Caros amigos, está chegando a hora do maior evento esportivo do planeta... e que nada tem a ver com o automobilismo: a copa do mundo. Contudo, como o automobilismo é feito por pessoas, estas também o usam para expressar sua torcida (exceto os americanos, que nem sabem quem é Michael Schumacher), os olhos do mundo estarão voltados por 30 dias para a África do Sul, país onde se localizava o espetacular circuito de Kayalami, mutilado e perdido como o nosso querido Interlagos, que completou 70 anos de existência este mês e um coquetel para alguns felizardos e muitos dos que escreveram as páginas da história daquele autódromo. No automobilismo americano, a NASCAR, com suas 36 etapas ainda tem corrida extra, acreditem! Entre a prova de Dover (dia 16) e Charlotte (dia 30) a “All Star Race” acontece no dia 22, no próprio oval de Charlotte. A prova, no dia 30, é a mais longa da temporada, com 600 milhas e acontece no mesmo dia das famosas 500 milhas de Indianápolis e sobre a qual comentaremos no mês que vem. Na NASCAR, em Darlington, o tetracampeão Jimmy Johnson foi "acertado" e vem cumprindo uma sequência de maus resultados. Na segunda prova de maio, o tetracampeão Jimmy Johnson sofreu acidente... bom, um abalroamento simplesmente “NASCAR” na prova de Darlington. A.J Almendinger. Maio tem sido um mês difícil para o campeão e ele, mesmo ainda estando entre os 10 melhores classificados, já não é mais o líder do campeonato, agora ponteado por (Kevin Harvick), mesmo depois do resultado da prova de Charlotte. Na Indy, o grande evento é – como sempre – as 500 milhas de Indianápolis. Este ano eles mudaram o formato dos treinos, com menos dias (diminuíram de 3 para apenas 1 semana de treinos) e voltas na pista e menos consumo de combustível, além de terem criado um “Q2”, com os 9 melhores colocados na primeira rodada de voltas rápidas. O “time” dos brasileiros tentando classificar-se na prova milionária teve o reforço de Bruno Junqueira e de Bia Figueiredo entre os inscritos. No sábado do “Pole Day”, Helio Castro Neves detonou a concorrência, marcando a pole, com Will Power fazendo o segundo melhor tempo. A Penske só não fechou a primeira fila porque Dario Franchitti da Ganassi marcou o terceiro tempo, deixando Ryan Briscoe com o quarto. Apesar do domínio de Helio Castro Neves e da Penske nos treinos, na corrida, foi a Ganassi de Dario Franchitti que deu as cartas. Vitor Meira, Tony Kanaan e Bruno Junqueira tiveram problemas e abortaram a classificação, deixando para domingo a última chance de alinhar para a prova. Os brasileiros Raphael Matos e Mario Moraes largam em 12º e 13º. Entre as mulheres, a nossa foi mais veloz que as outras: Bia Figueiredo larga em 21º, a frente de Simona de Silvestro eDanica Patrick. Bia foi o calouro melhor colocado para a largada. No domingo, no “Bump Day”, Tony Kanaan, que acertou todos os carros de sua equipe para a classificação teve um problema e bateu pela manhã, levando a equipe a um esforço enorme para colocar o carro reserva em condições de correr. Conseguiram! O Brasil teve uma esquadra de 8 pilotos entre os 33 classificados para a corrida. A corrida teve o domínio praticamente total do escocês Dario Franchitti, da Ganassi. Helio Castro Neves e a Penske cometeram alguns pequenos erros... mas pequenos erros não costumam ser perdoados. O cockpit do carro da Fórmula Indy provou ser realmente "a prova de choque". A sequência acima mostra tudo! Por um momento quase foi possível acreditar no imponderável: Tony Kanaan, largando do último lugar, esteve por diversas voltas em segundo... mas o líder era Franchitti e aquele domingo parecia ser o dia dele. No final, um acidente daqueles que só os americanos e seus ovais conseguem produzir fizeram com que a corrida terminasse em bandeira amarela. O toque de rodas entre Mike Conway e Ryan Hunter-Reay foi daqueles acidentes que levantam os espectadores dos assentos e prende respirações. O incrível, com toda aquela cena, é que o piloto inglês teve apenas uma fratura na perna esquerda e uma luxação nas costelas... Impressionante! Nos campeonatos de carros de turismo, duas etapas ocorreram em maio (Silverstone e Brno) e o campeonato vem mostrando o equilíbrio e as disputas que a Fórmula 1 tanto busca e não consegue. O acidente na Copa Lamborghini em Brno mostrou que nem sempre a boa vontade é suficiente para atender uma emergência. Nesta que é a maior categoria de carros esporte, também temos brasileiro na pista, com Enrique Bernoldi correndo ao lado do português Miguel Ramos, com um Maserati MC12 e uma dupla 100% nacional, formada por Ricardo Zonta e Rafael Daniel, conduzindo um Lamborghini Murciélago. Numa das corridas do programa, a Copa Lamborghini, um acidente impressionante com o piloto Giorgio Bartocci. Apesar das imagens impressionantes, o piloto está em uma condição de saúde estável, apesar de ter ficado alguns dias na UTI do hospital de Brno e depois ser transferido para a Itália. Os bombeiros e socorristas agiram rapidamente, mas o extintores portáteis pouco puderam fazer ante o volume das chamas. A tragédia foi evitada, mas o piloto sofreu diversas fraturas e queimaduras pelo corpo. O piloto, envolto em chamas, salvou-se por milagre. Após um período na UTI em Brno, estará sendo transferido para a Itália. Ao final de 3 etapas a liderança é de Romain Grojean e Thomas Mutsch, que venceram em Brno com seu Ford Matech. Enrique Bernoldi foi o sexto colocado e a dupla de brasileiros que disputa a Stock Cars preferiu correr no Brasil. A próxima prova será apenas em julho, no dia 4 em Paul Ricard, na França. Em terras tupiniquins, o GT Brasil também realizou 3 de suas 8 etapas programadas e os Ford GT dominaram as provas, apesar das poles conquistadas por Ferrari e Lamborghini. O final de semana foi de Valdeno Brito e Mateus Stumpf, que agora lideram o campeonato. A terceira etapa da GTBrasil conseguiu levar um bom público a Interlagos, e este não se decepcionou com as disputas. O ponto positivo da etapa foi, sem dúvida, a presença de público nas arquibancadas... tudo bem que, para o que a categoria merece, o público ainda foi pequeno. Contudo, em comparação com as duas primeiras etapas, houve um crescimento considerável. Segundo os organizadores, mais de 10 mil pessoas. Os votos de que esta categoria se consolide é geral e tanto os pilotos, equipes, organizadores e patrocinadores merecem. O ponto negativo foi o término da segunda etapa ter sido em bandeira amarela devido ao acidente entre Pedro Queirolo e Marcos Gomes, principalmente pelo desfecho do enrosco entre os dois pilotos quando Queirolo, com o seu Viper mais danificado, acertou a roda traseira direita do Ford GT de Marcos Gomes (doeu ver os carros destruídos) e, além de espalhar detritos e óleo na pista, impediu o fim da prova como deveria ser. No final da etapa, mais uma vez os Ford GT 40 mostraram força e conquistaram a vitória... mas não foi fácil! Agora em junho teremos a mais importante prova de carros de esporte protótipos do calendário: as 24 horas de Lemans, entre 12 e 13 de junho. Além dos carros FIA GT1, os FIA GT2 também disputam a corrida, categoria onde temos o brasileiro Jaime Melo Jr. A Stock Cars, a exemplo do que fez a Fórmula Truck no mês passado, levou um bom público, com mais de 30 mil pessoas (segundo a organização) indo ao meio e moribundo autódromo de Jacarepaguá no último dia 23. Se a programação fosse como a da Truck, com um “crescente” na expectativa e com o “gran finale” sendo a categoria principal, por volta das 14 horas, o público poderia ser maior. As “algemas contratuais” de uma transmissão pela TV que não existe, impedem que a corrida aconteça num horário mais apropriado. Felizmente – pelo menos para alguns – um dos canais por assinatura transmite a prova e assim estes puderam assistir uma ótima corrida. A prova da Stock Cars no Rio de Janeiro foi disputadíssima, e o vencedor só se definiu nas últimas curvas para delírio do público. A largada aconteceu sem maiores problemas e o maior adversário dos pilotos não foi o costumeiro calor carioca, mas a abrasividade e a sujeira da pista. Os pit stops foram cruciais e os carros, apesar da pista ter imposto sua dificuldade, os pilotos fizeram uma corrida muito próxima, sem que houvesse um distanciamento de pelotões mesmo antes da primeira entrada do safety car. Alguns toques provocaram a “decolagem” de alguns capôs, tirando da disputa pilotos que brigavam pelas posições da frente. O mais prejudicado foi Ricardo Maurício, que foi atingido por uma “abanada” de Allan Khodair e mesmo tendo cruzado a linha de chegada em segundo, após ter perdido o capô na penúltima volta, teve seu segundo lugar – conquistado na pista – caçado. Coube a Stock Cars inaugurar a pista do Velopark - RS. Uma corrida disputada e complicada, com 5 entradas do Safety Car. No início do mês a categoria teve a honra de inaugurar a pista – ou a primeira parte dela – do Velopark com uma corrida emocionante, vencida pelo piloto da RC Eurofarma, Ricardo Maurício. A pista pareceu ser um tapete, com um asfalto impecável. A pista de pequena distância ainda pode ser um problema para ter 34 carros na pista, mas se a NASCAR coloca mais carros num oval de 800 metros, porque não o Velopark com 2000? Contudo, aquela curva em grampo no final da reta dos boxes... é sinônimo de confusão. O traçado do circuito de rua em Ribeirão Preto parece poder permitir disputas... mas as vias não são muito largas... As próximas corridas serão em circuitos de rua, com a estréia de Ribeirão Preto, “capital do etanol”, fazendo a sua estréia no calendário. A pista parece ter uma “reta” com um comprimento razoável... vamos ver se “por conta da segurança”, não inventar uma chicane ou uma outra forma qualquer de fazer outra procissão como foi em Salvador, no ano passado. O campeonato tem a liderança de Atila Abreu, seguidos pelos dois pilotos de Rosinei Campos, Max Wilson e Ricardo Maurício. Agora no final do mês, com um certo atraso em relação ao calendário inicial, mas acontecendo, será dado o sinal verde - na pista - para a primeira etapa do Racing Festival, categoria que conta com o apoio do piloto Felipe Massa, da FIAT (dona da Ferrari) e que contará com com a participação dos principais pilotos do país. Uma contribuição inestimável para o automobilismo brasileiro e que poucos empresários, pilotos e dirigentes tiveram coragem e vontade de fazer. Felipe Massa trouxe para o Brasil duas novas categorias e estas podem ser opções muito interessantes para os iniciantes nas pistas. O mais importante do festival, que também inclui uma categoria de motos, é a categoria de monopostos, destinada aos iniciantes saidos do kart e que não se acham em condições (técnicas e/ou financeiras) de tentar a Fórmula 3 ou uma categoria européia. A etapa inaugural teve como vencedores o Popó Bueno na copa Linea e Francisco Alfaya na Fórmula Future. O público atendeu a divulgação do evento e compareceu em um bom número a Jacarepaguá. A próxima etapa será em Londrina, dia 25 de julho. Na “Stock dos hemanos”, duas etapas tiveram vez em maio: No dia 2, no circuito de Rio Negro em General Roca, a Honda-Petrobras voltou a vencer, mas não com José Maria Lopez, e sim com Mariano Altuna. Apesar da equipe campeã ainda estar demonstrando superioridade sobre suas oponentes, a diferença diminuiu bastante. Assim como no Brasil, os organizadores argentinos também buscam formas de evitar que uma equipe se sobressaia das demais. No final do mês, dia 30, aconteceu a etapa de Alta Gracia, “quintal da Berta Motorsport”, e que comentaremos no próximo mês. Na segunda etapa do DTM, a Audi deu o troco no passeio que tomou na abertura do campeonato. Em Valência, na Espanha, o sueco Mattias Ekström venceu e a supremacia da montadora dos anéis só não foi maior por conta de uma mancada inacreditável: O sueco foi seguido de perto por Martin Tomczyk, que cruzou a linha de chegada a apenas 0s435 do vencedor. No entanto, o alemão foi punido pela direção de prova por ter utilizado pneus que não poderia usar Segundo o regulamento, os pilotos excluídos do segmento final da classificação devem escolher um jogo de pneus novos e não utilizá-los na corrida. A Audi deu o troco na Mercedes na segunda etapa do DTM. mas a liderança do campeonato ainda está com o time da estrela. Contudo o tal set de pneus foi instalado no carro de Tomczyk, durante a corrida, no pit stop, sendo desclassificado da prova. Assim, Bruno Spengler, piloto canadense da Mercedes, que havia terminado em terceiro, herdou o segundo lugar, seguido pelo francês Alexandre Prémat e pelo alemão Timo Scheider, ambos da Audi. Os "medalhões" que já foram da F1, David Couthard e Ralf Schumacher continuam andando no fundo do pelotão... o escocês foi 13º e o alemão abandonou quando também estava longe dos ponteiros. Ambos largaram apenas na sétima fila. O vencedor da prova passada, Gary Paffett foi apenas o sétimo e com isso, Bruno Spengler assumiu a liderança do campeonato com 16 pontos, seguido por Ekström, com 13 e Paffett, com 12. A próxima etapa será dia 6 de junho, em Lausitz, na Alemanha. O WTCC teve em Marrakech uma etapa bem "típica" da categoria... com acidentes, paralizações e disputas extremas... No WTCC, tivemos a volta do bom e velho “Mundial de Carros de Combate” com a prova no circuito de rua de retas velozes e chicanes traiçoeiras das avenidas de Marrakech, no Marrocos. Como era de se esperar, com as retas longas, as primeiras filas foram divididas entre os Chevrolet Cruze e os SEAT TDi. A única chance dos carros da BMW era conseguir atingir os 7º e 8º lugares para, na segunda prova, com o grid invertido, tentar se segurar na frente e diminuir o prejuízo. Andy Priaulx conseguiu, Augusto Farfus não. Terminou em décimo numa prova encerrada em bandeira amarela e com safety car... mas os grandes acidentes ainda viriam pela frente. Repleta de retas velozes "emparedadas" com suas cercas, chicanes e muros de concreto foi estreita demais para Farfus e Muller. Na segunda prova, com largada parada, o Chevrolet Cruze de Yvan Muller ficou parado e entre os muros da reta de largada os demais pilotos tiveram que se espremer para passar... e claro que isso ia dar em confusão e vários carros deixaram um rastro de destroços na reta. Mas a maior pancada ainda estava por vir e foi entre Alain Menu e Augusto Farfus, com o brasileiro dividindo a curva com o suíço e “empurrando o muro para além do bom senso”... resultado: ambos fora da prova. Na Itália o problema foram os pneus... que deixaram muita gente na mão e produziram resultados surpreendentes... a começar pela colocação das duas BMW oficiais, na primeira fila em um circuito em que as longas retas eram um problema para os carros alemães. Se em Marrocos a pista estreita foi um problema, em Monza o problema esteve nos carros... na verdade, nos pneus. Na corrida, a vantagem dos treinos precisou de uma “ajudinha” dos pneus alheios, que deixaram na mão Gabriele Tarquini e Robert Huff, que pontearam a prova mas tiveram o pneu dianteiro esquerdo (o apoio na parabólica) e isso permitiu a improvável dobradinha da BMW, com mais uma vitória de Priaulx. Na segunda prova, com o grid invertido, a vitória coube a Yvan Muller, que contou também com outro pneu furado do líder da prova, o dinamarquês Michel Nyjkaer, e da punição a Gabriele Tarquini por ter queimado a largada. O melhor do desfecho de maio é o resurgimento da BMW e uma promessa de um campeonato mais equilibrado para as próximas etapas. A próxima corrida será em Zolder, na Bélgica, dia 20 de junho. A equipe de Renato Martins não vem dando chance para a concorrência: Venceu todas as etapas disputadas na temporada. A terceira etapa da Fórmula Truck aconteceu em Caruaru – PE, sendo esta a única etapa a ser realizada no nordeste este ano, arrastou mais uma multidão ao autódromo localizado no agreste pernambucano. A equipe Volkswagen continua dominando o cenário dos “brutos” e Valmir Benavides venceu a segunda do ano e de ponta a ponta, sem dar chances para os adversários. Mas, se o piloto do caminhão numero 2 venceu com sobras, o seu companheiro de equipe e atual campeão não fez por menos. Largando do fundo do pelotão por conta de uma punição, fez uma sensacional corrida de recuperação, chegando ainda em segundo lugar. A dupla da equipe de Renato Martins segue na liderança do campeonato pelo menos até a próxima etapa, dia 27 de junho em Campo Grande – MS. Quem sabe lá o Danilo Dirani, que fez dois excelentes treinos na últimas etapas tem mais um pouco de sorte e não vê sua corrida acabar na primeira volta. Na Nova Zelândia a Ford procurou mostrar que o campeonato ainda não estava decidido em favor da Citroen... Colocando os pés na terra, o mundial de Rally teve também duas etapas no mês de maio. Na primeira, mudança de continente, mudança de piso e mudança de vencedor. A Ford reagiu e quebrou a hegemonia da Citroen e de Sebastien Loeb. Contudo, se o leitor – e o torcedor da marca americana – esperava uma vitória de Mirko Hirvonen, comemorou uma vitória do finlandês Jari Matti Latvala. Em Portugal, a Citroen reagiu à derrota imposta na Nova Zelândia... mas o vencedor foi um outro francês, um outro Sebastien. Na etapa portuguesa, realizada neste último final de semana, a Citroen deu o troco e fez 1-2-3 com uma vitória de Sebastien... Ogier! O "Sabastião menos famoso" entre os franceses abriu uma boa vantagem no primeiro dia e conseguiu segurá-la até o final. ao fim de 3 dias, a diferença entre os "Sebastiões" - Loeb foi o segundo - ficou em apenas 7,9s. A Fórmula 3 sulamericana fez a abertura do campeonato com uma rodada tripla em Brasília, levando um bom público ao autódromo e conseguindo reunir um bom grupo de patrocinadores: um alento a esta categoria que já teve uma importância maior no cenário mundial. Na abertura da Fórmula 3 sulamericana, o piloto Bruno Andrade deu um grande susto na equipe Cesário Fórmula e no público. A rodada tripla mostrou uma das máximas de toda categoria de acesso: quilometragem conta... e conta muito. Foi com esta quilometragem que o piloto da equipe Cesário Fórmula Lucas Foresti, em sua segunda temporada na categoria principal, venceu duas e foi segundo em outra das três etapas. Seu companheiro de equipe, Bruno Andrade, vencedor da primeira etapa, sofreu um acidente assustador na 2º etapa, mas onde os danos ficaram no carro e no coração apertado do pai do piloto, seu manager. Sem a concorrência direta de Lucas Foresti, o trabalho de Bruno Andrade ficou bem mais fácil em Caruaru, agreste pernambucano. Na rodada de Caruaru, nos dias 29 e 30 de maio, Bruno Andrade recuperou-se dos infortúnios da abertura do campeonato e não deu chances para a concorrência. Com a não participação de Lucas Foresti, Bruno assumiu a liderança do campeonato, que terá a próxima etapa em Campo Grande, nos dias 17 e 18 de julho. Na F3 inglesa, os brasileiros Gabriel Dias e Adriano Buzaid continuam tentando se firmar entre os melhores na categoria. Dias chegou a vencer uma das etapas em Magny Cours, mas foi punido por queimar a largada. Na outra prova, foi segundo. Buzaid, na base da regularidade, é o quarto colocado no campeonato. A GP2 teve a sua abertura de campeonato agora em maio... e com 3 provas! Espanha, Mônaco e Turquia. Dois brasileiros estão na disputa, Alberto Valério, na Coloni e Luiz Razia, na Rapax, duas equipes de “meio de pelotão”, fazendo com que nossos pilotos tenham que se desdobrar para conquistar melhores resultados. A atual geração da GP2 definitivamente não tem o mesmo brilho de temporadas passadas, com muitos "veteranos" no grid. Como o grid deste ano está um tanto quanto “pobre” de talentos, exceção feita à aposta da Ferrari, o francês Jules Bianchi, atual campeão europeu de F3. Com inteligência e regularidade, Razia vem se mantendo perto dos líderes do campeonato, pontuando bem nas provas curtas, mas isso é pouco para ser campeão. Assim como a GP2, a Fórmula 1 também teve 3 etapas disputadas no mês de maio, no início da chamada “temporada européia”. Como tem sido nos últimos anos, a corrida da Espanha foi simplesmente enfadonha! Tirando as voltas lentas dos carros lentos, poucas ultrapassagens e nada de novo no pelotão da frente após algumas voltas, exceto por problemas mecânicos. Estranho o fato dos pilotos mais arrojados – Vettel e Hamilton – terem sofrido com problemas relacionados ao conjunto dianteiro esquerdo, exatamente o de maior apoio nas curvas. Ainda não foi na Espanha que a Red Bull mostrou que seria o carro dominador da temporada ou, para nossa felicidade, caso a equipe austríaca já tivesse se estabelecido no topo, o campeonato não estaria tão disputado e as corridas seriam ainda mais chatas. O defenestrado KERS volta a ser falado como possível solução dos problemas (não diga!?!?) para ultrapassagens, redução de consumo e agora falam em carros híbridos, com um motor que funcionaria em parte com energia não poluidora... e a tal da redução de custos da categoria fica aonde? Será que o tio Bernie vai bancar parte da fatia para as “subequipes”? Em Mônaco os carros da Hispania foram apenas 1,4s mais rápidos que o pole position da GP2!!! A corrida do principado foi... a corrida do principado. Ninguém passa ninguém a menos que o da frente permita ou “durma no volante”. Na largada, foi o polaco Kubica quem apoiou a napa avantajada no volante... e perdeu a segunda posição para o Vettel. O Alonso teve outro momento daqueles chamados de “sorte de campeão”. Largando dos boxes, certamente passaria atrás do penúltimo colocado com pelo menos 10s de desvantagem... mas eis que Nico Hulkenberg bate na saída do túnel... sozinho! A tática da Ferrari era colocar logo os pneus duros e fazer a corrida inteira com eles, andando com pista limpa. O acidente e a entrada do Safety Car perlitiu que o espanhol ganhasse um tempo precioso e a tática desse mais certo ainda. No meio da prova, após todas as paradas, o piloto da Ferrari era o 6º colocado! O impressionante acidente entre Trulli em Chandoc foi uma das poucas emoções do GP de Mônaco, como sempre, tedioso. Um acidente “à lá Fórmula Indy” no finalzinho da prova entre Jarno Trully e Karun Chandoc provocou a última entrada do safety car e o outro “cochilo” da prova: Na relargada, que seria só para constar, pois o carro de segurança entrara nos boxes poucos metros antes da bandeirada liberou a pista... em teoria. Com as bandeiras verdes agitadas, Dom Alonso vacilou. Deu uma patinada, uma abanada e atrás dele estava ninguém menos que Michael Schumacher... o alemão colocou de lado, espremeu a Ferrari na Rascace e tomou a posição. Gênio! O problema é que o confuso regulamento dava mais de uma interpretação para aquele caso... a ultrapassagem foi considerada ilegal e Schumacher punido com 20s, caindo para o 12º lugar. Uma punição muito dura e um crime contra a genialidade. Se Schumacher já foi chamado de Dick Vigarista diversas vezes, desta vez ele foi criativo como o Prof. Aéreo. Para alguns voltarem a infância, o "carro" do Prof. Aéreo (O "queixinho" do piloto está mais para o Vettel). Shummy foi gênio! Se nas pistas decisões questionáveis foram tomadas, fora delas o fanfarronesco Flavio Briatore deu as caras, deu as festas, deu as declarações... fez e aconteceu no principado com seu super iate que ele jura não ser seu e que agora está sendo confiscado para pagamento de impostos, fora o processo. Pois bem, é este ímpio cidadão que está sendo chamado pelo “dono” da categoria, Bernie Ecclestone, para trabalhar na FOM. Flavio Briatore volta às luzes dos flashes e holofotes. Desta vez, por cima, como era antes do "crashgate" de Singapura. Como dissemos, ele era o “sucessor natural” do baixinho que profissionalizou a categoria e agora as coisas vão ficando mais claras... bem, podemos esperar um futuro difícil para uma volta do Nelsinho, para a entrada do Pedrinho... quantos escândalos e falcatruas são necessárias para se punir um pilantra? E tem gente que acha que isso só acontece na terra brasilis... Bolas dentro e bolas fora quando o assunto "autódromo" não faltaram. No último dia 12 Interlagos comemorou 70 anos de existência, fato comemorado com um coquetel e o lançamento de um livro comemorativo, com fotos, depoimentos e fatos que marcaram sua trajetória... sua mutilação incluída. A capa do anuário comemorativo aos 70 anos de Interlagos estampa em sua capa, o símbolo da mutilação do circuito antigo. Na direção contrária, foi apresentado o desenho de como vai ficar o autódromo de Silverstone, onde no dia 13 de maio de 1950 ocorreu a primeira prova do que passou a chamar-se "Campeonato Mundial de Fórmula 1". Silvestone chegou a ser retirado do calendário deste ano para dar lugar a Donington Park, mas a quebra do grupo financeiro que bancaria a reforma do circuito acabou por colocar a realização do GP da Inglaterra. Numa manobra de firmeza, racionalidade e agilidade Damon Hill e o British Racing Drivers Club conseguiu atender os anseios de Bernie Ecclestone e ainda preservar o traçaco do circuito (Eles preservaram o traçado enquanto nós...) Em Silverstone, a história é preservada e o traçado dos antigos GPs não foi destruído para dar lugar ao "estádio" recém criado. E parece que a maça foi para o espaço... depois de passar anos falando querer ter as ruas de Nova York como palco de uma etapa do mundial de Fórmula 1 e agora aparece esta nova pista em Austin, no Texas, com assinatura do Mr. Autódromos, Hermann Tilke. Seria normal se fosse em outro país... mas nos Estados Unidos? Vamos ver até onde Bernie, Briatore, Tilke e sua trupe vai conseguir convencer os caipiras do Texas e os americanos a assistir uma corrida onde não tem americano correndo, onde não há "american way"... se bem que vem aí mais uma tentativa de emplacar uma equipe americana... um tal de Cypher Group que parece estar querendo "brincar de carrinho". E aí, desta vez vai? Será barrar a ART e embarcar em mais um "sonho americano"? Até onde Webber foi competitivo e Vettel foi ingênuo na disputa "na boa" entre os pilotos da Red Bull? As coisas devem mudar... Na Turquia a Ferrari completou a impressionante marca de 800 GPs... mas nos boxes não havia clima de festa, com Alonso errando na classificação e largando em décimo segundo e Massa apenas em oitavo. Na corrida, ficou evidente que a concorrência ganhou terreno. O carro que parecia ser o melhor na prétemporada, agora mal consegue conquistar pontos. Sobre a corrida... bem, se fosse um filme o título seria: "Inimigo íntimo". Sim, porque os fatos ocorridos envolvendo os pilotos da Red Bull e depois entre os pilotos da McLaren fizeram acelerar o coração da torcida (no autódromo e na TV). A Red Bull jogou mais uma corrida pela janela com a batida entre seus pilotos e os efeitos desta batida certamente serão maiores do que o que se viu na transmissão. Agora em junho teremos a prova no Canadá (viagem que é considerada um problema na logística das equipes. Por que não em setembro, após a Itália?) e a de Valência, o GP da Europa. Enquanto isso, vamos ver pilotos e equipes dividindo suas atenções entre pneus e bolas. Até o próximo mês e prá frente Brasil (no campo e nas pistas)! Contribuiram para esta coluna: Fernando Paiva, Maurício Paiva e Paulo Alencar. |