E aê Galera... agora é comigo! Vou ser obrigado a falar de um assunto bem desagradável: mais um piloto morreu em corrida de motovelocidade em Interlagos. Ver gente morrer na pista ou em consequência de um acidente é algo que não deixa ninguém feliz. Pelo contrário. Todos nós sabemos que, tem pontos em Interlagos onde o risco de acidente com consequências sérias é muito grande como a subida do café e a saída do “S da Sadia”, mas os caras correm em Londrina, onde o perigo é muito maior! Eu vi o vídeo do acidente e coloquei nas minhas redes sociais: Se o piloto tivesse feito o que Maverick Viñales fez na Áustria (outro circuito onde corridas de moto são um perigo enorme), ele estaria vivo! Para lembrar aos esquecidos, a Yamaha do espanhol apresentou um problema de freio e o piloto largou a moto no final da reta, indo ralar no asfalto e deixando a moto bater sozinha na barreira de segurança. No caso de Interlagos, o piloto atravessou um trecho de grama montado na moto, tentando Pará-la, antes de bater no guard rail. Nessas horas aparece um monte de “entendidos” (o adjetivo não era bem esse...) pra criticar a organização, o autódromo, a CBM (só faltou colocarem a CBA na história). Mas vamos falar de velocidade. Pinhais (o autódromo é em Pinhais, não em Curitiba) foi palco de 7 corridas neste final de semana: três da Stock Car, duas da Copa Truck e duas da Copa HB20. Se no coração de todos o nome do final de semana foi o de Amadeu Rodrigues, no asfalto da pista paranaense o nome foi Thiago Camilo. Depois de passar 7 etapas da temporada comendo poeira do companheiro de equipe, o gaúcho Cesar Ramos, o piloto paulista foi o grande vencedor do final de semana, com duas vitórias, a da corrida solitária no sábado e a da corrida 1 no domingo, além de 7° lugar na corrida 2, sendo o maior pontuador no somatório das três corridas. Ele não só superou seu companheiro de equipe como, pela combinação de resultados, deu um salto na tabela de classificação, abrindo uma importante vantagem sobre uma briga muito embolada envolvendo 5 pilotos separados por apenas 8 pontos. Thiago Camilo tem uma enorme quantidade de vitórias, várias “Corridas do Milhão” no currículo, mas o título da categoria ainda não chegou, apesar de ter “batido na trave” algumas vezes. Este ano, com a possibilidade dos descartes – uma mudança no regulamento para equilibrar a disputa antes da final em Interlagos, que terá pontuação dobrada – promete deixar a disputa ainda maior. Como a equipe parece ter achado o caminho para o acerto de seus carros, Camilo pode ter a grande chance de sua vida em dezembro. A equipe da família Mattheis, com sede em Petrópolis RJ, fez barba, cabelo e bigode no final de semana, com o piloto paranaense Gabriel Casagrande vencendo a corrida 2 e se aproximando do “pelotão” que disputa a segunda colocação no campeonato. Como o critério dos descartes aproxima todos os competidores, o piloto da R. Mattheis pode continuar pensando no campeonato. Em todo caso, é bom terem cuidado com o tricampeão Daniel Serra. O Piloto da RC-Eurofarma juntou-se a pelotão (onde já estava seu companheiro, Ricardo Maurício) da briga pela P2 e tem corridas para descartar, o que vai favorecê-lo se ele pontuar bem em Goiânia daqui duas semanas, onde teremos três corridas novamente. Resumindo: tá tudo aberto! Terminada a etapa da Stock, foi a vez de botarem os brutos na pista e ser feita a disputa do fechamento da terceira copa. Mais uma vez a disputa ficou polarizada entre os VW da RM Competições e os Mercedes da AM Motorsports, com Wellington Cirino fazendo a pole position para a corrida 1, mas colocando tudo a perder com uma queima de radar depois de segurar a liderança na largada. Melhor para Beto Monteiro, que assumiu a ponta para não mais perder até a bandeira quadriculada. Na corrida 2, com os 8 primeiros em posição invertida no grid, o pernambucano se deu mal ao levar um toque e ficar ao contrário na pista depois da chicane do final da reta. Monteiro ainda conseguiu fazer uma boa corrida de recuperação, chegando ao 3° lugar, mas isso não tirou de Valdeno Brito o primeiro lugar na Copa e a classificação para a final em Interlagos. Quem também se classificou para a final foi Danilo Dirani, que não começou o campeonato na primeira etapa, mas que mostrou está com um caminhão bastante competitivo. O programa de competições foi concluído com a Cola HB20, que levou 32 carros para Curitiba e tem reunido bons nomes na categoria PRO, com alguns ex-pilotos da Stock Car, o que eleva o nível da competição. Um bom exemplo disso foi a disputa na corrida do sábado, onde Bruno Testa, Thiago Riberi e Raphael Abate ficaram separados por apenas 1s e em uma corrida sem maiores incidentes. Como nunca dá pra comemorar, no domingo foi “vale tudo” e o safety car precisou ir pra pista três vezes. Dessa vez a diferença entre os três primeiros foi ainda menor – menos de 7 décimos – para separar Diego Ramos, Kleber Eletric e André Bragantini, garantindo uma transmissão ainda melhor para aquela que é a melhor dupla – na minha opinião – para o esporte a motor na TV: Luc Monteiro e Pedro Pimenta. Com essa rodada dupla a disputa pelo título ficou mais para Diego Ramos e Raphael Abate, que abriram uma boa diferença para os demais concorrentes. Fora do circuito dos grandes holofotes, mas onde os motores gritam alto, tivemos as 6 Horas de Guaporé, numa pista que se não tem mais como receber as grandes categorias nacionais pelos critérios de segurança padrão FIA que a CBA veio implementando nesses últimos 4 anos, é um autódromo onde a emoção será sempre garantida e com um grid de 38 carros, indo desde carros da GT3 até fusquinhas preparados, seria uma grande e democrática corrida. Assisti através do link ds amigos da High Speed TV, de São Paulo, do bom amigo de rede social, Pedro Rodrigo, uma corrida muito movimentada, com boas disputas e a insana superação dos retardatários. o Sonic Stock V8 #17 de André Senger/Beto Giacomello/Luciano Mottin conseguiu tomar a ponta, seguido pelo pole position, o Aldee #118, que vacilou na largada, mas saiu à caça para recuperar a posição e os dois protagonizaram uma disputa de corrida de 30 minutos! O Aldee eram melhor de curvas, mas o Sonic escapava nas retas. Foi numa negociação com os retardatários que o Aldee recuperou a liderança. Quando tudo já parecia bem encaminhado, e os líderes já tinham duas voltas de vantagem, um problema mecânico no Aldee deixou a liderança para a Mercedes CLA 45 #81 de Arthur Caleffi/Fernando Bianchessi/Fernando Poeta. A vitória estava nas mãos do trio, mas ao cumprir a janela obrigatória com tempo menor que o obrigatório por apenas poucos décimos de segundo, a Mercedes #81 foi penalizada com a perda de duas voltas mais um segundo. Assim, a liderança voltou para o Sonic #17 que seguiu para a quadriculada. Sessão Rivotril. Seguindo meu mestre inspirador, está na hora de receitar as pílulas da semana. - Pelo visto o pessoal da organização da Stock Car e da Copa Truck estão lendo minhas colunas. Dessa vez a categoria dos caminhões teve direito a boxes de frente para o pit lane, de frente para as câmeras de TV, como deve ser. Se a apresentação dos boxes estava mais simples, isso é por conta do aperto de grana que estão passando. Continuarei de olho... - O tradutor tá se esforçando para fazer comentários mais pertinentes nas corridas de caminhão (onde ele é um peixe fora d’água), mas ainda precisa aprender mais sobre regulamentos – tanto técnicos como desportivos. - Aê, tradutor, se liga nessa parada: você sabia que tem na FIA uma comissão para corridas de caminhões? Pois é... tem! Nas corridas na Europa os caminhões não podem passar de 160 km/h (o motor ‘corta’ quando essa velocidade é atingida). No Brasil o “radar de reta” foi uma forma mais barata que se encontrou para ter o mesmo controle nos pontos mais velozes. - Vamos acordar, galera... corrida de caminhão com fumaça zero? Só se voltar o catalisador, que ajudava um monte a estourar turbinas. Will Robinson, a “tentativa de explicação” ficou pior do que a largada da ‘muié do dono’, que gerou um engavetamento no começo da corrida 1. - Aê emissora da transmissão, vamos orientar melhor o estagiário da legenda... o nome do Pivetta apareceu 3 vezes no grid da corrida 2. - Parece que o Hermano acertou a altura da grelha pra parar de queimar os bifes de chorizo. Foi 4° na corrida do sábado enfiando o espeto no companheiro de equipe badalado. Problema foi no domingo em que um espírito de porco salgou o assado de tiras, chutou a base da grelha e estragou a vida do Hermano. - Tentando explicar as mudanças do escapamento, descobri que o Dr. Smith não sabe direito a diferença entre esquerda e direita... alguém arranja pra ele uma luva de cada cor como deram para o Mansell na Ferrari em 1989. HUAHUAHUAHUA. - Felicidade poder ver o Renato Martins de volta ao grid. Acelera, Véio! Você ainda tem muito Diesel pra queimar. - Aê assessoria da Truck. Segunda-feira, 18:30 horas, e cadê as fotos do domingo no site? Vamos trabalhar? Aposto que não falta gente querendo teu lugar. - De arrepiar a emoção e as homenagens para Amadeu Rodrigues. Parabéns a todos. Até o Ogro ficou com os olhos cheios d’água. Felicidades e velocidade, Paulo Alencar |