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Informações no parabrisas: vantagens e riscos PDF Print E-mail
Written by Administrator   
Thursday, 25 April 2019 22:49

Olá pessoal que acompanha o site dos Nobres do Grid,

 

Eu ando preocupada com uma coisa com relação a todo esse consumo de tecnologia e de informação que está nos cercando cada vez mais. Meus filhos parecem aqueles zumbis do walking dead. Parece que perderam o cérebro, ou fizeram o download no smartphone.

 

Mas não são só eles, está assim em todo lugar... inclusive no trânsito. Uma coisa é verificar se estar indo para o endereço certo, outra é querer ficar conectado com tudo e com todos enquanto dirigem. Depois de um ano sem vir ao Brasil, quando voltei e andei de uber, fiquei apavorada. Não apenas com alguns dos meus motoristas (não todos), mas com os motoristas em volta. No sinal vermelho, todo mundo de telefone na mão. E com o trânsito andando, vi gente teclando também! Isso para não falar das chamadas “centrais multimídia”, que substituíram os rádios, foca fitas e CD Players. É tanta cor, tanta informação, tanto ícone que acaba tirando a atenção do motorista para o que está acontecendo em volta do seu veículo.

 

Um dos projetos que praticamente todas as montadoras tem em desenvolvimento e em alguns carros, em implantação é a projeção de informações no parabrisas dos veículos. A intenção, claro, é fazer com que o motorista não tire os da parte frontal (do vidro, para ser exata), sem ter que buscar informações no painel e no console. Uma ideia que tem suas vantagens... e desvantagens, na minha opinião.

 

 Em 1988 a General Motors lançava um carro com carro que tinha a velocidade projetada no parabrisas.

 

Esta não é uma ideia nova. Trinta anos atrás a ideia de usar o para-brisa como algo mais que uma janela para o mundo já estava sendo trabalhada pela General Motors já oferecia em seu Oldsmobile Cutlass Supreme de 1988 um sistema que projetava no vidro informações como velocidade e se as setas estavam ligadas. Sistemas posteriores acrescentaram dados e, em 2000, o Cadillac Deville tinham um sistema noturno infravermelho para visão noturna que distraía mais do que ajudava. É aí que está o problema. Até onde vai ser seguro esta projeção de informações?

 

As empresas que desenvolvem estes sistemas – logicamente – discordam das posições que contestam a segurança do trânsito e afirmam que a projeção no parabrisas pode garantir uma maior segurança ao motorista, já que informações de navegação, velocidade e até controle do rádio podem aparecer de maneira transparente no veículo. Seria como ter um acessório, como era a instalação do GPS alguns anos atrás.

 

 As informações no parabrisas pode ser uma ferramenta de segurança para que o motorista não desfie os olhos para o painel.

 

Estas empresas alegam que, além da função do vidro parabrisas de impedir que o vento, detritos, pedriscos, insetos e outras coisas vão para o rosto do motorista e passageiros do carro, projetar no parabrisas informações  atualmente disponíveis no painel ou na tela do GPS, fazer com que seus olhos fiquem durante toda o trajeto de deslocamento realmente na pista. Essa tecnologia está sendo chamada de “HUD” (Head Up Display), ou display para cabeça erguida.

 

Em teoria, reduzir a necessidade de desviar o olhar para o painel de instrumentos, uma vez que informações como velocidade e, em alguns modelos mais sofisticados, até indicações sobre navegação, estão disponíveis à sua frente pode ser um apelo, principalmente para o público mais jovem, que vive em busca de modernidades e acesso a informações, independente de suas capacidades de assimilar, processar e fazer uso prático delas.

 

 Contudo, o excesso de informações pode ser um fator de distração do motorista para obstáculos reais.

 

Para quem está desenvolvendo projetos neste sentido, definir em qual lugar do para-brisa você quer projetar a imagem, um local que esteja no campo de visão do motorista, mas que também não bloqueie a definição de distâncias e a identificação de obstáculos pelo motorista, o que colocaria em risco não apenas o motorista e seus eventuais passageiros, mas os veículos a sua volta e também pedestres, ciclistas, motociclistas...

 

A instalação deste sistema implica na fixação de uma película interna no parabrisas para projetar as informações, mas, ainda assim, dependendo do ângulo em que o sol incide, pode não ser possível visualizar alguma informação, dependendo da cor que ela é projetada na película.

 

O Hud usa informações vindas da central eletrônica do veículo, então, informações que hoje obtemos no painel em frente ao motorista como consumo instantâneo qie podem ser dadas nas unidades litros a cada 100 quilômetros (l/100km) e litros por hora (l/h), e naquela que estamos acostumados a ter, que é medição de quilômetros por litro (km/l).

 

 Sistemas mais avançados apresentam ferramentas que prometem auxiliar os motoristas, como o "carro virtual" da Jaguar.

 

Mas há uma diferença entre os sistemas que apenas fornecem informações básicas e os que usam a chamada percepção de situações para fornecer dados influenciados pelos arredores em tempo real. Usuários de smartphones têm acesso a dúzias de apps que usam realidade aumentada. Eles contam com a percepção de realidade e uma conexão de dados para colocar na tela uma série de informações, de pontos de interesse a animações. A tecnologia em seu carro vai funcionar da mesma maneira, usando o para-brisa como uma tela gigante.

 

As empresas de tecnologia estão atentas a este nicho de mercado, A Google, que vem usando há algum tempo nas grandes metrópoles outdoors onde transmitia anúncios que obedeciam a critérios como horário do dia, o clima, eventos especiais e grupos de motoristas.

 

 A indústria automobilística precisa ter cuidado para não transformar os carros em telas de videogame. A vida não tem reboot.

 

Um carro conectado ao Google poderá receber informações sobre o trânsito, a gasolina mais barata ou mesmo automaticamente preparar componentes do carro para uma nevasca ou tempestade. É a soma de motorista, carro e conhecimento em tempo real. Daí voltamos a questão da segurança. O motorista lê algo que chama sua atenção, projetado em seu parabrisas, pode tirar a atenção do motorista por quantos segundos? Receber informações sobre o trânsito, a gasolina mais barata ou mesmo automaticamente preparar componentes do carro para uma nevasca ou tempestade pode ser útil, mas esta é uma discussão que ainda deverá ter muitos desdobramentos.

 

Muito axé pra todo mundo,

 

Maria da Graça