Alô galera que lê os Nobres do Grid... Salve Jorge! Nesta semana tem Fórmula 1 mas não tem a Fórmula 2, assim, nossa cobertura vai ficar restrita a Fórmula Renault Eurocup e ao USF 2000 nos Estados Unidos onde tivemos uma baixa para esta rodada tripla: Francisco ‘Kiko’ Porto não vai poder disputar a etapa de New Jersey por ter sido diagnosticado com o novo coronavírus em um dos testes de rotina da categoria. Fica aqui o nosso desejo de pronta recuperação para que ele esteja de volta para a etapa final em St. Petersburg. Já o campeonato da categoria escola francesa vai para Barcelona, no muito técnico e muito chato circuito de Barcelona para mais um confronto pelo título da temporada entre o brasileiro Caio Collet e o francês Victor Martins. A temporada da F3 terminou na Itália, em Mugello, mas nesta última semana tivemos treinos pós-temporada e com três brasileiros na pista. No primeiro dia, Enzo Fittipaldi treinou na equipe onde correu nessa temporada, a HWA e após 23 voltas ficou com o 6° melhor tempo. Igor Fraga, que sofreu na Charouz a temporada inteira e treinou com a Hitech, equipe que ia disputar a última etapa, mas a equipe a Charouz vetou. Na estreia na equipe ele marcou o 11° tempo pela manhã e o 6° tempo na parte da tarde, enquanto Enzo, foi o 11°. No segundo dia, tanto na manhã como à tarde Igor Fraga fez o 4° melhor tempo. Enzo Fittipaldi foi o 11° (manhã) e o 12° (tarde). Neste dia tivemos a estreia de Caio Collet, que usando um carro da equipe MP Motorsport fez o 14° tempo pela manhã e o 10° tempo à tarde. Quem sabe teremos três pilotos brasileiros na categoria para 2021. USF2000 Sem a companhia do amigo e, claro, adversário, Kiko Porto, afastado pelo covid19, Eduardo Barrichello encarou mais uma rodada tripla do primeiro degrau do programa Road to Indy, a USF2000, em Nova Jersey. Mantendo a boa performance, Barrichello ficou entre os primeiros nos treinos livres e no classificatório 1, para a corrida do sábado, Eduardo Barrichello superou a todos e marcou a pole position. Três horas depois os pilotos da categoria alinharam para a primeira das corridas desta rodada tripla e Eduardo Barrichello tinha a seu lado o líder do campeonato, Christian Rasmussen. Depois de uma volta de apresentação, os carros se alinharam lado a lado para a largada lançada, como é nos eventos da Fórmula Indy e quando as bandeiras verdes foram agitadas, Barrichello largou muito bem e tomou a ponta na primeira curva, com Rasmussem em 2°. Começou ali uma perseguição de gato e rato, com Eduardo Barrichello tentando se manter livre dos ataques do líder do campeonato. Só que o “rato” parecia estar em vantagem e o piloto brasileiro foi se impondo volta a volta, colocando um décimo ou alguns centésimos volta a volta sobre seu perseguidor, chegando a fazer algumas vezes a volta mais rápida. No final, Barrichello chegou a ter mais de 2s de vantagem para Rasmussen que precisou se defender do 3° colocado, Christian Brooks. Depois da vitória de ponta a ponta, na entrevista, Barrichello dedicou a vitória para Kiko Porto, que não pode correr por ter pego o covid 19. Na manhã do domingo tivemos o treino de classificação para a corrida 2 e desta vez Eduardo Barrichello não conseguiu repetir a performance do dia anterior, tendo que se contentar com a 3ª posição, o que é uma boa posição de largada em um grid onde os tempos que separaram os competidores nos treinos é muito pequeno. Ao meio dia no horário de New Jersey os pilotos foram para a pista encarar a segunda corrida onde eles largam em movimento depois de estarem alinhados dois a dois e tendo percorrido pelo menos uma volta de apresentação. Agitadas as bandeiras verdes o pole, Rasmussen, pulou na ponta e Cameron Shiels, o 2°, manteve sua posição. Eduardo Barrichello largou bem e manteve sua posição após a largada, evitando ataques. Rasmussen se mantinha na ponta, mas não conseguia abrir uma grande diferença. Esta só começou a aumentar quando Barrichello se aproximou de Cameron Shileds e o piloto da DE Force passou a fazer um traçado mais defensivo. O quarto colocado, Michael D’Orlando começou a se aproximar, mas nem Barrichello ou D’Orlando se colocaram em posição de um ataque efetivo. As coisas foram mudando e na segunda metade da prova os 4 primeiros estavam juntos e muito longe dos demais. Enquanto a briga era dura no pelotão de trás, os 4 primeiros seguiam juntos, mas com um ritmo muito próximo. Quem aparecia mais próximo do carro à sua frente era justamente Barrichello, mas nada mudou entre os 4 primeiros e o brasileiro terminou a corrida no 3° lugar. A corrida 3 tem como definição do grid a volta mais rápida da corrida 2 e um surpreendente Nolan Siegel foi o dono desta volta, com os três primeiros da corrida sendo os carros em seguida. Assim, Eduardo Barrichello ficou com a 4ª posição para a última largada do dia. Para complicar a vida dos pilotos, uma chuva fina caía na região, mas sem ser o suficiente para os pilotos. Agitadas as bandeiras verdes, o piloto brasileiro não largou bem e caiu para a o 6° lugar. Isso era um problema uma vez que o traçado de New Jersey se mostrou de difícil ultrapassagem, visto que o pole position, um piloto que não teve bons resultados na temporada, liderava as primeiras voltas sem ser efetivamente atacado pelo líder do campeonato, que venceu. Na terceira volta o líder saiu da pista e a briga entre o 4° e o 5° lugar também foi dar “um passeio na grama”. Rasmussen, que vinha em segundo, se segurou no asfalto e acabou perdendo a posição para Cameron Shields. Melhor para Eduardo Barrichello que subiu para terceiro. O safety car foi para a pista e depois de duas voltas a direção de prova interrompeu a corrida com a bandeira vermelha. Todos os carros foram para os pits. Após 10 minutos de paralisação e com os pilotos mantendo seus pneus slick, os carros voltaram para a pista atrás do safety car, que liberou a pista rapidamente e a disputa foi retomada. A chuva leve continuava caindo e os dois primeiros se afastaram de Barrichello, que também colocou uma vantagem segura para a disputa no pelotão do 4° ao 9°, mas logo Josh Green veio pra cima de Barrichello e tomou a 3ª posição. Barrichello passou a ser duramente atacado Prescott Campbell, numa disputa da 4ª a 6ª posição. Bastaram duas voltas para que Campbell e Brichacek passassem o brasileiro que caiu para 6°. A pista traiçoeira vez Brichacek “passear na grama” e Barrichello recuperou a P5, mas não conseguia andar rápido e segurava um pelotão do 5° ao 8° faltando 7 voltas para o final. Logo foi superado por Kyle Dupell passava a ter uma fila que ia até o 11° atrás de si. Sem encontrar um bom ritmo, Barrichello terminou a corrida de fechamento do final de semana em 7°. A nova vitória de Christian Rasmussen deu ao dinamarquês o título da temporada por antecipação. Barrichello subiu na classificação para o 2° lugar no campeonato com 306 pontos, faltando uma rodada dupla em St. Petersburg para o fim do campeonato. Fórmula Renault Eurocup A categoria escola da montadora francesa atravessou a fronteira com a Espanha e seguiu rumo à Barcelona para mais uma rodada dupla. A programação do canal da Renault no youtube a princípio não disponibilizava as imagens do treino classificatório para a corrida do sábado, o que não fez com que eu ligasse o despertador. E me preparasse psicologicamente para navegar naquele site horrível que eles tem para buscar as informações sobre o que aconteceu. Na manhã do sábado, surpresa! Estava lá o treino para assistir em VT. Sorte nossa, 20 minutos de treino para comentarmos. Tivemos mais uma duríssima batalha entre Caio Collet e Victor Martins pela pole position. O brasileiro tentou superar o seu adversário por todos os meios, mas o piloto francês conseguiu mais uma vez vencer essa batalha inicial. Algumas horas depois, todo o cenário mudou para a corrida com a chuva que caiu e encharcou a pista. Neste caso, largar na parte com menos borracha da segunda posição poderia ser uma melhor condição de tração para Caio Collet, mas apagadas as luzes vermelhas Collet fez uma largada “à lá Senna em Suzuka 1988” e caiu para a 8ª posição, sendo engolido por metade do grid. O piloto brasileiro tinha agora 30 minutos mais uma volta para se recuperar do prejuízo e tentar escalar o pelotão para chegar, ao menos, na segunda posição. Martins abriu 2s só na primeira volta enquanto Caio Collet recuperou uma posição, passando em 7°. Na volta seguinte, conseguiu ganhar mais uma posição e os três carros à sua frente não estavam longe. Duas voltas depois ele superava seu companheiro de equipe, Hadrien. David e assumia a 5ª posição e se aproximava rápido de Greg Saucy, que não resistiu sequer duas voltas à sensacional recuperação que Collet vinha fazendo. O líder já tinha mais de 11s de vantagem sobre o pelotão do 2° ao 6° e na volta seguinte Ugo de Wide também foi superado e ele já estava no pódio, tendo à sua frente o argentino Franco Colapinto. Com as disputas de Collet, Colapinto conseguiu fugir 1.5s do 3° colocado quando Collet assumiu a posição. Ainda tendo 13 minutos + 1 volta, A possibilidade de recuperar o segundo lugar era total e Collet tirou a diferença em apenas 1 volta e no mesmo ponto onde superou todos os outros pilotos do pelotão, assumiu o 2° lugar faltando pouco mais de 9 minutos e abriu do pelotão. Contudo, a diferença para o líder era de mais de 17s. Só um safety car poderia mudar totalmente o cenário uma vez que o ritmo de corrida dos dois era praticamente o mesmo depois que Collet teve a pista livre. As outras opções eram um problema mecânico ou um erro de Martins. Como nenhuma delas aconteceu, Caio Collet teve que se contentar por conseguir recuperar sua posição de grid e tentar, na corrida 2, inverter a desvantagem. No domingo o cenário era bem diferente do dia anterior, com a pista seca e o dia ensolarado, apesar da temperatura não estar alta como normalmente se encontra nas corridas nessa região, pelo contrario, fazia frio. Eram 20 minutos para definir a pole position e os pilotos se revezavam com a volta mais rápida, tentando colocar os pneus na temperatura correta e, no minuto final, quando tinha a P3, Collet fez sua tentativa final para buscar a pole, mas não conseguiu melhorar e ainda foi superado por Franco Colapinto e Paul Aron, tendo que largar em 4°. Na parte da tarde, na corrida, o sol brilhava forte na Catalunha, apesar da temperatura baixa. Por conta do problema com Petr Ptecek, foi necessária uma nova volta de apresentação e com isso reduziram a corrida de 30 para 28 minutos, +1 volta. Apagadas as luzes vermelhas, Collet largou de forma brilhante, assumiu a P2 e atacou Martins na primeira curva, por pouco não tomando a ponta. A mudança de trajetória na primeira curva deu chance para Martins abrir uma vantagem de 1.5s no final da primeira volta, enquanto Colapinto tentava se aproximar do piloto brasileiro. O francês estava com o carro bem acertado e foi abrindo de Collet volta a volta enquanto Caio abria de Franco Colapinto, não sendo ameaçado em sua segunda posição. Na metade da corrida o líder já tinha 5s de frente. Só uma coisa extra prova poderia mudar as coisas e faltando 4 minutos, em um acidente onde Ugo de Wide ficou parado na caixa de brita na saída da curva 1 fez com que o safety car viesse para a pista. O problema é que era muito pouco tempo para uma relargada e a corrida ficou na dependência de uma única volta no que seria uma relargada sinistra. Martins foi inteligente e evitou o ataque de Collet, que era duramente atacado por Colapinto, mas nada mudou entre os 3 primeiros até a bandeira quadriculada. Com os resultados deste final de semana Caio Collet passou a ter 16 pontos de desvantagem na disputa pelo título (226x210), mas ainda temos 4 rodadas duplas até o final do campeonato. E assim concluímos assim mais um desafio, acompanhando duas categorias, com brasileiros buscando uma oportunidade de crescer no automobilismo internacional em dois continentes e vamos continuar tentando manter o compromisso da coluna semanal. Kiko Porto, melhoras e pronta recuperação. Um abraço a todos, Genilson Santos
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