Alô galera que lê os Nobres do Grid... salve Jorge! Agora a coisa pegou fogo. Praticamente todos os campeonatos que iremos acompanhar já começaram e agora em abril teve brasileiro fazendo bonito, tanto na Europa como nos Estados Unidos. E não teve mau tempo. Foi com chuva, foi com sol, os meninos do Brasil estão mostrando que se a escolha levar em conta o talento dos pilotos, teremos logo mais de um representante na Fórmula 1, na Fórmula Indy e onde eles quiserem correr. Esse sim deveria ser o critério que um dono de equipe deveria levar em conta para contratar os seus pilotos, e não o tamanho da mala de dinheiro que ele leva junto com o capacete. Mas vamos lá, contar e comemorar os feitos dos nossos pilotos. A rodada dupla que abriu a temporada da Fórmula Renault Academy aconteceu no mítico autódromo de Monza, na Itália, para uma lamentável arquibancada às moscas como pude ver na transmissão da corrida pela internet, mesmo tendo sido o evento disputado em conjunto com a Blancpain Series, o campeonato europeu de carros de turismo. O piloto natural do estado do Tocantins, João Vieira, voltou a correr na Europa nesta temporada. Apesar de ter andado bem nos testes pré-temporada, as coisas foram bem complicadas para Caio Collet nessa nova categoria. Em nenhum momento o brasileiro conseguiu se entender com o carro e mesmo no grid, antes da largada para a primeira corrida da rodada dupla, os mecânicos mexiam na suspensão dianteira do carro, removendo a tampa dos amortecedores. Ainda assim, Caio Collet fez uma grande corrida de recuperação, saindo da 20ª posição na largada para um 12° lugar, mas ainda assim ficou fora dos pontos. Na corrida do sábado, escalando o pelotão, conquistou uma bela sétima colocação. Mais sucesso teve o outro brasileiro na categoria, João Vieira. Nos treinos para a primeira corrida ele não conseguiu uma grande posição, largando apenas em 16°, mas na corrida, mostrou que é rápido e tem talento para brilhar, escalando o pelotão e conseguindo um sétimo lugar em sua estreia na categoria, garantindo 6 pontos no campeonato. No domingo tivemos um adversário extra: a chuva. Com pista bastante molhada, os brasileiros tiveram que superar as adversidades do tempo desde a classificação para conseguir largar entre os Top-10. Quando Caio Collet saiu para o segundo classificatório, logo na primeira volta, o carro apresentou um problema no sensor e o motor começou a falhar. Campeão da F4 Francesa em 2018, Caio Collet chegou à categoria carregando muitas expectativas. Collet teve de voltar para os boxes e perdeu metade da tomada até que os responsáveis pelo motor e a equipe conseguissem resolver o problema. Quando retornou à pista, que continuava em condições muito difíceis, o brasileiro ainda teve de enfrentar algumas bandeiras vermelhas, mas conseguiu uma boa volta, garantindo o nono lugar no grid. João Vieira também foi bastante prejudicado em suas voltas rápidas, sempre interrompidas por bandeiras amarelas. No finalzinho do treino o piloto da equipe JD conseguiu o oitavo melhor tempo. Uma condição de largada bem melhor para ambos em relação ao sábado. Na corrida, a pista continuava muito molhada e a prova teve largada com Safety Car e foram poucos minutos em bandeira verde, já que nas relargadas novos acidentes aconteceram exigindo a entrada do carro de segurança em três oportunidades. Na corrida do domingo, debaixo de muita chuva, Collet mostrou seu talento e só não fez mais que o 7° lugar por falta de tempo. Na última entrada do Safety Car, ele só deixou a pista quando faltavam dois minutos para o final de 30 minutos de disputa. Sem muito tempo para tentar escalar o pelotão e mais preocupado em manter o carro inteiro e na pista, Collet vinha em nono e Vieira em décimo até a última intervenção do safety car. No final, foi faca nos dentes e com habilidade, aproveitou o enrosco dos dois carros à sua frente para assumir a sétima posição. Ele atacou o quanto ponde o sexto colocado, mas não conseguiu a ultrapassagem. João Vieira perdeu duas posições na última volta e cruzou a linha de chegada em 12°. O campeonato tem Victor Martins (que com esse nome é francês) com 30 pontos, Leonardo Lorandi 26, Alexander Smolyar, Ugo de Wilde e Kush Maini com 25. Caio Collet e João vieira dividem a 10ª posição com 6 pontos. A próxima corrida será em Silverstone, dias 12 a 14 de 5 de maio. No esvaziado campeonato da F3 Regional, que até o ano passado tinha 30 carros no grid e era a F3 europeia, apenas 10 carros foram para a qualificação da primeira corrida, algo que talvez nem o mais pessimista entre os pessimistas achasse possível. Uma pena que dois brasileiros estejam passando por isso e que, com certeza, o campeonato perderá pontuação na FIA, cmoaconteceu cm o último ano da World Series. Na classificação da corrida 1, domínio da equipe Prema, que tomou os três primeiros lugares e Enzo Fittipaldi foi o mais rápido, à frente de Olli Caldwell e Frederik Vesti, que foram seus adversários na F4 no ano passado. Igor Fraga foi o primeiro “não Prema”, marcando o quarto tempo. O domínio da equipe Prema foi gritante na abertura da F3 Regional. De "intruso", o brasileiro Igor Fraga. Na corrida, Frederik Vesti fez uma grande corrida, tomou a ponta e venceu com autoridade, impondo 2,5s ao segundo colocado, Enzo Fittipaldi. Felipe Fraga também fez uma grande corrida e superou um dos carros da Prema, chegando em terceiro e subindo ao pódio. Na classificação da corrida 2, mais uma vez Felipe Fraga intrometeu-se entre scarros da Pema. Ollin Caldwell marcou a pole position, com Enzo Fittipaldi em segundo e Felipe Fraga em terceiro. O pole fez um temporal, quase meio segundo mais rápido que o segundo colocado. Na corrida, Olli Caldwell ganhou... mas não levou! Os comissários desclassificaram o britânico após a prova e a vitória ficou com Enzo Fittipaldi, que foi seguido de Frederik Vesti e Igor Fraga, novamente, subiu ao pódio como o melhor “não Prema” da corrida. Enzo Fittipaldi esteve no pódio nas três corridas. Igor Fraga esteve em duas. O Brasil mostrou força em Paul Ricard. Na corrida três tivemos um outro intrometido entre os carros da Prema no grid de largada... e não foi Felipe Fraga, mas o alemão David Schumacher, filho de Ralf Schumacher. Enzo Fittipaldi ficou com o terceiro tempo e Felipe Fraga com o quinto. O pole foi Frederik Vesti. Dada a largada, o dinamarquês que 4° colocado no alemão de F4 no ano passado, foi embora e Enzo Fittipaldi gastou algum tempo para passar David Schumacher, garantindo assim uma vantagem confortável para Vesti que venceu mais uma no final de semana, com Enzo em segundo. Felipe Fraga teve problemas mecânicos e foi apenas o sétimo, com duas voltas de atraso. O campeonato tem Frederik Vesti como líder com 68 pontos, seguido de Enzo Fittipaldi com 61, Igor Fraga com 36, David Schumacher com 27 e Raul Guzman fechando o Top 5 com 26 pontos. A próxima rodada tripla vai ser em Vallelunga, de 3 a 5 de maio. Correndo pela equipe dominante do campeonato, Enzo Fittipaldi é um dos favoritos ao título da temporada. Sobre a Euroformula, que terá a participação de Christian Hahn e Guilherme Samaia e a F4 Alemã, com Gianluca Petecof, que correm no último final de semana de abril, vou pedir uma desculpa por ter que fechar a coluna no dia 26. Mas me deram um arrego e deixaram eu fazer um “anexo” para falar da etapa de Baku da Fórmula 2, onde estamos todos torcendo pelo mineirinho, Sergio Sette Câmara. A etapa da F2 em Baku tinha tudo pra ser ótima para o mineirinho Sergio Sette Câmara... mas não foi. O treino classificatório mostrou um ganho em relação ao seu companheiro de equipe, Nicolas Latifi. Sergio fez o 4° tempo e Latifi o 7°. O problema é que, na largada, Sergio largou mal – mais uma vez – e perdeu muitas posições. O prejuízo só não foi maior porque o “filho do homem”, Schumacher foi pra lá de otimista na primeira curva e atrapalhou um monte de gente além dele mesmo. Só que, em ritmo de corrida, Sette Câmara nunca esteve em mesmo nível que os carros mais rápidos à sua frente e mesmo em relação ao seu companheiro de equipe. Acabou se estabelecendo em quinto lugar, depois em quarto, e vinha fazendo uma corrida sem erros, que sempre ocorrem em excesso no circuito de rua do Azerbaijão. Foram três entradas do safety car e na segunda delas, Sergio Sette Câmara foi abalroado pelo rápido, um tanto desastrado e não muito limpo piloto italiano, Luca Ghiotto, que o jogou no muro na relargada. Um prejuízo enorme! Depois de largar mal, mas ainda estar bem posicionado na corrida, em uma relargada, Sergio foi acertado e tirado da prova. Com isso o mineirinho não completou a prova, não marcou pontos e ficou para largar em 14° lugar, por conta dos que se acidentaram ou abandonaram antes. O causador do acidente, Ghiotto, que trocou a asa dianteira e voltou para a corrida, aproveitou bem as condições de corrida, escalou o pelotão e chegou ao 6° lugar. Só que ele foi punido (uma punição meia boca, é verdade), mas o suficiente para não se beneficiar do grid invertido. Na segunda corrida, mais uma vez Sette Câmara largou mal (tem alguma coisa errada. No ano passado ele era um grande largador) e só não perdeu mais um monte de posições graças a lambança da Tatiana Caldeiron, que abusou no otimismo e tirou mais dois em uma das curvas de 90° do traçado. Sergio, contudo, não saia da 13° posição e parecia condenado a ficar sem marcar pontos na rodada dupla. Obrigado a fazer uma corrida de recuperação no domingo, Sette Câmara contou com a sorte no domingo pra marcar pontos. A sorte foi contar com o “amigo” Ghiotto, que em mais uma manobra a lá Dick Vigarista acertou a traseira de Jack Aitken, quebrou a sua asa e desta vez ficou com todo o prejuízo. Acertou de frente a barreira de proteção e não só ficou de fora da corrida como levou outros dois com ele. Um justo castigo para um piloto que desde o ano passado veio criando problemas para Sette Câmara. Com as confusões dos outros, Sergio Sette Câmara escalou o pelotão e chegou ao oitavo posto. Os safety car ajudaram bastante, mas com a demora para remoção de carros pela equipe de resgate comeu muito tempo. Com bandeira verde, Sette Câmara ganhou mais duas posições e terminou em sexto, mas o prejuízo da primeira corrida pode – e vai – fazer falta no final do campeonato. E nos Estados Unidos, tivemos a abertura do campeonato de Fórmula 4 com dois brasileiros entre os cotados como favoritos: Kiko Porto e Arthur Leist. O primeiro, fazendo sua primeira temporada completa e tendo se destacado na pré-temporada da categoria e o segundo, que terminou o ano premiado como o piloto que mais cresceu na categoria no ano passado. Aos dois, juntou-se o paulista Guilherme Peixoto, estreando em molopostos. Kiko Porto brilhou na abertura do campeonato norte americano da F4, saindo de Road Atlanta como lider da disputa. E os dois meninos do Brasil mostraram serviço logo de cara para a primeira corrida, com Kiko Porto largando na terceira posição e Arthur Leist fechando a terceira fila com o 6° posto. Dada a largada, com carros que andam tão próximos, não faltou disputa e ao final das 7 voltas no extenso autódromo, Kiko Porto subiu pela primeira vez ao pódio na categoria, conquistando o segundo lugar. Arthur Leist foi o quinto colocado. Na classificação da corrida 2, Kiko Porto conseguiu o segundo melhor tempo enquanto Arthur Leist teve que se contentar com apenas a décima posição. Contudo, do segundo ao 15° colocado, todos viraram no mesmo segundo. O tempo absurdo foi o do pole position, que enfiou quase 8 décimos no segundo colocado. Na segunda corrida da rodada tripla, a primeira vitória brasileira na categoria, com o pernambucano Kiko Porto. Mas como diz aquela máxima do futebol, treino é treino e jogo é jogo e, no jogo – quero dizer, na corrida – Kiko Porto levou a bandeira do Brasil ao lugar mais alto no pódio pela primeira vez na história desta categoria nos Estados Unidos. Foi apertado, com o segundo colocado embutido na caixa de câmbio, mas o que vale é vencer. Arthur Leist conseguiu melhorar e terminou em oitavo. Fechando a rodada tripla, na classificação tivemos os dois brasileiros fazendo tempos bem próximos, com Kiko Porto ficando com o quarto tempo e Arthur Leist com a quinta posição. Na corrida, tivemos pela primeira vez dois brasileiros no pódio, com Arthur Leist mostrando um desempenho no nível que apresentou no final do ano passado e ficando com o segundo lugar, seguido de Kiko Porto, em terceiro. Foi um grande final de semana, sem dúvidas. Na terceira corrida do final de semana, outro pódio inédito, com dois brasileiros presentes. O nosso “calouro”, Guilherme Peixoto apresentou um belo cartão de visitas. Em virtude da forte chuva que caiu em Road Atlanta, o grid da corrida 1 acabou sendo definido pelos tempos dos treinos livres, com o classificatório cancelado. O brasileiro largou da segunda fila e terminou a disputa na sétima colocação. Na segunda prova, o grid foi definido pela melhor volta da corrida 1 e Peixoto partiu de 11º. O piloto já aparecia na sexta colocação, mas rodou quando brigava pelo quinto lugar. Sem chances de marcar uma boa volta nesta corrida, o brasileiro partiu do 13º lugar na última prova da rodada tripla. Mas foi pra cima e terminou a disputa na décima posição. Guilherme Peixoto estreou muito bem na categoria, marcando pontos em duas das tres corridas da rodada tripla. O campeonato traz o pernambucano Kiko Porto na liderança com 58 pontos, seguido de Joshua Car com 52, Teddy Wilson com 39, José Blanco com 35 e Arthur Leist, fechando o Top 5 com 32 pontos. Guilherme Peixoto é o 10º com 7 pontos. A próxima rodada tripla será apenas em junho, em Pittsburgh, de 21 a 23. Um abraço a todos, Genilson Santos |