Olá pessoal que acompanha o site dos Nobres do Grid, Eu já estava com a coluna deste mês prontinha, só faltava mandar para a ensolarada Califórnia (junto com uns flocos de neve que continuam caindo por aqui no Canadá) quando decidi dobrar na esquina sem pisar no freio e nem dar pisca. Mas o acidente com morte ocorrido em Tempe, Arizona, foi motivo de conversas no meu trabalho e isso acabou me motivando a adiar a coluna que já estava pronta para o próximo mês e abordar a tecnologia em teste sobre os caros autônomos. Até onde podemos acelerar em direção ao futuro? Quem pode impor um “limite de velocidade” na busca pela ponta na corrida tecnológica? Na noite do domingo 18 de março uma mulher foi atingida por um carro autônomo do Uber em Tempe, no Arizona.Ela morreu no hospital após algumas horas devido aos danos causados pelo acidente. O acidente aconteceu por volta das 22 horas no cruzamento da avenida Mill e a Curry Road. Segundo a polícia local, o carro estava no modo autônomo na hora do incidente. Geralmente, desenvolvedores desse tipo de veículo testam funcionalidade durante a noite, tempestades e em outras condições adversas para ajudar os carros a aprenderem a navegar em condições distintas. Segundo o jornal The New York Times e a agência de notícias Reuters, no momento do acidente o veículo estava em modo 100% autônomo, mas dentro do veículo havia um funcionário da empresa, que monitorava o funcionamento do sistema. Os estados que permitiram estes testes em ruas com carros autônomos exigiam que um responsável estivesse a bordo para agir e evitar acidentes. John Krafcik, CEO da Waymo, apresenta o Pacifica, da Fiat Chrysler, usado no programa de veículos autônomos do Google. Os carros autônomos (movendo-se sem motoristas ao volante) não são tão recentes. Os primeiros experimentos com este tipo de tecnologia vem dos anos 80, há 30 anos. Contudo, apenas há alguns anos os veículos autônomos começam a sair dos ambientes de testes para ganhar as ruas das cidades. Hoje em dia, um veículo autônomo é capaz de identificar o ambiente à sua volta e navegar por ele sem qualquer interferência humana. São também detentores de grande capacidade para reduzir emissão de poluentes, acidentes de trânsito, congestionamentos e até melhorar a segurança e o acesso ao transporte, fazendo uso dos avanços na eficiência de sistemas de navegação, nos sensores e acesso à internet. A competição por este novo nicho de mercado tecnológico vem aquecendo uma disputa num mercado de bilhões de dólares, euros ou qualquer outra moeda buscando a liderança deste promissor seguimento. Neste ano, a Fiat Chrysler Automobilis (FCA) anunciou o fornecimento de unidades da minivan Pacifica para o lançamento do serviço de táxis sem motorista da Waymo, uma subsidiária do Google, que tem o lançado programado para a cidade de Phoenix, nos Estados Unidos, ainda este ano. Depois da estreia, o plano e estender o serviço para outros estados americanos, chegando a 25 cidades onde a tecnologia já foi testada, entre elas Atlanta, São Francisco e Detroit. A montadora suéca Volvo e a empresa de mobilidade uber se unem para desenvolver carros autonomos. A sul-coreana Samsung foi outra montadora que anunciou recentemente seu investimento na tecnologia de direção autônoma. A empresa adquiriu nos últimos três anos várias startups de veículos sem motorista e criou um fundo de investimentos de 300 milhões de dólares para estimular as iniciativas nesse mercado. A gigante sul-coreana também se juntou à Waymo numa antiga base da força aérea de Castle, na Califórnia, para realizar testes com carros autônomos. Neste local foi montada uma espécie de cidade cenográfica, com estradas de alta velocidade e subterrâneas com cruzamentos ferroviários, ruas laterais, cruzamentos, semáforos, etc. onde os carros sem motoristas passam por todo tipo de dificuldades controladas em ambiente urbano. No caso, o objetivo era submeter o sistema a identificar as situações e reagir mantendo a segurança dos ocupantes do veículo, dos demais veículos a sua volta e dos pedestres, ciclistas, motociclistas, etc. As montadoras Volkswagen e Hyundai também anunciaram projetos na área durante a maior feira de tecnologia do mundo realizada em janeiro deste ano em Las Vegas . Ambas planejam ter seus próprios carros autônomos nas ruas até 2021. As empresas pretendem fazer isso com o auxílio da novata Aurora, empresa de carros autônomos fundada por antigos executivos do Google, Uber e Tesla, outra pioneira no desenvolvimento da tecnologia. Apesar de nova, a empresa tem se movido rapidamente e pode ser uma grande concorrente às demais empresas do ramo. Outros fabricantes de automóveis como Ford, GM, Nissan, Mercedes-Benz e Toyota também têm projetos de veículos autônomos. A Google é uma das pioneiras entre as empresas de tecnologia a buscar parceria neste seguimento. O acidente foi um “pé no freio” dos projetos das empresas que estão investindo não apenas na produção deste tipo de veículos, nas também no bilionário leque de serviços a ser explorados com esta tecnologia. O programa piloto de veículos autônomos do Uber foi temporariamente suspenso no início de 2017 por causa de um acidente, também em Tempe, embora a colisão não tenha provocado lesões sérias. Em dezembro de 2016, um dos carros autônomos do Uber passou por um farol vermelho em San Francisco – um incidente que o Uber inicialmente atribuiu a um erro humano, mas que depois foi revelado que foi causado pelo veículo. Com a morte de uma pessoa, o programa foi novamente suspenso não apenas em Tempe, mas também em Pittsburgh, São Francisco nos Estados Unidos e Toronto, no Canadá. Os planos de termos uma frota de veículos autônomos talvez precise esperar mais algum tempo antes de tomar as ruas. Em algum momento os carros 100% controlados por sistemas mecatrônicos e inteligência artificial será a nossa realidade, mas até onde a competição tecnológica deve “ultrapassar os limites de velocidade” apenas para “chegar primeiro” e atropelar a segurança é algo que as agencias reguladoras dos governos precisa monitorar com muito cuidado. Muito axé pra todo mundo, Maria da Graça
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