Na terça-feira, dia 29 de setembro, o Sambódromo da cidade de São Paulo recebeu um desfile diferente, mas não por isso menos empolgante, pelo contrário: A emoção estava à flor da pele de todos aqueles que tiveram a oportunidade de ir ao Renault Auto Show. Idéia dos colecionadores é abraçada pela montadora. Foi o segundo ano deste evento que tem uma particularidade extremamente interessante e que deveria servir de exemplo para todas as montadoras do país: A idéia de fazer um festival com a exposição de carros de época, reunindo colecionadores, curiosos e saudosos. Descendentes e demais familiares não foi nenhuma “sacada comercial”: Foi algo que partiu dos proprietários apaixonados pelos carros da marca francesa que tanto sucesso marcaram época e fizeram enorme sucesso nas ruas e nos autódromos brasileiros. O Chiquinho Lameirão, Geraldo Meirelles, Bird Clemente e Mauro Brizzi foram algumas das grandes presenças da noite. Em atenção a estes entusiastas que levaram a proposta até a diretoria, a Renault do Brasil abraçou a idéia e passou a promover o encontro desde 2008. Estrelas não faltaram ao evento. Antonio Calcagnotto foi o mestre de cerimônias do coquetel e apresentou os diretores da marca francesa aos convidados. A festa – porque não há melhor forma de chamarmos este encontro – contou com a presença do Presidente da Renault no Brasil, senhor Jean-Michel Jalinier e do Vice Presidente Comercial, Christian Pouillaude, além de outros membros da diretoria como Antonio Calcagnotto, Diretor de Relações Institucionais, do Diretor Afrânio Pinto, que estava se transferindo para a sociedade Renault-Nissan, cujo Presidente no Brasil se fez também presente e que tem como Presidente Mundial o Brasileiro Carlos Ghosn. O Presidente da Renault e seus Diretores fizeram questão de tirar uma foto com os ases da equipe Willys. Afora o alto comando da empresa no Brasil, estiveram também presentes diversas personalidades do meio automobilístico de todos os tempos e de membros do corpo consular Frances e de órgãos de relações binacionais, bastante significativo neste que é “o Ano da França” no Brasil. As “feras” da Willys estiveram lá! Sem querer “ranquear” a importância dos presentes, não podemos deixar de mencionar que as grandes estrelas, sempre requisitados para as fotos e autógrafos durante todo o evento, foram os pilotos da equipe Willys, Bird Clemente, Francisco Lameirão e Geraldo Meirelles. Fans de ontem e de hoje cercaram os ases do volante em busca de uma lembrança daquele momento. Pilotos de todas as épocas, colecionadores e restauradores de outras marcas estiveram presentes no Sambódromo. Contudo, não podemos deixar de lamentar a ausência do grande mago da publicidade e membro fundamental na equipe, o publicitário Mauro Salles e do grande piloto Luiz Pereira Bueno, ambos com problemas de saúde que impossibilitaram seus comparecimentos. Mesmo sem samba, o brilho foi intenso no desfile. Após as palavras de agradecimento dos membros da diretoria da Renault, todos os convidados que estavam na área VIP foram para a passarela do samba, onde estavam as estrelas motorizadas da noite e um enorme público que enfrentou uma noite fria e a ameaça de chuva que – para a felicidade de todos – não veio e pode deliciar-se com uma maravilhosa viagem no tempo. As estrelas de quatro rodas estavam impecáveis para brilhar no desfile que viria a seguir. Era uma viagem no tempo! Uma impecável coleção de Gordinis, Dauphines, 1093 (que era o número do projeto da montadora, mas que tinha pouco mais de 900 cv), berlinetas e, coroando a exposição, protegidos por – via das dúvidas – sob uma tenda, estavam um legítimo Fórmula 1, que é o máximo que existe em matéria de tecnologia automobilística, e um perfeitamente conservado exemplar de um Voiturette, o primeiro automóvel projetado e construído por Louis Renault. O desfile foi uma deliciosa volta aos anos 60, anos em que as Berlinetas e os Gordinis eram cobiçados pelo público em geral. Com direito a apresentação e detalhamento de cada modelo, um a um as magníficas peças de coleção desfilaram para que todos pudessem vê-los como nunca foram vistos.Pilotados pelos seus orgulhosos proprietários e pelos célebres pilotos da equipe Willys. Os colecionadores de Gordinis presentearam Christian Pouillaude. Roberto Manzini também esteve presente. Os Nobres do Grid, mais uma vez, tiveram o prazer e a honra de estar presentes (no ano passado quando Rolando Nazar esteve no evento, o nosso site ainda não estava no ar) nesta celebração da merca francesa e registrar todos os momentos para os nossos leitores e fans de automobilismo. Um rápido e proveitoso diálogo com Christian Pouillaude. Ao final da noite, pudemos fazer uma rápida troca de impressões com o Vice Presidente Comercial, Christian Pouillaude e agradecer a oportunidade de estarmos presentes. "A Renault tem como política estreitar os laços e o convívio com os brasileiros e ampliar a divulgação da marca". NdG: Monsieur Pouillaude, boa noite, em primeiro lugar gostaria de agradecer em nome dos Nobres do Grid a oportunidade de estarmos aqui para este evento maravilhoso e poder ter um pouco da sua atenção e segundo parabenizar os organizadores pela linda noite que tivemos. Christian Pouillaude: Boa noite, é um prazer poder receber aqui as pessoas que vem prestigiar o Renault Auto Show. NdG: O senhor pode falar mais sobre o que é a proposta do Renault Auto Show? É algo que existe na França ou foi criada aqui no Brasil? Christian Pouillaude: Na verdade a proposta dos fans da Renault. No ano passado os fans da Renault nos procuraram e expuseram para nós a sua paixão pelos carros da marca, pela história da marca, temos carros antigos da Renault e achávamos bom que a montadora participasse conosco de uma exposição. E foi assim que eles nós convidaram a fazer algo e nós aceitamos este convite e no ano passado fizemos o primeiro Renault Auto Show e este ano voltamos a fazer este evento que junta a Renault com o público em geral e resgata esta história que a Renault tem no Brasil e que muitos de nós mesmos da Renault não conhecíamos. Achávamos que era algo apenas de 10 anos atrás que iniciou com o investimento em nossa fábrica no Paraná, em São José dos Pinhais e que tem um investimento muito forte, com a produção de uma linha de produtos bem variada... mas a verdade é que havia este histórico bem anterior a isso tudo de hoje em dia. E nós é que somos muito gratos a estas pessoas que possuem os Gordinis, as Berlinetas e que nos mostraram que a história da Renault no Brasil vem de muitos anos antes desta fábrica e que este carinho, este amor pela Renault é algo muito grande, muito saudável, muito positivo e muito emocionante para nós também. Ver que as nossas raízes no Brasil são maiores e mais profundas do que nós imaginávamos. Eu vejo nesta convergência entre os fans da marca Renault e nós que trabalhamos e que mais uma vez se reúnem aqui, nesta noite para apresentar esta celebração do passado e o nosso desejo de no futuro estarmos mais presentes ainda, mais fortes, na vida do Brasil. NdG: O senhor falou do investimento da Renault no Paraná, em São José dos Pinhais, e ficará uma pontinha de inveja e um grande desejo de vermos um evento como este acontecer lá no Paraná uma vez que parte dos Nobres do Grid reside em Curitiba e muitos dos nossos leitores que são de lá irão ler este artigo. Será que nós podemos sonhar com isso? Com um Renault Auto Show no Paraná? Lado a lado, o auge da tecnologia, um Renault F1 e o primeiro carro projetado e construído por Louis Renault. Christian Pouillaude: Claro que sim. Vou lhe contar uma coisa que eu achei muito forte: Duas semanas atrás nós fizemos o “feirão de fábrica” e, todos fazem feirões de fábrica, mas, no nosso caso, quando fazemos um feirão de fábrica lá em São José dos Pinhais é realmente um “feirão de fábrica”. Foi mesmo no pátio da fábrica e recebemos uma multidão que veio realmente conhecer os carros da Renault e a fábrica da Renault. Assim, toda oportunidade que tivermos de poder aproximar as pessoas de Curitiba e de São José dos Pinhais com a montadora é uma coisa positiva. Nós estamos procurando isso e se houver um interesse e um movimento dos colecionadores de Curitiba, nós poderemos sim fazer algo como este evento por lá. NdG: Este tipo de iniciativa faz parte da linha de pensamento dos Nobres do Grid que é resgatar e promover a história do automobilismo brasileiro... buscar que as pessoas não apenas sejam usuárias de um produto mas que ela interaja e escreva com suas mãos parte desta história é importante para nós. Mas a nossa abordagem ao publico também e fortemente é ligada ao automobilismo de competição e como respeitamos muito a história da Renault, temos no nosso site, para a Renault, sem custos (risos) um link para a página da Copa Clio... Christian Pouillaude: É mesmo? NdG: Sim, o senhor pode entrar lá e ver. Sobre o meio competitivo, no nosso país vizinho, a Argentina, a Renault participa diretamente da categoria TC 2000, além de categorias monomarcas e da Fórmula Renault. Podemos sonhar com um futuro aumento da participação da Renault no automobilismo brasileiro, tipo, vindo a participar da Stock Cars, por exemplo? Christian Pouillaude: Hoje é difícil falar em um aumento de participação. Nós estamos de olho nesta área, procuramos participar do esporte de competição. Hoje nós temos a Copa Clio, mas é preciso considerar que o nosso histórico no Brasil é mais recente do que o nosso histórico na Argentina que não sofreu esta interrupção como houve aqui, em que nós voltamos a apenas dez anos. Lá e uma trajetória de muitas décadas. Estamos sempre observando e isto pode mudar com o tempo caso venhamos a encontrar maneiras e oportunidades. Eu estou sempre atento e como vimos hoje a história da equipe Willys com as Berlinetas Interlagos e que nós continuamos hoje de diversas maneiras, inclusive com a Fórmula 1 e esta paixão pelo esporte a motor move a Renault há cento e onze anos. É uma questão de oportunidades do que possa a vir existir no futuro no país. NdG: Esta história centenária da Renault começou com aquela maravilha que estava exposta ali fora, ao lado do que pode ser chamado de o máximo da tecnologia automobilística que é um carro de Fórmula 1. Como é ter, manter e poder tocar na história viva, no início de tudo? Christian Pouillaude: Na verdade esta réplica do Voiturette e que nós levamos assim para eventos abertos existem outras mas este, como sendo o primeiro modelo produzido pela Renault, tem uma conotação toda especial, afinal, cento e onze anos não é pouca coisa! NdG: Monsieur Pouillaude, agradecemos mais uma vez a sua hospitalidade, a linda festa e estes minutos que o senhor nos dedicou. Esperamos em breve poder estar novamente em sua agradável companhia. Christian Pouillaude: Boa noite e obrigado por ter vindo. Esperamos que estes eventos como o Renault Auto Show sejam um exemplo a ser seguido por todas as montadores instaladas no Brasil, incentivando seus fans e colecionadores como fizeram os diretores da marca francesa, acelerando a pulsação e as RPM daqueles que – como bem foi dito durante a noite – possuem um losângulo no lugar do coração. |