Dia difícil pra escrever hoje, né galera? O General Fernando me pediu para escrever um editorial, antes que eu começasse os trabalhos etílicos, sobre o que aconteceu de ontem pra hoje no meio da mídia com o falecimento do piloto Tuka Rocha, que teve a morte anunciada, em seguida desmentida e que, infelizmente, veio a ocorrer esta manhã. A pressa em dar notícias em primeira mão ou a falta de cuidados com a mesma tem ocasionado publicações que chegam a ser um ato de desrespeito com quem lê, ouve ou vê uma matéria. Em casos como o da morte de Tuka Rocha, Se não fosse trágico seria cômico. Vivemos há algum tempo a era da instantaneidade e do ‘tempo real’. O mundo passou das mídias de massa para uma massa de mídias que nem sempre está ‘al dente’. O que vemos, lemos e ouvimos hoje deixou há tempo de seguir o que havia no passado, onde havia uma certa hegemonia, com poucos veículos agindo como emissores de informação. Cada vez mais temos pessoas produzindo “conteúdos” (noticiosos ou não) em diversas mídias. Mais notícias circulando em curtíssimo espaço de tempo na internet, criadas ou não por jornalistas. No caso da “barriga” (termo para notícia errada no meio jornalístico) criada em um meio eletrônico, que normalmente vive de acessos para vender sua publicidade, buscando cada vez mais acesso para ter mais visibilidade dá aos seus criadores o irresponsável direito de escrever qualquer absurdo ou querer – como foi o caso – dar o famoso “furo de reportagem”. Quando a notícia é correta, ótimo. Quando não, dependendo do caso, o resultado pode ser constrangedor. Foi o caso do Ligadíssimo Caprichoso, que confiou no “furo de reportagem” e mandou no ar, ao vivo, a tal “notícia” em um veículo de mídia que atinge milhões de pessoas de forma instantânea que é a televisão. Deu pena do cara, que transmitiu os dois últimos GPs de Fórmula 1 numa aparente ânsia de querer fazer tudo certo e conquistar um espaço que acabou cometendo um caminhão de erros que normalmente não comete. Mas agora vou dar uma de Jesus Cristo: atire a primeira pedra aquele que não cometeu um erro na vida, que não falou algo que não devia, que não fez algo que não deveria ter feito, que não escreveu um email com um conteúdo do qual se arrependeu. Quem cometeu o “erro primordial”, o “erro inicial”, a “barriga”, pode ser acusado de maldoso? De mentiroso? Meu pai uma vez fechou a mão e apontou o dedo indicador para mim e disse: “está vendo este dedo apontado contra você? Olhe para minha mão e você verá que tem 3 dedos apontados contra mim. Então preste atenção quando pensar em apontar o dedo para alguém”. O erro acontece. O ser humano não é perfeito e como se diz, “errar é humano”. No caso do erro jornalístico, este é a incorreção, falsificação ou imprecisão na publicação de uma notícia, causado por negligência, imprudência ou imperícia. A não admissão do erro ou sua ocorrência deliberada afetam a qualidade e a credibilidade do produto jornalístico junto ao público leitor. Seja por pressa, por ânsia ou por simplesmente erro, o jornalismo, profissional ou não (ainda mais agora que o governo desregulamentou a profissão de jornalista) precisa ter menos pressa e mais precisão. Uma notícia como uma morte de uma pessoa (a do Tuka Rocha não foi a primeira. Na queda do avião com o time da Chapecoense teve muita notícia de morte e “não-morte” sendo dada a todo momento) gera um impacto emocional muito forte na família, nos amigos próximos, nos fãs no caso de pessoas famosas. Não vou deixar de prestar meus pêsames aos familiares do Piloto Tuka Rocha, que passaram por momentos de dor, angústia e tristeza com tudo o que aconteceu nos últimos dias e em particular, nas últimas horas. Vamos ter mais prudência e menos ânsia (ou ganância) em querer ser o primeiro. O preço, muitas vezes, pode ser algo muito caro a se pagar. Felicidades e Velocidade, Paulo Alencar |