Olá pessoal que acompanha o site dos Nobres do Grid, Algum tempo atrás um leitor do nosso site fez um interessante questionamento sobre sistemas de retorno de vapores de hidrocarbonetos nos postos de combustível, não só durante o abastecimento dos nossos veículos nas bombas de combustível, mas também na hora que os caminhões de combustível vem transferir suas cargas para os tanques dos postos. No segundo caso, o volume de combustível – e consequentemente de vapor de hidrocarboneto – é imensamente maior do que aquele que vemos (na verdade, não vemos) ser liberado na hora que abastecemos nossos carros. Isso é algo que gera muito mais riscos em um posto de combustíveis e por décadas não foram levados em consideração. Aprofundei as pesquisas nesta área e existe tecnologia, especialmente nas construções mecânicas e tecnológicas nos caminhões tanque para evitar que aconteça a dispersão de vapores na atmosfera. Os combustíveis evaporam durante os processos de carga de caminhões-tanque nas distribuidoras, durante o reabastecimento dos reservatórios dos postos de combustível e durante o abastecimento dos veículos. Os trabalhadores e a população vizinha expostos permanentemente a estas substâncias ficam sujeitos ao agravamento de doenças respiratórias. Dentre as centenas de substâncias voláteis e nocivas à saúde, destaca-se o benzeno. Além da elevada toxicidade, sua presença na gasolina torna sua exposição muito frequente. Em virtude disso o controle regulatório vem sendo mais austero, especialmente para o setor de distribuição de combustíveis. Para os revendedores de combustíveis todos estes riscos se traduzem em perda de tempo por afastamentos, adoecimentos, ações trabalhistas, pesadas indenizações, reclamações da comunidade, prêmio de seguros elevados e suspensão ou perda de licença ambiental, além da óbvia perda econômica com o produto que se evapora para o ambiente. Estima-se que o setor de distribuição de combustível perde – entre o caminhão tanque e o veículo reabastecido – um total superior a 0,5% do volume movimentado. Métodos de Recuperação de Vapores Existem vários métodos, técnicas e equipamentos disponíveis para minimizar a evaporação e recuperar vapores de combustível. Não existe uma tecnologia perfeitamente apropriada e a seleção é uma questão estratégica, que deve levar em consideração as condições de uso e recursos disponíveis, além da natureza, concentração e local onde ocorre a evaporação, pois cada método ou equipamento é mais adequado a uma fase da cadeia de produção, transporte, comercialização e consumo. Nessas tecnologias de recuperação de vapores para este segmento, as mesmas são conhecidas internacionalmente como Estágio 1 e Estágio 2. O Estágio 1 é um sistema de recuperação de vapores que atua no processo de transferência do produto do caminhão-tanque para o reservatório subterrâneo do posto de abastecimento, coletando o vapor gerado internamente nesses reservatórios e devolvendo-o ao estado líquido para dentro do próprio reservatório, evitando assim que o vapor escape para atmosfera. Este sistema é capaz de reduzir as emissões de vapores em até 95%. A Unidade deve, obrigatoriamente, ser instalada em área segura, distante de locais que ofereçam risco de incêndio. Em um sistema típico de Estágio I, o motorista do transporte de gasolina conecta duas mangueiras entre o caminhão de entrega e o tanque de armazenamento para o qual a entrega está sendo feita. A gasolina do caminhão flui por uma mangueira para o tanque de armazenamento. Os vapores deslocados, empurrados para fora do tanque de armazenamento pelo líquido ascendente, fluem para a segunda mangueira. Esses vapores são puxados para o compartimento do tanque de armazenamento no veículo de entrega pelo vácuo criado como resultado do esvaziamento do produto do compartimento. Após o término das entregas de gasolina, o motorista retorna ao terminal. Lá, os vapores de gasolina que foram coletados em seus compartimentos de caminhão são removidos quando o caminhão é reabastecido com o produto. Alguns podem ser incinerados. A maioria, entretanto, é processada por compressão, adsorção ou refrigeração. Nesse processo, a maioria dos vapores é convertida de volta ao estado de gasolina líquida e devolvida ao armazenamento. Mais importante, entretanto, é o fato de que o uso de sistemas de Estágio I evita que os vapores deslocados durante o enchimento dos tanques de armazenamento escapem para a atmosfera. O Estágio 2 é instalado nos tanques e nas bombas de abastecimento do posto e coleta os vapores emitidos durante o abastecimento de veículos, devolvendo-os ao estado líquido e direcionando-os, posteriormente, aos reservatórios do próprio posto, sendo capaz de reduzir as emissões de vapores em até 75%. No Estágio 2, a captura dos vapores ocorre através do bocal da bomba. Um bico de enchimento especial é instalado no lugar do convencional. Esse bico possui um orifício conectado a uma mangueira coaxial. Pelo orifício os vapores resultantes do enchimento do tanque do veículo são conduzidos ao tanque subterrâneo, onde o processo de recuperação dos COV ocorre exatamente como explicado na Fase 1. Em áreas onde a poluição do ar é grave, os regulamentos ambientais exigem o uso de sistemas de recuperação de vapor de gasolina Estágio II. Esses sistemas são chamados de Estágio II porque tratam da segunda fase na captura de vapores em um posto de gasolina. Os vapores da gasolina se acumulam nos tanques dos automóveis e caminhões, acima do nível do líquido. Quando os tanques estão cheios, o líquido ascendente força esses vapores a buscar uma rota de fuga. Quando um bico convencional é usado, os vapores deslocados fluem ao redor do bico e no ar. Quando milhares de veículos são reabastecidos, em uma área urbana, os vapores que escapam aumentam significativamente a poluição do ar da região. Existem dois tipos básicos de sistemas do Estágio II. Um é o sistema de equilíbrio, que transfere os vapores do tanque do veículo para o tanque da estação sem o auxílio de uma força externa, como o vácuo. O segundo tipo é um sistema que depende de uma fonte de vácuo para ajudar a mover os vapores do tanque do veículo para o tanque de armazenamento. Um recurso importante no sistema de equilíbrio é um bico de mangueira que faz uma conexão firme com o tubo de enchimento do tanque de combustível do veículo. O bico do bico é equipado com um fole semelhante a um acordeão que se encaixa perfeitamente na borda do tubo de enchimento. Os sistemas de equilíbrio são projetados com controles que evitam que o combustível flua para o tanque do veículo, a menos que haja uma conexão estreita entre o fole do bico e o tubo de enchimento. Para melhorar a eficiência e conveniência dos sistemas de Estágio II, muitas vezes é considerado desejável auxiliar na transferência de vapores. Isso é feito através do uso de um vácuo. Os sistemas de vácuo são de dois tipos: sistemas assistidos por vácuo e sistemas assistidos por aspirador. Embora o uso de sistemas de vácuo geralmente seja opcional em conjunto com tanques de armazenamento subterrâneo, tais sistemas são necessários em instalações onde tanques acima do solo são instalados. Os vapores deslocados do tanque ddo veículo não fluirão "para cima", para o armazenamento acima do solo. Nos Estados Unidos e Canadá ainda existe um alto percentual de postos que não tem este tipo de bomba tecnológica do Estagio 2, mas as frota de caminhões de abastecimento não só tem os equipamentos para o retorno do vapor de combustíveis para seu interior quando transferem combustível para eles como tem motoristas treinados para operar os equipamentos e agir em casos de emergência. No Brasil, tenho ciência de que há treinamento para os profissionais de transporte, mas mesmo nas capitais, não há uma quantidade considerável de postos preparados para operar dentro dos estágios 1 e 2 de recuperação de vapor de combustível. Muito axé pra todo mundo, Maria da Graça |