E aê Galera... agora é comigo! A gente tem que bater palmas para quem faz as coisas do jeito certo e neste final de semana tivemos duas demonstrações de que trabalho sério e competência pode fazer do automobilismo um negócio com retorno para que o promove, para quem usa os carros para promover suas marcas e mesmo com essa praga (o adjetivo não era bem esse...) de coronavírus, eles estão conseguindo tirar leite de pedra. Falo de Dener Pires e Roberto Santos, os responsáveis pela Porsche Cup e pelo Mercedes Benz Challenge, respectivamente, que nesse final de semana promoveram dois grandes espetáculos em Goiânia e Interlagos. Foram três grandes corridas (uma de longa duração e duas de curta duração), com emoção – algumas inacreditáveis – das primeiras as últimas voltas. No sábado, acompanhado de uma dobradinha maravilhosa feita pela patroa, pude assistir uma grande corrida de endurance, a segunda das três corridas de 300 km onde os pilotos que correm os campeonatos de corridas “sprint” podem convidar pilotos de outras categorias para formar a dupla. Com isso, o grid recebe pilotos das principais categorias do Brasil e pilotos que tem destaque pelo mundo. Foi uma corrida sensacional, desde a largada, quando Nelsinho Piquet tomou a ponta, deixando Pedro Aguiar e Werner Neugbauer disputando a 2ª posição. A corrida poderia ter ainda mais disputa não fosse o abandono precoce de Betinho Gresse (deixando Miguel Paludo lamentando nos boxes) na 2ª de 79 voltas. Mas quem ficou na pista não decepcionou o público na TV e na internet. Apesar da vitória, pra lá de merecida da jovem dupla Pedro Aguiar/Guilherme Salas, meu momento foi a disputa porta a porta (mas com muito respeito de lado a lado) entre Lucas Di Grassi e Felipe Massa nas voltas finais da corrida, brigando pela 3ª posição. Il macarroni tinha largado em 17° e com o carro reserva para incomodar o campeão da F-E e conseguiu atacar o piloto da Audi, fazendo até mesmo uma descida da reta lado a lado, pra tomar a ponta e mesmo levando o troco na volta seguinte, a disputa valeu as mais de 2 horas diante da TV (mas também com o laptop no youtube, o que eu explico depois). Não faltou emoção na corrida, mas a disputa das voltas finais entre Di Grassi e Massa foi de fazer a gente levantar da cadeira. Alceu Feldmann e Thiago Camilo tinham uma ótima estratégia, mas os garotos do carro 20 estavam velozes e imparáveis. Garantindo a ponta depois da última parada nos boxes, voltando na liderança e segurando a vantagem. Completando o pódio ficaram Werner Neugebauer e Ricardo Zonta. Uma coisa que só a Porsche Cup talvez consiga proporcionar foi ver dois Nelsons – o Marcondes e o Monteiro – que disputam acirradamente o campeonato na categoria das corridas sprint, juntaram forças e correram juntos! Em São Paulo, com uma pista perigosamente úmida, sem estar molhada e com uns pingos de chuva caindo de vez em quando em alguns lugares, tivemos nesse final de semana o maior grid em muito tempo no Mercedes Chellenge. A categoria começou o ano com 21 carros e alinharam 30 neste último final de semana, uma prova da força da categoria, com a união daqueles que não a deixaram morrer. Mas teve gente que quase morreu do coração nas duas corridas da categoria. Na primeira delas, o Cearense Adriano Rabelo andou colado no gaúcho Fernando Junior por praticamente metade da corrida e, na última volta, depois da última curva, nos últimos metros, colocou de lado, saindo do vácuo para ganhar a corrida com 5 milésimos de diferença. Espetacular! A corrida 1 teve uma chegada daquelas que só se vê nos ovais da NASCAR. Simplesmente sensacional. Na segunda corrida as emoções continuaram, mas teve mais coisa estranha pra temperar a maturada que eu estava pilotando na churrasqueira. Depois de trocarem temporariamente seus enormes caminhões por dois modelos CLA45 AMG, na segunda volta da corrida, os pilotos dos brutos trocaram as tintas no final da reta dos boxes, protagonizando um acidente espetacular, que destruiu os dois carros e boa parte da barreira de pneus. A equipe de trabalho mandou muito bem, fez uma recuperação em tempo recorde e em cerca de 15 minutos a barreira estava recuperada, mesmo tomando metade do tempo da corrida, os carros da estrela das 3 pontas puderam voltar a acelerar até que o inacreditável aconteceu. Apareceu na curva do café um Mini Cooper, do nada (na verdade, o carro subiu pela antiga junção) e foi parar na pista, o que fez o diretor de prova acionar a bandeira amarela e colocar o safety car de volta na pista para retirar o carro de passeio (que tinha uma piloto de arrancada, evento que acontece no antigo retão) da pista. Na parte final, Cesar Fonseca garantiu a vitória, 325 milésimos à frente de Adriano Rabelo, que não conseguiu reeditar a espetacular manobra no final da corrida 1. Sessão Rivotril. Seguindo meu mestre inspirador, está na hora de receitar as pílulas da semana. - Assisti a corrida da Porsche em dose dupla. Na TV, rindo com as derrapadas da dupla Will Robinson e Dr. Smith. Na internet, com o ótimo Luc Monteiro e o quase Brastemp Tiago Mendonça. Quanta diferença. O promotor podia negociar com a TV pra colocarem sua narração no pacote... - Uma pessoa pra fazer algum trabalho deveria (em tese) saber o que fazer, estar preparado pra fazer o que tem que fazer. Ficar chamando piloto pelo nome errado na transmissão é falta de respeito com o piloto, mas se o canal de TV tem narrador de futebol que chama Gasly de Gascoine e o cara continua narrando, Will Robinson chamar o Guilherme Salas de Guilherme “Salles” não é nada... - A galera que gosta aqui da Sessão Rivotril me deu a letra pelo Facebook que o comentarista da transmissão da Porsche pela internet é GENRO do Matusaleme!!! Isso é que é Q.I. mas o cara não decepciona e não fica passando receita de biscoito de polvilho no meio da corrida. - Assistindo o Mercedes Challenge pela internet, novamente com o Luc Monteiro na narração (preciso arranjar um apelido pra ele) e uma surpresa: meu “assessor de imprensa favorito” foi o comentarista. Foi melhor que o “genro do homem”. Devia pensar em mudar de área. - Não se pode elogiar... depois da F1 (onde não faltaram xingamentos e postagens com aquele “fundo marrom” no Facebook para o narrador de futebol) fui ver a corrida no domingo do Mercedes Challenge na TV. Eles passaram um compacto da corrida 1 e a corrida 2 ao vivo. Aí o “comentarista-assessor” manda um spoiler sobre o abandono do líder da corrida 1 minuto antes do fato? Não se pode elogiar... Se na narração da Porsche tem "Perdidos no Espaço", na corrida do MB Challenge tem "perdidos na pista"... - O que foi aquilo daquele carro de rua entrar na pista? Minhas gargalhadas ecoaram num raio de 3 km (no mínimo)! No dia seguinte fiquei sabendo que o motorista é uma mulher, piloto federado na FASP. Não tem como dizer que ela “não sabia onde estava”... o melhor foi o nível de consciência dela quando encostou no lado externo da curva do café: ela ligou o pisca (DO CARRO)! HUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUAHUA. Mais uma para os urubus dizerem que “é culpa da CBA”. Felicidades e velocidade, Paulo Alencar Todas as imagens desta coluna são reprodução do youtube. |