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O que esperar da Fórmula 1 de 2018? PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Sunday, 22 April 2018 20:15

Três corridas não servem absolutamente nada para termos uma ideia do que vai ser este campeonato. Mas ao ver que Mercedes não ganhou algum, é motivo de preocupação. A equipa que ganhou todos os campeonatos desde 2014 parece ter um 2018 complicado, pelo menos, no seu inicio. Teve dificuldades em 2017, é certo, mas o adepto foi o maior beneficado, pois pode ver um duelo entre Sebastian Vettel e Lewis Hamilton que terminou com dois acidentes em Singapura we Japão que praticamente entregaram o título ao piloto britânico.

 

Contudo, no inicio de 2018, parece que estamos a volta a ver o mesmo, e pior: o maior rival é a Red Bull e não a Mercedes. Parece que a equipa de Brackley adormeceu à sombra dos resultados, e é Valtteri Bottas que reage melhor do que Lewis Hamilton, que só teve uma pole-position, em Melbourne, para comemorar.

 

Mas mais interessante é uma boa razão poderá ser... um chassis temperamental. Segundo contava a Autosport britânica do passado dia 19 de abril, o carro pode ser mais complicado de trabalhar sob certas circunstâncias, como por exemplo, o desgaste dos pneus traseiros. Toto Wolff tinha dito no ano passado que era assim que se comportava o chassis desse ano, em comparação com o chassis da Ferrari, bem mais meigo nesse aspecto.

 

Ora, parece que este ano, apesar de algumas melhoras, o chassis da Mercedes parece ter os mesmos problemas. Caso tenham visto na China, o pneu trasreiro direito de Valtteri Bottas começou a ter alguns problemas prematuros de desgaste, mas isso não o impediu de alcançar o segundo posto. Contudo, isso também não impediu de resistir aos ataques de Daniel Ricciardo, que tinha pneus mais frescos - eram dos moles - e claro, deu à Red Bull a sua primeira vitória do ano.

 

Mercedes e Ferrari podem ser os protagonistas de 2018, mas a Red Bull está mais perto do que em 2017.

Do lado da Ferrari, parece ser tudo estrelas. Sebastian Vettel ganhou as duas primeiras corridas do ano, acompanhados por duas poles no Bahrein e na China, e Kimi Raikkonen até é capaz de o acompanhar, tanto que em Xangai, a primeira fila foi toda "rossa". Contudo, há escolhos no caminho, e uma delas é a Red Bull... dizendo melhor, Max Verstappen.

 

Aos vinte anos de idade, o filho de Jos Verstappen tem talento puro e duro, mas pouca cabeça. Vencedor de três corridas na sua carreira, tem "sangue na guelra" e entusiasma, algo que pessoalmente vi no passado em pessoal como Gilles Villeneuve e Ayrton Senna. E também em Michael Schumacher e Sebastian Vettel. Contudo, a falta de “cérebro” no momento as ultrapassagens é aquilo do qual a concorrência se queixa. A solução é mais simples do que pensam: pensar antes de passar. Um pouco de maturidade irá fazer bem, porque quando acontecer, ele será de certeza campeão do mundo. Não precisa diminuir a sua agressividade, é ser mais inteligente.

 

Verstappen é rápido, audacioso e impetuoso. O problema está sendo o excesso de impetuosidade!

 

No meio disso tudo, é interessante é ver também a relação de respeito de Vettel com a Red Bull, e de ele ser capaz de influenciar as coisas por lá. Toda a gente se lembra do que aconteceu em 2015, quando Daniil Kvyat foi subsistido por... Max Verstappen após o GP da Rússia, onde ele bateu no Ferrari do alemão, obrigando à desistência de ambos os pilotos. Não espero que Vettel "corte as pernas" do holandês, mas sim dizer a ele para ganhar juízo, para o seu bem. O holandês quer tudo agora, mas se visse bem, ele tem mais 15 anos de carreira. Tempo mais do que suficiente para ascender, chegar ao seu auge e ser um dos maiores de todos os tempos.

 

Do meio do pelotão, se esperava performances destas por parte da Renault e Haas, os resultados da McLaren e o Toro Rosso de Pierre Gasly no Bahrein surpreenderam muita gente. Fernando Alonso deu à equipa de Woking um quinto lugar em Melbourne, mas melhor do que isso, deu-lhes uma constante chegada nos pontos, algo que já não tinham desde os tempos da McLaren-Mercedes. E até Stoffel Vandoorne o acompanhou nessa parte, embora em menor escala do que, por exemplo, Carlos Sainz Jr na Renault. E ambos lutam pelo quarto posto no campeonato de construtores, numa batalha paradoxal entre a equipa de fábrica da marca do losango contra... uma equipa-cliente. E à frente deles, outra equipa cliente, a Red Bull.

 

Coisas estranhas, nesta Formula 1 de inicio de 2018.

 

O quarto posto de Pierre Gasly foi tremendamente comemorado nas boxes da equipa. Tendo os motores Honda, que tão mal se deram na McLaren, ver a equipa de Faenza a comemorar o seu segundo melhor resultado de sempre, igualado com o mesmo lugar no GP do Brasil de 2008, e claro, sendo o melhor a vitória no GP de Itália desse mesmo ano, com Sebastian Vettel ao volante, é caso para uma enorme celebração. Contudo, pelo que se viu na China, o chassis da Scuderia parece ser um de dias bons e maus, excelentes circuitos e outros, nem tanto. E não se sabe também como será o bom humor do motor japonês, embora se fala constantemente nos bastidores que, quando eles começarem a ser bons, irão para a casa mãe na temporada seguinte.

 

No Bahrain, Pierre Gasly fez uma corrida surpreendente e espetacular. O 4° lugar foi além de qualquer expectativa.

 

Das desilusões, todos vêm a Williams como a candidata numero um, mas a Force India também desiludiu. Dois anos muito bons não iriam durara sempre, agora que o resto do pelotão já os apanhou. Andando entre a linha que separa os carros pontuáveis dos não-pontuáveis, ao fim de três corridas, apenas têm um ponto, graças a Esteban Ocon, no Bahrein, mas eles tem menos do que... a Sauber, graças ao nono posto de Marcus Ericsson na mesma corrida.

 

E isso é algo problemático nos dias que correm para a equipa de Silverstone, pois sem 60 milhões de dólares dos prémios vindos da FOM, as coisas poderão apertar mais e provavelmente estariam vulneráveis à compra por parte de outra entidade. Que é aquilo que Vijay Mallya anda a fazer há uns anos, mas do qual ainda não arranjou um comprador decente.

 

Williams e Force India estão sendo as decepções deste início de temporada, especialmente o time indiano.

 

Com um quinto do campeonato concretizado (a coluna foi entregue antes do GP de Baku, no Azerbaijão), é bom ver como as coisas começaram. Como será depois, é uma incógnita, mas de aborrecimento, esta competição não está a ter este ano.

 

Saudações D’além Mar,

 

Paulo Alexandre Teixeira