Sempre que me meto a besta de tentar prever algum ganhador em corridas, caio do cavalo. E desta vez na Copa Truck em Londrina não foi exceção. Claro que acertei numa vitória de Beto Monteiro, mas o outro ganhador, confesso que sinceramente não imaginei, nem nos meus sonhos, que poderia ser o bicampeão de caminhões Renato Martins. Não que Renato seja carta fora do baralho, como provou não ser na segunda corrida de domingo, mas por ter parado de guiar para se tornar dono de equipe e retomado a carreira de piloto quando acabou a Fórmula Truck e começou a Copa Truck. Beto ganhou a primeira numa manhã de muita chuva, com uma pista quase que impossível de se guiar qualquer tipo de veículo automotor, especialmente um caminhão com cerca de 4.500 quilos. Na segunda prova do dia Adalberto Jardim se manteve na frente durante bom tempo, depois da inversão do grid, mas não conseguiu segurar a ponta, terminou na quarta posição e garantiu um lugar no pódio. Quem tinha tudo para ganhar, ou ficar entre os primeiros era Paulo Salustiano, terceiro colocado na abertura. No entanto, e sempre existe esse no entanto, ele se enroscou com Roberval Andrade numa aglomeração com Débora Rodrigues, levou um toque do atual campeão da Copa Truck e bateu forte no muro na descida da reta oposta de Londrina. Os comissários desportivos da CBA classificaram o fato como acidente de corrida. Caso Roberval não batesse na traseira do caminhão da Salu, estamparia no muro. Coisa de corrida que deve levar Salustiano a correr com um caminhão novo dia 14 de julho em Curvelo, Minas Gerais, pois o chassi foi bem afetado. Debaixo de muita chuva a Copa Truck correu em Londrina. Beto Monteiro venceu a primeira corrida da rodada dupla. Ouvi um passarinho cantar que a situação da Copa Truck está bem difícil. Nada de anormal pelo momento econômico-político que atravessamos no Brasil. Os pilotos têm tentado ajudar pagando R$ 3.600 de taxa de inscrição e os caminhões têm utilizado pneus lixados somente na frente. Os traseiros são os mesmos das ruas e estradas. Tudo para economizar, pois os quatro de trás podem ser usados até em quatro corridas. Já os da frente só em uma mesmo. Mesmo que à boca pequena, tem gente resmungando da falta de atenção que a Truck tem recebido do organizador Carlos Col. O motivo é que ele tem direcionado boa parte do seu trabalho à Stock Car, sua primeira cria. O motivo seria que a General Motors, como já escrevi aqui neste espaço, quer que a Stock volte a ser multimarcas. E Col tem feito seguidas andanças e reuniões para atender a empresa, a única fábrica presente nos 40 anos da categoria. Ele já teria duas outras marcas para 2020, ambas já praticamente acertadas, mas sem divulgação ainda. Eu desconfio, mas como não tenho certeza, prefiro esperar. Falando ainda da Stock, depois de ter a vitória em Goiânia retirada por uma controvertida queima de largada, Thiago Camilo recuperou o resultado, ainda que temporariamente, pois ganhou efeito suspensivo na Justiça Desportiva até o julgamento final pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA). Na tarde desta segunda-feira o STJD da CBA mudou sua decisão, retirou a liminar e Thiago novamente perdeu a vitória. Agora eles dizem que vão esperar o julgamento para definir o resultado da prova anterior. Pra que resolver se a gente pode confundir tudo e todos, né? Stock Car passando por conflitos com a justiça desportiva e fortes rumores de que as coisas andam difícens na Truck. Col na Berlinda. E domingo que vem, dia 9, teremos Stock Car adivinhem onde? Londrina, claro, que recebe duas provas seguidas para tentar economizar na montagem das arquibancadas e, quem sabe, no pacote de aluguel do autódromo. Vivemos tempos difíceis. E volto a perguntar: será que os londrinenses e seus vizinhos terão dinheiro suficiente para gastar duas semanas seguidas? Na tarde desta segunda a CBA mudou sua decisão, retirou a liminar e Thiago novamente perdeu a vitória. Agora eles dizem que vão esperar o julgamento para definir o resultado da prova anterior. Milton Alves |