Com as atenções do mundo esportivo tendo a Copa do Mundo de Futebol como atração, algumas categorias do automobilismo até deixaram de ir para as pistas. As que foram, continuaram a dar seus espetáculos e, com ou sem copa do mundo, a mais importante corrida de longa duração do “planeta roda” aconteceu: as 24 horas de Le Mans. Mais 238 mil pessoas foram a Le Mans para assitir a 78ª edição das 24 horas. Os Peugeot dominaram as primeiras filas do grid. A favorita Peugeot largou na frente, mas um a um seus carros foram ficando pelo caminho, abrindo assim caminho para a vitória da equipe semi oficial da Audi. A montadora alemã afastou-se oficialmente da competição em 2008, mas equipes privadas ainda podem comprar seus carros e desenvolver a preparação. Jaime Melo e seus companheiros da Risi Competizione chegaram a liderar, mas abandonaram. Thomas Edros foi 3º, Augusto Farfus 6º. Tivemos brasileiros na pista, com Thomas Edros – com um Lola – na categoria P2, Jaime Melo – Ferrari 430 – e Augusto Farfus Jr. – BMW M3 – correndo na categoria GT2. Os comissários encontraram uma irregularidade na asa da Ferrari da equipe Risi Competizione e eles tiveram que largar em último. Jaime Melo – que começou a prova – entregou o carro a Gianmaria Bruni. em terceiro, que continuou a recuperação até assumir a liderança. Contudo, com oito horas de prova, já nas mãos de Pierre Kaffer, um problema no câmbio tirou a Ferrari da prova. Augusto, em sua estréia em Le Mans e vindo de uma vitória nos 1000 Km de Nurburgring – corrida no circuito antigo – fez uma boa estréia, terminando em sexto. Na P2, o tarimbadíssimo Thomas Edros e companheiros terminaram em terceiro. No final da prova, Rokenfeller conduziu o Audi número 9 à vitória. A marca dos quatro anéis cravou as três primeiras posições. O correspondente internacional dos Nobres do Grid, Willy Möller, esteve em Le Mans e acompanhou toda a prova. Leiam a matéria super especial que ele preparou. Continuando com os carros de turismo pela Europa, no WTCC tivemos a etapa de Zolder, na Bélgica. O circuito que por anos recebeu a Fórmula 1 viu o espanhol Jordi Gené ganhar, mas não levar, a corrida número 1. Devido ao alinhamento fora da posição e a queima da largada, o piloto da SEAT já seria punido, mas os comissários ainda encontraram uma irregularidade no restritor de ar do motor, o que desclassificou-o. A vitória caiu no colo de Gabrielle Tarquini. A largada da prova 1 em Zolder teve Jordi Gené tomando a ponta, mas no final, teve sua vitória cassada. 1º para Tarquini! Na prova 2, com o grid invertido, Andy Priaulx, da BMW, aproveitou-se da pole, devido ao 8º lugar na prova 1, e segurou a ponta, vencendo mais uma corrida e mantendo-se na briga pelo campeonato, que tem Yvan Muller com 128 pontos, Gabrielle Tarquini com 109 e Andy Priaulx com 105. Augusto Farfus é o oitavo com 53 pontos. O campeonato tem a mesma pontuação usada na Fórmula 1. A próxima etapa será em Portugal, na cidade de Portimão, dia 4 de julho. Na prova 2, largando na frente por conta do grid invertido, Andy Priaulx da BMW segurou os adversários e conquistou a vitória. No DTM, a Mercedes fez 2x1 na Audi com a vitória em Lausitz, no misto do Eurospeedway. O canadense Bruno Spengler venceu a terceira etapa do DTM 2010. Ele chegou com 4,542s para o escocês Paul di Resta, também da Mercedes, que perdeu a vitória por um erro de sinalização dos boxes (ele saiu com o tanque se abastecimento, semelhante ao da nossa Stock, ainda acoplado, perdendo mais tempo do que devia). O pódio foi completado pelo inglês Jamie Green, completando também o 1-2-3 da Mercedes nesta prova. Destaque para os primeiros pontos da piloto escocesa Susie Stoddart (Mercedes) que corre na categoria desde 2006 e, mais uma vez, os medalhões exF1, Ralf Schumacher e David Couthard fizeram corridas pífias. Couthard abandonou, Ralf foi o nono. O campeonato tem a liderança de Spengler, com 26 pontos, seguido de Di Resta com 17 e Gary Paffett com 16. A próxima etapa será em Norisring, no dia 4 de julho. Paul Di Resta viu a vitória em Lausitz escapar entre os dedos por um erro da equipe. Acabou em 2º e Bruno Spengler venceu. Na Nascar, Jimmy Johnson parece ter espantado a urucubaca neste mês de junho e voltou a fazer as pazes com a vitória, vencendo a proa de Sonoma, sua primeira vitória num circuito misto. Danny Hamlin foi um dos que venceu duas provas em sequência neste mês de junho. É um dos fortes candidatos ao título em 2010. O mês foi marcado pelos “doubles”, com pilotos obtendo duas vitórias seguidas, como Denny Hamlin vencendo Pocono e Michigan, e Kurt Busch, que venceu duas em Charlotte, só que uma pela corrida dos campeões, sem contar ponto para o campeonato. Na última corrida do mês, em Loudon, foi a vez de Jimmy Johnson fazer o seu “Double” particular e conquistar a quinta vitória da temporada depois de uma accirada disputa com Kurt Busch. Parece que os deuses da velocidade voltaram a sorrir para o campeão. Casey Khane foi o protagonista de um daqueles acidentes "à lá NASCAR" em Pocono. Por pouco não passou por cima da mureta! No campeonato, Harvick viu a diferença para Johnson encolher em 35 pontos. O piloto da equipe de Richard Childress ainda lidera, com 2489 pontos, contra 2384 do tetracampeão. Kyle Busch é o terceiro, com 2328, seguido por Denny Hamlin, com 2304, e Gordon, com 2302. Em julho as provas serão em Daytona dia 3, Chicago dia 10 e Indianápolis dia 25. Jimmy Johnson voltou a fazer as pazes com a vitória e levou logo duas seguidas. Já é o vice líder do campeonato. Harvick é o líder. Continuando na América, na Fórmula Indy, depois da festa das 500 milhas, o campeonato retomou seu ritmo normal com as provas do Texas e de Iowa. No Texas, a vitória foi de Ryan Briscoe, da Penske. O piloto australiano largou na pole position e mostrou bastante consistência durante toda a prova para terminar na frente. Danica Patrick, da Andretti, chegou na segunda posição. Após largar em oitavo, a americana subiu aos poucos na classificação. Marco Andretti, também da Andretti, completou o pódio. O melhor brasileiro na corrida foi Tony Kanaan (Andretti) que chegou em sexto lugar. Vítor Meira (A.J. Foyt) terminou em 10º. Raphael Matos (De Ferran/Dragon) ficou em 16º e Mário Romancini, da Conquest, em 17º. No Texas o destaque (negativo) vai para a dantesca operação de resgate de Simona di Silvestro. Uma vergonha para a Indy! A bizarrice do mês foi o atendimento a piloto Simona di Silvestro, que ficou um tempo enorme dentro do carro em chamas e o amadorismo das equipes de resgate que não conseguiam ligar os motores para jogar água sobre o carro, deixando os que tentavam apagar as chamas restritos aos extintores portáteis manuais. O pior, no entanto, foi o despreparo e a forma como arrancaram Simona de dentro do carro. Segundo keith Wiggins, chefe da equipe HMV, "A equipe de segurança deveria se envergonhar de si mesma. Foi um momento assustador e estamos satisfeitos apenas por ela estar bem". A qeuipe protestou formalmente junto à IRL. Em Iowa, Tony Kanaan (Andretti) obteve neste domingo a sua primeira vitória em dois anos, liderando uma dobradinha brasileira com Hélio Castroneves (Penske). Os dois duelaram na parte final da prova no Iowa Speedway. Ernesto Viso (KV) chegou em terceiro, obtendo o seu melhor resultado na categoria. Ryan Briscoe (Penske) foi o quarto, Will Power (Penske) o quinto e Scott Dixon (Ganassi) o sexto. Em Iowa, Tony Kanaan venceu a primeira em 2010 e levou a Andretti ao posto mais alto do pódio. Helio Castro Neves foi o 2º. Entre os demais brasileiros, Vitor Meira (Foyt) chegou em sétimo, na mesma volta do líder. Raphael Matos (De Ferran) ficou em 14º, Mario Romancini (Conquest) em 16º e Mario Moraes (KV) bateu na primeira volta, após ser atingido por Justin Wilson (Dreyer)/ O campeonato está equilibradíssimo, tendo a liderança do australiano Will Power, com 273 pontos, seguido do neozelandês Scott Dixon com 263 e do escocês Dario Franchitti com 660. Helio Castro Neves é o quarto com 251 e Tony Kanaan o sexto com 229. O americano melhor colocado é Ryan Hunter-Reay, em sétimo, com 225 pontos. A próxima corrida será no histórico circuito de Watkins Glen onde, 40 anos atrás, Emerson Fittipaldi vencia seu primeiro GP na Fórmula 1. Na parte sul do continente americano, muito mais interessada em futebol que os “irmãos do norte”, o automobilismo não ficou de lado por completo. Na sede da prefeitura de Ribeirão Preto, a prefeita, Dárcy Vera, recebeu o ilustre filho da terra, Paulo Gomes, e Carlos Col. A Stock Cars adequou seu calendário para que as provas não coincidissem com os jogos da copa, mas ainda assim tivemos corrida em junho: uma estréia! A prova de rua na cidade de Ribeirão Preto pode ser chamada de um grande acontecimento. Não apenas devido ao público que foi assistir, estimado pelos organizadores em mais de 40 mil pessoas, mas também pela movimentação causada na cidade que é um dos maiores pólos de negócios e produção de álcool combustível – chamado agora de etanol – do país. Já a corrida em si... o traçado até parecia ser promissor. O problema estava na largura da pista, ainda mais estreita do que a de Salvador. Espremidos entre muros e telas, os pilotos se esforçavam para dar declarações elogiando o traçado, a prova, a festa, a categoria... mas a realidade é que uma procissão, com direito a engavetamento, bandeira vermelha e safety car na pista. Átila Abreu, que conquistara a pole no dia enterior, manteve a ponta e controlou as poucas voltas sem a presença do Safety Car. Pista estreita +Acidente grande = Confusão grande. 7 carros envolvidos, alguns destruídos. Bandeira vermelha e prova interrompida. As emoções (e confusões) começaram logo depois da largada. Terceiro colocado no grid, Xandinho Negrão errou na freada na primeira curva, escorregou e, na volta, espremeu Felipe Maluhy contra o muro. Xandinho voltou aos boxes com a suspensão traseira danificada e avariou o carro de Maluhy. Na volta seguinte, foi a vez da carambola geral Luciano Burti e Júlio Campos bateram e acabaram envolvendo mais cinco carros e bloqueando a pista e provocando a interrupção da corrida com bandeira vermelha. Como não haviam sido completadas duas voltas, a relargada deveria ter obedecido às posições originais dos treinos classificatórios, mas isso não aconteceu. O trabalho de desobstrução do circuito e reposicionamento dos carros demandaram grande tempo, e não foi feito por completo, segundo alguns competidores. Já próximo do final, outro acidente, agora com Diego Nunes, originou nova entrada do Safety Car. Sem alterações significativas nas posições foi dada a bandeira quadriculada para Átila Abreu, que conquistou sua primeira vitória na categoria. O pódio foi completado por Ricardo Mauricio e Antônio Pizzonia e a prova teve pouco mais da metade do tempo previsto em bandeira verde. Livre de qualquer confusão, Átila Abreu conquistou nas ruas de Ribeirão Preto sua primeira vitória na Stock Cars e lidera o campeonato. Durante toda a semana ouviu-se versos e trovas sobre a corrida, com o ápice do floreio chegar com a esdrúxula comparação: “é a Monte Carlo brasileira”. Contudo, ao final da prova o campeão da categoria, Cacá Bueno, abriu o verbo e expôs todas as falhas em todos os sentidos em entrevista ao jornalista Bruno Vicaria e outros ouvintes presentes. “O que aconteceu foi um desrespeito com o profissionalismo, com o meu trabalho, das equipes e pilotos. A gente sabe que não deve falar mal da categoria, das pessoas, somos instruidos a isso. Mas estou entrando com reclamação e quero que alguém assuma a responsabilidade”. “A corrida era programada para 37 voltas ou 50 minutos. É muito claro, quem entende sabe: quando acontece uma bandeira vermelha na primeira volta, a corrida é diminuída em uma volta. A relargada foi uma zona. Todos tinham de relargar nas mesmas posições e isso não aconteceu. Estava uma bagunça completa. A corrida teve 28 voltas e 36 minutos. Foram dadas cinco ou seis voltas, no maximo, em bandeira amarela. Se acrescidas, ainda faltariam voltas. Mesmo se esse tempo fosse acrescido, então a corrida foi terminada antes do previsto e me sinto extremamente prejudicado, pois perdi nada mais que seis posições”. Sentindo-se prejudicado, Cacá Bueno "soltou o verbo". Não é a primeira crítica dura do campeão à categoria este ano... “Várias equipes arriscaram fazer o pit stop sem abastecer. Quando parei no parque fechado, vários pilotos comentaram o mesmo, enquanto outros que evoluíram disseram: ‘Ainda bem que acabou, pois o motor estava falhando e sem combustível’”. No final, Cacá cobrou uma atitude por parte dos que fazem o automobilismo, não apenas da categoria, mas do país inteiro: “Nenhuma regra do regulamento da CBA foi cumprida e quero saber de quem é a responsabilidade, se é da Vicar, da CBA, da televisão; eu quero saber. Não vou apontar contra ninguém, mas me sinto triste e indignado não só comigo, mas com quem faz tudo dentro da ordem. Se eles ficarem com bronca de mim, na verdade não estou me importando. Alguém tem que assumir a responsabilidade e levar a gente a sério”. Agora resta saber quais serão as consequências destas declarações, tanto para a categoria como para o piloto. Esta não foi a primeira crítica feita por Cacá Bueno à categoria este ano. O presidente da CBA, Cleiton Pinteiro, rebateu as críticas do piloto, defendendo a organização e afirmando que todos os procedimentos foram tomados conforme estava escrito no regulamento da competição. Quão longe e quão fundo irá esta discussão são "cenas do próximo capítulo". Salvador (acima) promete fazer uma corrida melhor este ano. Enquanto isso, Ribeirão Preto começa a delinear seu autódromo. A próxima corrida será em Salvador, que anunciou ter investido em obras de melhoramentos, alargamento da pista para permitir ultrapassagens... bom vamos ver. Tomara. A largada será no dia 15 de agosto. Tempo suficiente para os ânimos esfriarem(?). A parte boa de tudo isso é que, vendo o sucesso da realização da prova, os empresários da região e a prefeitura começaram a traçar os planos da construção de um autódromo nos arredores da cidade. Sem dúvida algo positivo e que, casso vire realidade, poderá ser um avanço para o automobilismo do estado, dependente quase que exclusivamente de Interlagos (Piracicaba não pode receber provas das principais categorias). Já na vizinha Argentina, que anda jogando uma bola redonda – diferente do time do Dunga – e onde o automobilismo local é forte e consolidado, tivemos no final de maio a etapa de Alta Gracia, “quintal da Berta Motorsport” e a prova no circuito de Resistência. Na aprazível Alta Gracia, os "anfitriões" não deram moleza para os demais pilotos e equipe. Vitória da equipe Berta com Ponce de Leon. Em Alta Gracia, a equipe da casa mostrou força e marcou os melhores tempos para a classificação. Já o campeão do ano passado, José Maria ‘Pechito’ Lopez, depois de um início de campeonato arrasador, simplesmente zerou na etapa, caindo para o quarto lugar na tabela. A vitória foi de Gabriel Ponce de Leon, com Leonel Pernia em segundo e o segundo carro da Berta motorsport - com Norberto Fontana - em terceiro. Em Resistência, com direito a desfile dos carros pelas ruas da cidade, o que se viu – inicialmente – na pista foi a equipe da Fiat dando as cartas nos treinos. Contudo, na hora da corrida, foi Nestor Girolami, com o Honda da equipe Petrobras que levou a melhor. O campeonato segue equilibrado, com Norberto Fontana com 48 pontos, Leonel Pernia com 45, Pechito Lopez e Nestor Girolami com 42 e Mariano Altuna com 41. A próxima etapa será em Rio Hondo no dia 18 de julho. No circuito de Resistência, Nestor Girolami levou seu Honda ao primeiro lugar e entrou de vez na disputa pelo título. Despedimo-nos do continente falando de mais uma festa da Fórmula Truck. Desta feita em Campo Grande – MS. Sol, calor, gente transbordando no autódromo, como é de praxe nas etapas do sulamericano dos “brutos” e – na praxe – Wellington Cirino conquistou sua quarta vitória neste autódromo. De quebra, colocou fim a invencibilidade da Volkswagen na temporada. Valdir Benavides foi o segundo e Felipe Giaffone – que largou em nono – fechou o pódio. Destaque também para Paulo Salustiano, que vem mostrando uma grande adaptação à categoria, terminando a etapa em quarto lugar. A Fórmula Truck prepara-se agora para lotar o palco maior do nosso automobilismo: A etapa seguinte será no dia 25 de julho em Interlagos onde são esperado mais de 60 mil espectadores. Wellington Cirino quebrou a hegemonia da Volkswagen na etapa de Campo Grande. Foi a quarta vitória do piloto nesta pista. Fechamos o nosso giro voltando para a Europa. No último final de semana tivemos etapas da GP2 e da Fórmula 1 no circuito criado na antiga zona portuária da cidade de Valência. Bem mais larga que a pista de Ribeirão Preto (na verdade muito mais pra Monte Carlo que a nossa “versão sertaneja”), a pista valenciana também é cercada por muros e telas, apesar de ter algumas áreas de escape consideráveis. Contudo, tanto a largura como os escapes não foram grandes o suficiente para caberem todos os meninos impetuosos da categoria de acesso – alguns nem tão meninos assim. Comparado com o nível dos anos anteriores, é patente a queda do nível dos competidores. Basta ver que o líder do campeonato e maior vencedor do ano é o Venezuelano Pastor Maldonado, que venceu mais uma, na corrida do sábado. O espetacular e acrobático acidente de Josef Kral assustou a todos em Valencia. O piloto saiu de ambulância para o hospital. Já no Domingo, a grande manchete foi o acidente envolvendo Josef Kral, que decolou na traseira do carro de Rodolfo Gonsalez, deu uma “pirueta digna de uma bailarina” no ar e estatelou-se no asfalto, com o piloto como “passageiro” até a barreira de pneus. Kral saiu do carro com auxílio dos médicos e sofreu lesões nas costas e no braço direito. Levado para o hospital, ficou internado, mas segundo os médicos, nada que o impeça de disputar a próxima etapa, na Alemanha. Os Brasileiros passaram zerados nesta etapa. Pior para Luiz Razia, atingido pela “carambola alheia”, comprometeu não só a primeira, mas também a segunda prova do final de semana. Agora está 21 pontos atrás de Maldonado. Alberto Valério també se deu mal: considerado culpado por seu acidente tirando o mexicano Sergio Perez da prova, vai perder 10 posições no grid da próxima etapa. Já a Fórmula 1 teve duas corridas “intramuros” neste mês de junho. Tanto o GP do Canadá como o GP da Europa, realizado em Valência, na Espanha, tem como uma de suas características muros e telas de proteção junto a pista (no Canadá em menor quantidade). A prova do Canadá teve um |tempero especial" por conta dos pneus que a Bridgestone levou. A fórmula vai ser repetida na Alemanha. A corrida canadense foi muito interessante. Parece que, acidentalmente, a Bridgestone levou pneus “diferentes demais” em termos de resistência e comportamento na pista, provocando diversas e distintas formas de interpretação (ou não) por parte dos engenheiros. A montadora despede-se da categoria este ano, no ano que vem, entra a Pirelli, com um contrato inicial de 3 anos, renováveis. A Michellin e a Avon também foram sondadas assim como falou-se na coreana Kumho. Contudo, em 2011, teremos a fabricante italiana de volta após 20 anos de ausência. O resultado disso foram as estratégias terem fugido ao que se vinha sendo visto. Parecia uma corrida com chuva, tamanha eram as possibilidades e erros potenciais... só que “no seco”. A “fórmula” deu tão certo para o entretenimento do público e dos espectadores na TV que a montadora de pneus vai adotar um “erro calculado” para o GP da Alemanha, levando pneus que certamente vão destoar em comportamento. Usando um termo futebolístico, “camisa pesa” e a McLaren mostrou porque é uma vencedora. Enquanto a Red Bull mostrou confiança, arriscando uma tática de pneus mais duros na largada, a McLaren e a Ferrari, como a maioria, apostou nos mais moles. O resultado disto foi o que se viu. A Red Bull domina os treinos, mas se enrola para ganhar as corridas! Webber perde terreno na largada em Valência e vai caindo para o fundo do pelotão. Algo parecia dizer que não era seu dia... No início até parecia que era o correto, só que os pneus mais duros (ou não tão moles) mostraram uma resistência bem abaixo da esperada. Mesmo Mark Webber tendo “recuperado” as posições perdidas pela punição da troca da caixa de câmbio, no final foi Vettel quem viu as chances de pódio irem para o espaço, em parte – claro – pelo problema de câmbio que o obrigou a desistir da luta com Jenson Button. A Ferrari, pelo seu presidente, Luca di Montezemolo, protestou duramente conta as equipes “padrão GP2”, referindo-se as novatas. Fernando Alonso por duas vezes ficou engavetado atrás de um carro mais lento e com isso perdeu posições para os carros da McLaren. A pressão e a evidente defasagem entre estes carros e os demais levaram a FIA a trazer de volta a “regra dos 107%”, que elimina todos os carros que fiquem com tempos 107% acima do obtido pelo carro mais rápido. Só que, desta vez, há uma ressalva: Se um carro por algum motivo não marcar tempo, ou tiver problemas na sua volta, o caso será analisado pelos comissários (certo... então o “tapetão” pode dar um “bypass” na regra). Algumas voltas depois, a comprovação: Tentando passar o Lotus de Kovaleinen, Webber decola, gira no ar e vai para a barreira de pneus. Na prova de Valência, o piloto que foi engavetado por um dos “carros padrão GP2” não foi ultrapassado, mas na tentativa de ultrapassar acabou sofrendo o acidente mais impressionante do ano. O mais impressionante é que foi no mesmo ponto e de forma bem semelhante ao acidente de poucas horas antes, na GP2. Mark Webber, que teve problemas na largada e perdeu diversas posições vinha rápido e foi bloqueado de tal forma por Reiki Kovaleinen que acabou batendo na traseira da Lotus, decolando e dando um “mortal-invertido-esticado”, digno de um ginasta no solo. A diferença foi que a “aterrisagem” não foi nada graciosa e o carro veio em alta velocidade chocar-se na barreira de pneus que – por felicidade do australiano – ficava bem distante. Webber nada sofreu, mas a pergunta não pode calar: vão esperar alguém se machucar fortemente ou morrer para fazerem algo? O acidente provocou a entrada do safety car e o momento mais polêmico da prova: Lewis Hamilton não diminuiu e, pela pista, passou o carro de segurança... ao contrário de Alonso, que permaneceu atrás. A manobra – ilícita – implicou em uma punição para o piloto da McLaren, contudo, a vantagem que ele conquistou com a manobra foi tamanha que a punição de um simples “drive thru” saiu barato. Lewis retornou na mesma segunda posição que ocupava e Alonso caiu para nono. O momento da polêmica: Louis Hamilton ultrapassa o Safety Car. A punição foi ineficaz em sua aplicação. Hamilton saiu no lucro. A Ferrari protestou e continuou protestando nos dias seguintes. Na corrida, outros sete carros carros que teriam se beneficiado foram punidos após a prova em míseros 5 segundos por “irregularidades durante a permanência do safety car na pista”, que muito pouco alterou a classificação final. O piloto “consultor” desta etapa foi Heinz-Harald Frentzen (no Canadá foi Emerson Fittipaldi). A discussão tomou vulto com Alonso e Ferrari acusando a McLaren de privilégios, Hamilton esnobando o Alonso... o clima para estas duas semanas e a corrida na Inglaterra poderiam esquentar, mas o espanhol “mudou o discurso” e até se retratou com os comissários... se isso não foi o temor por represárias só pode ter sido por algum “toque elegante” dado por alguém. A Copa do Mundo não é deixada de lado no circo da Fórmula 1. Rola até bolão... que ninguém levou. Tiveram outros? Alheios a isso, pilotos e até o Bernie Ecclestone fizeram, antes da corrida um “bolão” sobre o resultado do jogo Inglaterra x Alemanha, que começou logo após a prova. Pelos palpites vistos, ninguém acertou... de quanto será que era a aposta? Mês que vem tem mais! Abraços, Colaboraram para a coluna deste mês: Fernando Paiva; Paulo Alencar; e Willy Möller. |