termos de energia do que as lâmpadas halógenas, produzindo três vezes a saída de luz de uma lâmpada halógena comparativamente potência. Devido a este aumento de potência, os faróis xenon podem ser feitos menores do que os faróis halógenos, ou um farol de tamanho comparável pode ser usado para produzir um feixe mais amplo, mais brilhante. Fabricantes citam melhorias de segurança como uma das vantagens mais significativas das luzes mais brilhantes. Lâmpadas HID também têm uma vida útil mais longa do que as lâmpadas halógenas, resultando em menor serviço e custos de substituição. 

 

Desvantagens 

Lâmpadas HID apesar custar significativamente mais do que as lâmpadas halógenas, este aumento do custo pode mais do que compensar a economia decorrente do uso de energia e de uma vida útil mais longa. Lâmpadas HID exigem diferentes óticas do que as lâmpadas halógenas, o que significa que as lâmpadas HID nem sempre podem ser facilmente adaptadas em caixas originalmente projetadas para lâmpadas halógenas. Lâmpadas HID contém mercúrio, o que levanta questões sobre o seu impacto ambiental. Por fim, as preocupações foram expressas que os faróis de xenônio brilhantes representam um perigo com o seu potencial para produzir reflexos que interferem com a visão de outros motoristas. 

 

Há algumas outras desvantagens fisiológicas no uso de faróis de xenônio que não existem nos de filamento (halógenos).

 

 

Provavelmente o maior problema seja o IRC (Índice de Reprodução de Cores) significativamente inferior dos faróis de xenônio, na casa de 70. O IRC de faróis halógenos tende a ser entre 90 e 97. Em linguagem clara, isto significa que a percepção e diferenciação de cores do olho humano é muito melhor sob a luz das lâmpadas halógenas do que sobre a luz produzida pelas lâmpadas de xenônio.

 

Agora, como nós lidamos com o fato de todo mundo dizer que a luz da lâmpada de xenônio é muito mais próxima da luz do dia? Bem, olhando sob o aspecto da temperatura de cor, isto é verdade. No entanto, só isto não basta. Temperatura de cor é apenas um fator a se considerar no que tange a qualidade da luz emitida por um farol.

 

Além disso, quando se fala que “o mais próximo possível da luz do dia”, isso não é garantia de que tal seja a melhor coisa quando se dirige à noite. Concluímos isso porque assumimos que se “luz do dia” é o que temos durante o dia e enxergamos bem, então devemos procurar imitá-la o máximo possível à noite. Mas não é algo tão simples.

 

 

O olho humano é feito para funcionar em várias condições de iluminação, e para cada uma tem uma forma diferente de lidar com ela. A forma como ele lida com a noite é bastante diferente da forma como lida com o dia. O quanto isso influencia a segurança de se usar xenônio ainda não completamente conhecido.

 

O que se sabe até o momento é que “provavelmente você consegue distinguir as cores suficientemente bem para estar seguro”. Porém, quem diz isso são os mesmos que alegam que o motorista consegue enxergar com segurança com os faróis-miniatura dos Camaro 1993 a 1997.

 

 

Sendo assim, toda a empolgação pelo “mais próximo da luz do dia” não faz muito sentido, podendo até ser enganoso. Há pesquisas que mostram que a percepção de distância é melhorada com o uso de uma temperatura de cor menor, qualquer que seja a intensidade. Certamente, qualquer nuance mais próxima do azul (como é o caso das lâmpadas de xenônio) é um passo na direção errada em condições atmosféricas adversas (neblina, chuva, neve, etc). Ao contrario do que vejo aqui no Canadá e nos Estados Unidos, no Brasil muitos proprietários instalam faróis xênon para “deixar o carro lindão”.

 

Para ilustrar o fato de que a temperatura de cor não determina a qualidade do farol, devemos lembrar o caso dos faróis amarelos, que foram usados por muitos anos na França. Há alguns estudos mostrando que eles melhoram (ou pelo menos não prejudicam) a capacidade de dirigir à noite. Há alguns problemas com cores usando os faróis amarelos (fica difícil distinguir entre as faixas brancas e amarelas da estrada, por exemplo), mas eles poderiam ser contornados.

 

 

Porém, uma lâmpada de vapor de sódio, que costumamos ver sendo usadas nos postes de iluminação das ruas, que é um tipo de lâmpada de descarga, como as de xenônio, seria uma péssima lâmpada de farol, mesmo sua temperatura de cor não sendo muito diferente da dos faróis amarelos, porque estas lâmpadas têm um IRC extremamente baixo. Estas lâmpadas de sódio distorcem quase todas as cores do que elas iluminam, fazendo um mundo “preto e amarelo”.

 

Lâmpadas de sódio são usadas em câmaras de revelação de fotos e leva um tempo para se acostumar a este mundo monocromático. Dirigir apenas sob esta luz seria um desastre, uma vez que a cor é uma informação importante para identificarmos o que está à frente.

 

Os riscos

Um farol não é um holofote. Em um holofote, colocamos eletricidade de um lado e sai luz do outro lado, sem nos importarmos onde esta luz vai parar, contanto que seja um facho grande e forte. Um farol é algo muito mais complexo e tem um objetivo muito mais difícil de ser alcançado. Ele tem que maximizar a sua distância de visão e ao mesmo tempo tem que minimizar o ofuscamento dos outros que estão dirigindo à sua volta.

 

 

Ele tem que iluminar tudo que você tem que enxergar, mas sem iluminar áreas que poderiam prejudicar sua capacidade de ver o que você tem que ver. O primeiro ponto dificulta muito a melhora de um farol baixo, uma vez que aumentar a distância de visão quase sempre traz junto um aumento de ofuscamento.

 

A segunda parte é ainda mais crucial. Lembre-se de que o olho humano se comporta de uma forma diferente à noite. E é aí que a coisa pega.

 

Durante o dia, tudo está iluminado de uma forma relativamente igual. Se está sol, tudo estará claro e brilhante. Se está nublado, o contraste é reduzido e as cores esmaecem. Se há neblina, tudo fica embaçado. Porém, à noite, o “seu mundo” não é mais “tudo”, mas sim apenas o que os seus faróis iluminam.

 

 

Tudo fora do seu mundo está escuro. O que não é um grande problema, exceto pelo fato de que “seu mundo” se move junto com você. O extremo contraste entre o seu mundo (o que está iluminado) e todo o resto (escuro como breu) cria a dificuldade.

 

É por causa deste contraste que existe o ofuscamento à noite, por isto se fecha os olhos ao sair de uma sala de cinema depois de olhar para uma tela que parecia clara por até 3 horas; por isso colocamos a mão à frente dos olhos quando tentamos olhar uma placa contra o sol. Acontece tanto em larga escala (dentro/fora do mundo) quanto acontece DENTRO deste “mundo”.

 

Se você iluminar muito logo à frente do carro, os olhos se adaptam a esta grande área de iluminação forte. Isto faz suas pupilas se contraírem e sua visão à distância se reduz (por outro lado, se seu farol seguir as recomendações americanas e tiver muito pouca luz à frente do carro, você terá um “buraco negro” à sua frente e terá dificuldade para enxergar aquilo que está prestes a passar por cima). 

 

 

E o que isto tem a ver com o xenônio? Bem, de repente nós temos todos estes lumens a mais à nossa disposição porque temos uma lâmpada de xenônio em vez de uma halógena. Onde colocaremos toda esta luz extra? Podemos colocar um pouco na zona de alta intensidade do farol (hot spot) para melhorar a visão a distância, mas não se pode colocar muito para não ofuscar os outros (e excederia os limites permitidos pela legislação).

 

Poderíamos espalhar um pouco mais de luz pelo resto do facho, mas as regulamentações aí são mais estritas ainda. Além disso, muita luz “generalizada” pode causar ofuscamento por reflexo, principalmente na chuva e na neblina. Então, colocamos bastante luz na área bem à frente no carro. Isso pode ser bom, uma vez que os faróis usados nos EUA costumam ter pouca luz nesta área. Porém, acima de um certo nível, facilmente ultrapassável com o xenônio, efeitos indesejáveis acontecem. Sacrifica-se a visão a distância, mas aumenta a percepção para um reflexo de uma pista molhada, por exemplo.

 

Bem, há dois efeitos contrários quando se tem uma grande quantidade de luz logo à frente do carro: conseguir ver cada pedrinha na estrada traz uma sensação de conforto. Você não tem que se esforçar para isso. 

 

 

E as mais recentes pesquisas sugerem que isto melhora a capacidade de dirigir à noite, possivelmente porque quando o que está à frente está iluminado adequadamente, pode-se se concentrar na visão a distância, que é o que mais interessa, e deixar que a visão periférica cuide do que está próximo.

 

Faróis de xenônio podem ser uma evolução em relação aos halógenos, mas não são necessariamente melhores, como sugere todo a empolgação em torno deles. O desenho do farol e, por consequência, do facho que ele produz, é muito mais crucial do que simplesmente a fonte de luz.

 

No próximo artigo, vamos falar sobre legislação e sobre alternativas, como os faróis de LED.

 

Muito axé pra todo mundo,

 

Maria da Graça