Olá pessoal, e as águas de março fecharam o verão... felizmente com menos volume que as de janeiro e fevereiro que quase tornaram São Paulo uma “Veneza desvairada”. Até adiei as aulas de navegação com o Capt. para que eu tirasse minha licença de Arrais e poder pilotar a Ferrari anfíbia que encomendei em Maranelo. É com o final do nosso verão que a temperatura sobe no mundo do automobilismo e já temos de volta, na TV e nos nossos autódromos a diversão da qual mais gostamos. Nem vou falar da minha categoria favorita, o mundial de “carros de combate”, o WTCC. Primeiro porque junto com a minha coluna está saindo a matéria “Por Dentro do WTCC”, que está sensacional, mas principalmente porque só tivemos uma batidinha de nada na 2ª largada... tá muito calminho para meu gosto... vamos lá pessoal, vamos misturar as tintas! Animalesca está a disputa na NASCAR, o Harwick vem inspiradíssimo neste começo de temporada e não vai dar vida fácil para o Jimmy Johnson. Nem ele nem os outros quarenta e tantos que se “esfregam” uns nos outros e todos nos muros dos ovais do tio Sam. A cara de assustado de Brad Keselowski dá bem a idéia do que foi o acidente... felizmente, apenas o carro saiu machucado. Além das fortes disputas a categoria continua a protagonizar os acidentes mais espetaculares do ano – exceção feita ao sêxtuplo mortal, capotado e batido com gelo, limão e tequila do Kimi Raikkonen no Rally do México, no WRC. O último que vi foi o do Brad Keselowski em Atlanta. O piloto saiu inteiro, o carro despedaçado, mas a expressão no rosto do piloto mostra bem o que foi o acidente. Como diz o rei Roberto Carlos, “são tantas emoções... hehehe”. No último final de semana aconteceu a 6ª etapa do longo campeonato, em Martinsville e o vencedor foi Danny Hamlin, realizada na segunda-feira por conta das chuvas. No campeonato, Jimmie Johnson agora é o líder com 898 pontos, seguido por Greg Biffle, 884, e Matt Kenseth, 882. Emoções também não faltaram na mais nova “sacada” do esporte turismo no Brasil: a fusão da GT3 com o Trofeo Masserati e a GT4, criando a GT Brasil e que conseguiu – de início – um grid decente, com mais de 20 carros e duplas com alguns dos melhores pilotos nacionais. Os Lamborguini Galardo dominaram o final de semana de estréia da GT Brasil, quebrando a série da Ferrari no GT3 em 2009. Agora só falta fazer com que o público vá ao autódromo! O pequeno número de espectadores não mostra a grandeza que é uma categoria com esta e as arquibancadas estavam praticamente vazias tanto no sábado como no domingo. Os organizadores e a mídia esportiva precisam encontrar uma maneira de motivar o público a comparecer, caso contrário, a categoria vai minguar como tantas outras minguaram aqui no Brasil. Quem não deixou “a vida minguar” e continuou seguindo em frente – e rápido – foi o José Maria ‘Pechito’ Lopez. O argentino que chegou a assinar contrato com a USF1 – a hollywoodiana equipe norte americana de ficção – para correr num “F1 de papel”, voltou a TC2000 e começou o ano como terminou 2009: vencendo. A abertura do TC2000 nas ruas de Punta del Este trouxe de volta o sorriso ao rosto de José Maria Lopez... A etapa de abertura do campeonato aconteceu em Punta del Este, no Uruguai e a equipe Honda-Petrobras (os caras patrocinam 5 carros, 4 oficiais e um semi. Já aqui na Stock...) e ‘Pechito’ mostrou que o fracasso da sua empreitada para correr na Fórmula 1 pela equipe americana USF1 (e depois o pirata é o servio... fala sério!) e que terminou em frustração não tirou seu ânimo e sua vontade de vencer. O campeonato segue praticamente o mesmo – confuso – regulamento do ano anterior e terá 12 etapas, com uma delas em local a confirmar (podendo ser no Brasil. Se for, vai sobrar para o Capt. com aquele seu ‘portunhol de beira de cais’ encher a paciência dos hermanos com mais um ‘por dentro de alguma coisa’). ... 'Pechito', que foi vítima do engodo chamado USF1, aparentemente não se deixou abalar e seguiu vencendo. Um lugar que adoraríamos ter podido estar, mas não foi possível foi na aprazível Guaporé para a abertura do Campeonato Sulamericano da Fórmula Truck. Se em todos os lugares onde o ‘circo’ da Truck vai é uma festa enorme, em Guaporé a festa é ainda maior. O criador da categoria, Aurélio Batista Felix, tinha um carinho todo especial pela cidade, pelo circuito e pelos abnegados que fazem automobilismo na pequena cidade de pouco mais de 20 mil habitantes. A linda imagem da colina na saída da curva do radiador diz tudo sobre o que é a festa da categoria mais popular do país. Em Guaporé, ajudados pelo relevo do local e pelo desenho da pista, o esquema ‘camping racing’ é a maior característica do publico que superlota o entorno do autódromo. É um ‘festão familiar’, com gente fazendo churrasco 24 horas por dia, gente de todas as idades circula por todos os lados e a integração entre pilotos, staff, público e moradores locais é indescritível, abrangendo todas as idades. Que o digam as crianças, que puderam se divertir nos Truck Kids... e assim vai se plantando a semente em uma nova geração de fãs e pilotos. No domingo o público ultrapassou os 35 mil expectadores! Fã se conquista desde cedo, pelo menos na visão do pessoal da Truck com a genial idéia da Truck Kids... tem até um "para as meninas". Na prova, onde estrearam na categoria Cristiano da Matta, Bruno Junqueira e Paulo Salustiano, a dura luta pela vitória teve como vencedor o atual campeão, Felipe Giaffone, em dobradinha com Valmir Benavides. Contudo, a vantagem da Volkswagen não apareceu como no ano passado e o campeonato promete disputas mais intensas, com mais candidatos ao título. Afinal, agora é um título continental que está em jogo! A disputa foi dura, nas começou como terminou o ano anterior: com domínio da Volkswagen e vitória de Felipe Giaffone. A próxima etapa será no moribundo ‘meio autódromo’ de Jacarepaguá, que está passando pelos preparativos para receber a categoria sob a coordenação de Roberto Cirino, pai de Wellington Cirino. A prova acontece no dia 11/4. Se o assunto é popularidade, a popularíssima Stock Cars acelerou fundo... bem, nem tão fundo, uma vez que a JL preferiu apostar na prudência e configurou os motores numa condição em que o rendimento dos mesmos ficou muito parecido com que se tinha no ano passado. De acordo com os Giaffone, para Curitiba vai ser possível aumentar a potência dos mesmos, uma vez que a fabricante está trabalhando nos componentes necessários para poder se tirar tudo que o motor pode oferecer. A abertura da Stock levou uma multidão a Interlagos e a disputa pela vitória foi acirrada entre Cacá Bueno e Max Wilson. A ‘vilã’ apontada foi a bomba de óleo e esta teria sido refeita para a atender os padrões atingidos pelo motor com o novo combustível (mas não fizeram um caminhão de testes de motor, pneus e o escambau no ano passado? Vai dizer que usaram gasolina? Era só o que faltava...). Bom, nos treinos, que começaram na quinta-feira para ‘compensar’ o treino que não houve no início do mês e na sexta-feira teve treino com chuva. A briga pareceu estar dura... tanto dentro como fora da pista: os pilotos protestaram contra a retirada dos bônus de pontuação para os primeiros colocados da classificação, mesmo eles tendo que largar com pneus usados do Q3 (é, mas ninguém quis fazer tempo apenas pra largar em 7º). A pole, inclusive, ficou com quem gritou mais alto, o campeão de 2009, Cacá Bueno. No final, festa da equipe RC Eurofarma de Rosinei Campos, o Meinha. O time com sede em Pinhais-PR larga na frente. A corrida, com tempo seco, foi... bem Stock. O botão “push to pass” também era usado como “push to don’t be passed” e assim a coisa ficou no zero a zero, mas a corrida - e disputa - à parte travada entre Cacá Bueno e Max Wilson levantou o público. Cacá conseguiu resistir as investidas de Max e em alguns momento chagou a abrir um pouco. A decisão foi para a parada obrigatória onde, parando uma volta depois do líder, o piloto da RC Eurofarma voltou à frente. Na segunda metade, com a briga prometendo esquentar, um pneu furado tirou o campeão da disputa. Max Wilson faz as pases com a vitória e extravasa no pódio de Interlagos diante de quase 40 mil pessoas. Valeu, Max! Nesta etapa tivemos a estréia da Mini Challenge Cup, com os simpáticos e velozes carrinhos rasgando a pista. A estréia da nossa “Truck Series”, com as pickups, será apenas em Curitiba, dia 11 de abril. E na Stock, será que o Cacá vai “dar o troco”? Quem deu o troco, e com juros, foram o Sebastian Loeb e a Citroen no WRC. Depois de terem “comido neve” da Ford e de Mirko Hirvonen na abertura do campeonato na Suécia, na segunda etapa, no México, com direito a pódio fechado para a marca francesa. Hirvonen teve que se contentar com a quarta posição e a conseqüente perda da liderança da tabela de pontos.
Sebasian Loeb fez a concorrência comer poeira - e cactos? - no Rally do México. Agora, o francês é o líder do campeonato. O próximo desafio é na Jordânia, logo no início do mês. Rali de deserto, com muito calor, cascalho e especiais traiçoeiras. É pouquíssimo provável que a Ford tenha digerido toda a poeira que comeu no México e, certamente, não vai querer comer novamente. Não fui ver a Indy aqui em Sampa. Na noite anterior, feliz da vida, fui “trabalhar de garçon” – e que começou como “arrumador de salão” – na Noite da Pizza da ABPC (Associação Brasil das Pistas de Competição), em mais uma empreitada deste cara fenomenal que é o Ronaldo Nazar. É bom que se diga que, na impossibilidade das nossas limitações, tanto minhas como as do Flavio – que vive mais tempo na água que em outro lugar – assumir uma associação, fundação ou algo do gênero era simplesmente impossível e o casal Nazar comprou mais este desafio e junto com outras pessoas de enorme coração que residem em São Vicente-SP estão fazendo um trabalho maravilhoso. Em Sampa, se a abertura da Indy não foi perfeita, pelo menos não foi a tragédia desejada pelos que eram contra a prova. Cansado, depois de todo o compensador esforço, preferi dedicar o domingo à família, mas jamais deixando de assistir as duas corridas pela TV e ter em minha companhia meu filho, a quem desde cedo cuido de “infectar com o ‘velcitocócus’”. Valeu pelo esforço em fazer um traçado de rua “do nada” e ele ainda ter ficado bem mais interessante que a enfadonha procissão da Stock na Bahia no ano passado. No ano que vem será melhor? Tem que ser. Os erros, que não foram poucos, não comprometeram o todo, mas foram bem visíveis e – caso se repitam – serei o primeiro a criticar. Agora temos 1 anos inteiro para melhorar as ondulações do asfalto (mas quem assistiu o GP da Austrália da F1, a grande categoria mundial, também as viu), a inclinação da pista para uma drenagem efetiva (já pensou se chove o tanto que choveu em São Petersburgo? A ponto da prova ter que ser adiada?) para evitar as poças d’água. Dá trabalho, mas dará prazer, prazer muito maior do que ver e ler o que escreveram os “seca pimenteiras” de plantão. Valeu Carlo Gancia! O dilúvio que caiu sobre St. Petersburgo adiou a prova em um dia. Se acontece algo assim em São Paulo, a culpa seria de... A corrida foi boa, a chuva deu um “extra” de emoção, as equipes que melhor jogaram com a estratégia e foram mais rápidas deram vantagem aos seus pilotos, mas nada disso supera uma ultrapassagem como a de Will Power sobre o Ryan Hunter-Ray. Ele mostrou “muito Power” no meio de todo aquele “powder” (pó) da reta do sambódromo... ficou feio aquilo, não? De feio para bonito, bonito fez a nossa menina prodígio, Bia Figueiredo, a mulher mais bem colocada no final da prova de abertura da temporada. Will Power não vem dando chances à concorrência e desponta como o maior candidato ao título de 2010. Será? E na corrida da segunda-feira (imaginem isso aqui em São Paulo... o caos da segunda-feira – se é que ia ter corrida na segunda-feira – o regozijo dos que tanto criticaram a prova, a “culpa” dos organizadores e dos governantes que “não combinaram o ‘mensalão’ de São Pedro” para garantir bom tempo, etc ), Will Power venceu de novo e vai disparando na classificação da Indy. Para manter o foco na chuva, depois de uma enfadonha corrida no deserto de emoções do Bahrein, onde só a briga do meu filho com o gato conseguiu me manter de olhos abertos, valeu a pena ver a corrida da Austrália às 3 da matina! Ao invés dos "atalhos" nos circuitos (o velhinho tá ficando gagá, só pode), que tal um sistema de irrigação... é mais barato e funciona! A chuva antes da largada deu aquela animada que a corrida precisava, e se tivesse caindo mais uma pancada no meio, só para “ensaboar” a pista, tinha sido ainda melhor... Olha a solução dos seus problemas aí, Bernie! Ao invés de gastar uma fortuna com a construção dos atalhos nos circuitos, instala um sistema de irrigação como os dos estádios de futebol nos circuitos! Sairá muito mais barato, vai proporcionar alternativas de estratégia e, com a tecnologia atual, tudo pode ser comandado com um simples controle remoto... que ficará na sua mão! Vai ser um verdadeiro banho nas demais categorias. Compensando o sonolento GP do Bahrein, na Austrália não faltaram emoções e alternativas devido a chuva antes da prova. Alô Christian Horner, como tenho ido a Bahia – a trabalho – com certa frequência, posso ver com os meus colegas de lá uma benzedeira das boas prá ver se resolve seu problema e principalmente o do Vettel... outro problema mecânico “melou” a vitória do piloto sensação do início da temporada. Uma corrida com alternativas é o que todos querem, agora, a queixa geral de que, com os “difusores múltiplos” e os pneus dianteiros mais estreitos ainda podem ser “o tiro que saiu pela culatra”, pode. Vamos ver numa corrida com pista seca – caso não chova – na Malásia. Algo a se pensar: Os carros estão muito instáveis. Os cockpits são resistentes? Sim, mas e se um infortúnio como o de 94 acontece? Agora em abril tem mais temporadas começando e a coluna vai ganhar mais volume. Até o mês que vem, CBM |