Antigamente, na minha época de infância, e acredito que em alguns lugares ainda se fale isso: agosto é o mês do cachorro louco. No caso da Stock Car é o mês da louca indefinição, pois as duas provas marcadas, a do dia 5 e a do dia 18, ainda estão com locais indefinidos. Pior de tudo é que a primeira será a Corrida do Milhão, uma das mais esperadas do ano. A organização da categoria precisa resolver isso logo. Tenho batido nessa tecla desde o início do ano, pois até Interlagos a corrida de Curitiba ainda estava sem local acertado. A segunda prova do ano está marcada para a capital do Paraná, no dia 8, popularmente conhecido como domingo que vem. A capital paranaense tem algumas particularidades. Seu autódromo fica na vizinha cidade de Pinhais e seu aeroporto no município ao lado de São José dos Pinhais, mas são todos chamados de Curitiba. Apesar da aparição de Felipe Fraga, que se tornou o único piloto a ganhar na estreia da categoria (isso se tirarmos a vitória de Affonso Giaffone na primeira corrida da história), a Stock Car ainda carece de revelações. Fraguinha é o mais jovem campeão da categoria e tem mantido boa regularidade, com 11 vitórias na carreira e, além do título de 2016, ano passado teve uma interessante sexta colocação final com três vitórias. É preciso mais, muito mais para manter a Stock Car como uma categoria forte e que continue a atrair pilotos com carreiras internacionais, como é o caso, neste ano, de Nelsinho Piquet e Lucas Di Grassi entre outros importantes nomes. Os organizadores da Vicar necessitam criar algum tipo de mecanismo que facilite a ascensão dos jovens à Stock Car. Sejam eles vindos da ressuscitada Stock Light ou de outras categorias diferentes. Renovação, novos ares são imprescindíveis. Vários nomes brigam pelo título deste ano. Sinceramente, não acredito (olha eu aí me arriscando a morder a língua novamente) em conquista de recém-chegados. Os pilotos dizem que a adaptação - raras exceções - ao Stock Car é um pouco lenta e demorada. Até eles vestirem o carro completamente é preciso algumas centenas de quilômetros nos treinos e nas corridas. Posto isso, temos como, podemos dizer, favoritos, Daniel Serra, campeão de 2017, Thiago Camilo, o eterno Rubens Barrichello (campeão em 2014), o sempre presente bicampeão Ricardo Maurício (2008 e 2013), Ricardo Zonta e Max Wilson (2010) e Marcos Gomes (2015). Entre os mais jovens destaco Guilherme Salas, que tem carreira sólida fora do Brasil. Mudando de assunto, mas falando ainda sobre corridas, claro, os números mostram um fato. Mas, diferentemente do que dizem os economistas, no caso do automobilismo, os números mentem sim. Estou falando da decisão da Copa Sul, uma das quatro (Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Mercosul), que serão disputadas nesta temporada da Copa Truck. Logo na primeira das oito rodadas duplas, Wellington Cirino mostrou que tem tudo para levar o título inicial de 2018. No entanto, tem a perseguição bem próxima de Giuliano Losacco, que estreou com vitória na segunda prova de Cascavel. Cirino, quatro vezes campeão com caminhões, tem uma vitória e um segundo lugar na cidade do oeste paranaense e chegou a 38 pontos contra 31 de Losacco. Atrás, mas bem pouco, vêm André Marques, com 29, e Renato Martins com 26, ambos seguidos por Débora Rodrigues, com 24, além do dono de dois títulos nos brutos, Beto Monteiro, e Régis Boéssio, os dois com 23. No entanto, não se pode descartar Felipe Giaffone, que teve problemas em Cascavel e marcou somente 20 míseros (para um piloto com cinco títulos de caminhões) pontinhos. Pouca coisa para quem é considerado favorito para vencer o campeonato e levar seu segundo anel. A segunda e decisiva prova da Copa Sul está marcada para dia 15 deste mês de abril no Autódromo de Guaporé, na serra do Rio Grande do Sul Todos os pilotos conhecem de sobra o seletivo traçado que tem uma das retas mais longas do Brasil e isso dá mais equilíbrio ainda à briga, que promete ser interessantíssima. Vamos aguardar para ver mais uma festa dos caminhões, algo que em Guaporé é insuperável. Com certeza os melhores lugares no gramado já estão reservados e em breve começam a ser montados os acampamentos. Quem nunca viu a festa tem de comparecer em Guaporé. Milton Alves
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