E aê, Galera... agora é comigo! Depois de mais um final de semana de corridas sem público nos Estados Unidos e da minha última coluna onde eu falei sobre o desaparecimento do público nos autódromos nas principais categorias do país – a Stock Car e a Copa Truck – vou deixar o assessor de imprensa da categoria “bravinho” (o adjetivo não é bem esse...). Quando a Dona Neusa meteu os pés pelas mãos e a maior e mais popular categoria do automobilismo brasileiro foi pro vinagre, a coisa só não se perdeu de vez porque os pilotos e donos de equipe, que começaram a questionar a má liderança (pra quem não sabe, sou administrador de empresas, formado e laureado de turma, sou empresário e bem sucedido) da viúva do grande Aurélio Batista Felix, questionando a forma como o negócio estava sendo – mal – tocado, uniu-se e acabou conseguindo salvar a competição e até onde sei, tem ralado muito pra manter a categoria viva. Isso merece meu respeito, mas essa coluna se chama “Papo Reto” e, seco e reto, caramba (a exclamação não era bem essa...), “gurmetizaram” a categoria! Vamos lembrar que o automobilismo, além de esporte é um negócio, certo? Como negócio, os administradores tem que buscar parcerias e em um país que tem seu modal de transporte majoritariamente rodoviário, trazer para a categoria as montadoras de caminhões, que o Aurélio trouxe e a Dona Neusa espantou, essa nova administração está trabalhando pra trazer de volta, o que está certo. Mas isso não pode excluir a essência que a categoria consolidou ao longo dos anos em que reinou no país. Aurélio Batista Felix, o gênio que fez de um show com caminhões a maior e mais popular categoria do automobilismo do Brasil. A categoria popular hoje ta na TV paga e não na TV aberta. Os narradores e comentaristas não sabem sequer o nome dos pilotos e não entendem coisa (a interjeição não era bem essa...) nenhuma do que está sendo transmitido porque nunca tinham assistido uma corrida de caminhão na vida. Afastaram o “mundo Truck” do seu público e mesmo visando trazer montadoras de volta, fazer uns HCs “padrão Stock Car”, não poderiam (ou deveriam) deixar de lado a sua massa de fãs. Olha só a Débora Rodrigues, a musa dos Sem Terra, a Capa da Playboy, aquela que levantava a galera nas arquibancadas no desfile dos pilotos, quando fazia uma ultrapassagem ou até mesmo quando ia pra grama com seu caminhão rosa. Hoje ela não ta conseguindo levantar mais nada (bom, ainda deve conseguir levantar o Renato, mas isso não conta). A Truck perdeu a mão! Só posso aplaudir o esforço e o trabalho daqueles que estão aí na luta pra fazer, mas a Truck tem que trazer de volta a sua essência: popular, “caminhoneira”, sertaneja. A Truck é Chitãozinho e Chororó, Milionário e Zé Rico, não é Luan Santana ou Gustavo Lima. Coloquem o caminhão de volta na pista! Felicidades e velocidade, Paulo Alencar |