Essa pergunta é uma daquelas que tem várias, ou poucas, respostas. Vou me arriscar a falar sobre duas, as mais importantes em termos de público, claro, pois para o piloto, patrocinadores e equipes, a deles é a mais importante de todas. Em primeiro lugar gostaria de comentar sobre a Copa Truck, que substituiu, e muito bem, a Fórmula Truck no calendário do automobilismo nacional. A continuar nesta gestão séria, com Carlos Col e equipe à frente, a categoria tem tudo para se firmar em sua segunda temporada de existência e ganhar generosos espaços na mídia brasileira e internacional. Ali estão os melhores pilotos de caminhão do Brasil, talvez do mundo, pois a Copa Truck seguiu alguns padrões de regulamento da antiga FTruck, e continua a ser a mais veloz categoria de brutos do planeta. Fora do Brasil, especialmente na Europa, a limitação de velocidade não se restringe somente a um ponto (no caso brasileiro o radar de 160,9 km/h) e sim a 160 km/h em toda a pista. Acredito que se o cinco vezes campeão com caminhões, o recordista Felipe Giaffone, se mantiver na RM Competições, repete o título de 2016 (FTruck) e de 2017, na nova categoria. Além do mais, nota-se claramente que, cada vez mais, pilotos e equipes se envolvem na Copa Truck, o que é bom, pois ideias novas são apresentadas e, dentro das possibilidades, implantadas. Vamos ver o que pode ocorrer. Por outro lado a categoria necessita de novos pilotos. Isso, com certeza Col já anda matutando. Na Stock Car, a mais badalada e tradicional categoria nacional, a situação é um pouco diferente. A empresa organizadora, a Vicar, integrante de um grupo especializado em grandes shows, precisa ter uma sinalização oficial dos donos se investirá mais para 2018. Já está provado que corridas boas e disputadas atraem público No entanto, isso não basta. É preciso ser criativo. A Stock Car precisa trabalhar bem a renovação dos ídolos e como motivar o público. A empresa T4F poderia aproveitar seu expertise nesse ramo de negócios e marcar alguns shows de música, que poderiam variar de acordo com a cidade e a época, em conjunto com a categoria, que passa por uma importante renovação. Aqueles pilotos integrantes da geração precursora dos dinossauros (Ingo Hoffmann, Paulo Gomes, Chico Serra e outros), já viraram jurássicos. Se alguém tem alguma dúvida veja as três últimas conquistas, de Marcos Gomes, filho do tetracampeão Paulo Gomes, da grande revelação Felipe Fraga e a deste ano de 2017, Daniel Serra, rebento do tricampeão, o sorridente Chico Serra. É preciso investir nos novos valores e, a exemplo do que faz muito bem o time de futebol do Santos, revelar e ter a coragem de lançar (no caso ajudar até financeiramente) aqueles que os especialistas consideram com possibilidades de se tornarem ídolos da Stock Car. O último, em fase decadente na carreira, foi Cacá Bueno. Vale lembrar que essa queda faz parte da vida de todas as pessoas, especialmente pilotos. Se os fãs dele tiverem dúvida deste dado basta consultar a carreira do duodecacampeão Ingo Hoffmann. Depois de conquistar 12 títulos ele, naturalmente, caiu de rendimento e decidiu parar. Para Cacá Bueno, nascido na megalópole de São Paulo, que viveu parte da vida em Brasília e há muitos anos naturalizado carioca, não é diferente. Recentemente ele ficou mais de um ano sem vencer, algo impensável na carreira do piloto cinco vezes campeão, o segundo com maior número de títulos e dono de um currículo sem igual, com inúmeras posições entre os três primeiros. A Vicar precisa ajudar a criar novos ídolos para não ficar dependendo de esporádicas aparições e elogios globais. Milton Alves
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