Desta vez nós decidimos fazer uma enquete diferente. Abrimos espaço para ouvir nossos leitores, abrindo espaço para eles dizerem o que pensam e assim usarmos o nosso site como plataforma de debate de ideias. Convidamos nossos leitores a enfrentar o seguinte desafio: Sendo você uma autoridade do automobilismo (Presidente da CBA ou de uma Federação estadual), o que você faria para desenvolver, para alavancar, o automobilismo no seu estado ou no país? Recebemos 163 emails com colocações, sugestões, xingamentos aos dirigentes (muitos), à imprensa (também muitos) que não mostram o automobilismo na televisão, muitas pessoas que tinham pensamentos parecidos. Não dava para publicar o que todo mundo escreveu, por isso fizemos uma votação na redação onde cada um escolhia três opiniões e os seis mais votados seriam publicados. Agora é vez de vocês falarem o que pensam. Charles Bryan – New Hampshire (USA) Eu morei no Brasil, no Rio de Janeiro, por quase 30 anos, desde os anos 80. Morava na Barra da Tijuca e sempre frequentei o autódromo carioca. Assisti as vitórias do Nelson Piquet, as corridas do Ayrton Senna, as corridas da Fórmula Indy, da Moto Velocidade e também da Stock Car e dos caminhões. Foi revoltante saber que destruíram o autódromo para fazer os locais para os jogos olímpicos. Porque não fazer como fizeram na Russia, que integraram o autódromo e os ginásios? Se eu fosse dirigente do esporte, do automobilismo, usaria todos os recursos judiciais (que no Brasil são muitos e a justiça é lenta) para impedir a destruição do autódromo. No Brasil o automobilismo parece ter uma estrutura muito burocrática, como tudo como é no Brasil. Se eu fosse dirigente, descentralizaria toda a gestão do esporte, permitindo a criação de ligas e organizações independentes como é aqui nos Estados Unidos. Claudio Menezes – Natal-RN O automobilismo brasileiro é muito amador. Se eu fosse o presidente da CBA profissionalizaria todo o processo. A CBA viraria uma empresa que teria capital aberto, ações na bolsa de valores e buscaria associação com as empresas de automóveis do Brasil para alas promoverem categorias no Brasil. Nos Estados Unidos temos no programa Road to Indy a categoria Pro-Mazda, que é apoiada pela montadora japonesa. Na Europa e na Argentina temos a Fórmula Renault, com apoio da montadora francesa Aqui no Brasil temos mais de 20 montadoras instaladas. Será que não conseguimos fazer nenhuma montadora apoiar uma categoria aqui no Brasil por falta de competência, de profissionalismo ou de honestidade? Na minha presidência da CBA a confederação passaria por auditoria anual por empresa independente para mostrarmos que nossas contas estariam sempre corretas. José Luiz dos Santos – São Paulo-SP Se eu fosse presidente da CBA eu iria procurar popularizar o automobilismo, fazendo parcerias com empresas privadas do ramo automotivo, dos setores de autopeças para que o automobilismo regional pudesse crescer, mesmo onde não tivesse autódromo. Lendo no site dos Nobres do Grid eu vi que havia muitas corridas de rua nos anos 50 e 60. Para carros com pouca potência e velocidade como os carros com motorização 1600, com preparação simples e barata, fazer parcerias com as prefeituras nos estados que não tem autódromo para termos corridas de rua e campeonatos regionais de automobilismo em todo o país. Eu iria procurar as montadoras para termos uma categoria com apoio de fábrica com um monoposto de baixo custo para os pilotos de 15 a 17 anos poderem correr no país antes de buscar uma carreira no exterior. Lucimara Silva – Manaus-AM Se eu fosse dirigente do automobilismo no Brasil eu ia buscar levar o automobilismo a todos os estados do Brasil. Se é possível fazer uma corrida da Stock Car em Salvador ou no interior de São Paulo, porque não trazer uma categoria como essa para correr nas ruas de Manaus? Um campeonato brasileiro tem que ser disputado no Brasil inteiro e não somente no sul do país. Vendo o calendário da Stock Car, teremos quatro corridas no Paraná, três em São Paulo e duas no Rio Grande do Sul. Os outros estados do Brasil não existem. A Copa Truck no ano passado foi para o Nordeste. Este ano não foi, preferiu ir para a Argentina e Uruguai. Tem que levar o automobilismo para o povo e o povo para o automobilismo. Os eventos tem que ser como nos Estados Unidos, que tem atrações para as pessoas passarem o final de semana nos autódromos ou onde forem as corridas. Com show de música, parque de food truck, entretenimento para as famílias, para as crianças, fidelizar público presente e futuro, usando de parcerias público e privadas nas cidades que receberiam as corridas. Paulo Betaniazzi – Santa Maria-RS Como presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo eu faria uma série de projetos para levar o kartismo para todo o país a baixo custo, entrando em contato com as empresas que fazem karts e seus componentes para criarmos o “kart popular”, um kart barato que levasse os guris a buscar o esporte. Se você leva 500 guris para andar de kart e disputar campeonatos de regulamento simples, custo baixo e onde o equipamento não fará diferença, só o braço do piloto, podemos achar uma meia dúzia de guris com potencial para correr em karts preparados e estes terem incentivo para mudar de platamar. É como no futebol, que de um monte de campo de pelada a gente consegue garimpar um Ronaldinho, um Robinho, um Ronaldo, um Neymar. Outra coisa é fazer o Rally e a velocidade na Terra ter mais apoio e visibilidade. Aqui no sul temos muitas competições de Rally, mas não há divulgação nenhuma e sem divulgação e sem noticiário, não se consegue atrair patrocinadores e fortalecer a categoria. Eu também buscaria fazer uma pressão política para trazer o Rally Dakar para passar pelo Brasil. Não é possível passar por um monte de países e não passar por aqui. Erechim é a capital do Rally no Brasil e o Rio Grande do Sul poderia fazer uma grande etapa. Renata Lacerda Freire – Aparecida de Goiânia-GO O automobilismo brasileiro está no século passado. Para crescer o nosso automobilismo precisa se modernizar e para isso ele precisa ser visto para atrair interessados, patrocinadores, gente e empresas que injetem dinheiro no automobilismo como varias empresas investem no futebol. A diferença é que o futebol atrai público para assisti-lo usando a televisão, que não abre espaço para o automobilismo. Assim, a CBA precisaria ter canais de transmissão em todas as redes de mídia eletrônica. Termos canais no youtube, no facebook e outras mídias para transmissão de corridas dos campeonatos regionais, dos campeonatos de velocidade na terra, dos campeonatos de kart e de todas as outras categorias que as grandes redes de televisão porcamente transmitem, onde não mostra o pódio, não mostra as entrevistas. Esses eventos grandes, podemos negociar e passar em VT, em horário alternativo, com tudo aquilo que o torcedor e fã de automobilismo quer, com entrevista, bastidores, informações técnicas, tudo aquilo que o fã de automobilismo gosta. Buscando um público via internet, um público jovem, iria aumentar o interesse pelo automobilismo. |